Referência na arquitetura mundial, Paulo Mendes da Rocha deixou sua marca no Centro de Florianópolis
Um dos mais importantes arquitetos do Brasil, Paulo Mendes da Rocha, faleceu neste domingo, em São Paulo, aos 92 anos.
Seu precioso legado espalhado por todo o mundo, foi reconhecido por meio de inúmeros prêmios internacionais.
E um dos mais representativos prédios modernistas da Capital também tem a sua assinatura.
Em 1957, Rocha, juntamente com Pedro Paulo de Melo Saraiva e Alfredo Paesani, venceu o concurso para o projeto arquitetônico da nova sede da Assembleia Legislativa do Estado.
Inicialmente, seria construída no local onde trabalhavam os deputados até incendiar, na Praça Pereira Oliveira, atrás da Catedral Metropolitana.
Pouco tempo depois, foi decidido que a sede do Legislativo seria erguida na Prainha.
Com a mudança, o trio foi contratado em 1964 para desenhar o novo prédio e seus anexos.
“O aparecimento do primeiro projeto relevante da arquitetura institucional em concreto em Florianópolis, a Assembleia Legislativa do Estado, coincide com o tempo das primeiras experiências de planejamento urbano na cidade, tal como o conhecemos hoje”, explica a arquiteta Melissa Laus Mattos, em sua dissertação de mestrado ‘Arquitetura institucional em concreto aparente e suas repercussões no espaço urbano de Florianópolis entre 1970 e 1985‘, de 2009, centrada na arquitetura institucional de concreto aparente na Capital.
Melissa Mattos faz uma análise dos diferentes prédios que aparecem na foto acima, feita pelo pai, o consagrado fotógrafo Tarcísio Mattos.
“Podemos ver alguns dos projetos mais interessantes da cidade, no meu entendimento: Instituto Estadual de Educação (esse é o ginásio, muito mais recente e “emulando” em pré moldado a estrutura do bloco original), Tribunal de Contas (arq. Moyses Liz, arq. Odilon Monteiro, 1973-1976), Antigo Palácio Santa Catarina, atualmente anexo do Judiciário (arq. Hans Bross, 1967).
Ao fundo, lado a lado, a Assembleia Legislativa (Pedro Paulo de Melo Saraiva, Paulo Mendes da Rocha, Alfredo Paesani, 1964) e um pedacinho do Tribunal de Justiça (Pedro Paulo de Melo Saraiva, Francisco Petracco e Sami Bussab, 1968).
Esse último, junto ao original do Terminal Rodoviário, Eletrosul e Telesc, na minha opinião o que de melhor se fez em Florianópolis no último século”.
(A foto de abertura é divulgação da Alesc)
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