A partir da próxima semana, os florianopolitanos que olharem em direção ao pôr-do-sol, no início da noite, poderão observar uma luz extremamente brilhante.
A luminosidade será consequência do alinhamento dos dois maiores planetas do sistema solar: Júpiter e Saturno.
O evento astronômico leva o nome de Estrela de Belém, já que o fenómeno também aconteceu no início da era cristã, servindo de referência para os reis magos encontrarem a manjedoura onde nasceu Jesus.
A última vez que ocorreu esta conjunção planetária foi há 800 anos, três séculos antes da chegada dos colonizadores europeus a América.
O fenômeno poderá ser visto em todo o mundo, mas, segundo os astrônomos, os melhores lugares serão os próximos à linha do Equador.
Melhor dia: 21 de dezembro
O alinhamento de Júpiter e Saturno ocorrerá entre os dias 16 e 21 de dezembro, em horizontes abertos, imediatamente após o pôr-do-sol.
Com o passar dos dias a distância entre os pontos vai diminuir.
No dia 21 será o afastamento mínimo, parecendo ‘uma única estrela’ brilhante.
Registro bíblico
Se do outro lado do mundo, em Jerusalém, a estrela veio do Oriente, na América, virá do Ocidente.
O evangelista Mateus registra o evento na Bíblia.
“Depois que Jesus nasceu na cidade de Belém, alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, perguntando: ‘Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”.
Explicação científica
A luminosidade no horizonte será formada por dois pontos brilhantes, muito próximos, sendo Júpiter o maior.
Segundo os astrônomos, ouvidos pelo site RGL, as conjunções são raras porque cada planeta demora um tempo diferente para girar em torno do Sol. A Terra, por exemplo, leva um ano. Já os planetas Júpiter e Saturno completam a volta em 12 e 30 anos, respectivamente.
“Todos os corpos celestes estão em movimento. O Sol e os planetas se movimentam em uma linha no céu chamada Eclíptica. Quando ocorre um cruzamento entre os planetas a gente chama de conjunção”, afirmou Felipe Navarete, pesquisador do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, ao site RDL.
Segundo ele, o fenômeno mais similar ocorreu no século 13, há quase 800 anos.
O pesquisador explicou que, apesar de os planetas estarem próximos, a distância ainda vai ser de quase 700 milhões de quilômetros.
(A imagem de abertura foi obtida no site Encantos de Santa Catarina)