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As grades que cercavam a Praça XV há mais de um século estão pelo Centro. E você já passou por elas!

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Por Billy Culleton
A Praça XV de Novembro, no Centro da Capital, esteve cercada com muros e grades de ferro por mais de duas décadas: entre 1891 e 1912.
O acesso do público era restrito, com horários controlados para visitação.

A instalação serviu como uma espécie de apartheid, buscando separar pessoas das distintas classes sociais da cidade.
“A cerca metálica protegia madames que ali conversavam e vigiavam as filhas, enquanto empregadas domésticas ouviam galanteios de operários, soldados e marinheiros junto às calçadas externas”, conta o jornalista Paulo Clóvis Schmitz, em reportagem publicada no Jornal Notícias do Dia, de 5/2/2017.
A cerca, com os gradis fundidos na Inglaterra, foi inaugurada pelo ‘presidente’ da província de Santa Catarina, Gustavo Richard, em 1891.
A retirada, em 1912, seguiu ordens do prefeito Henrique Rupp, que decidiu abrir a praça para toda a sociedade, segundo conta Adolfo Nicolich da Silva, no livro “Ruas de Florianópolis”.
História escondida, mas presente nas ruas
As grades foram reaproveitadas em três construções históricas do Centro de Florianópolis: a Maternidade Carlos Corrêa (na Avenida Hercílio Luz), o Asilo Irmão Joaquim (na Avenida Mauro Ramos) e a Igreja Nossa Senhora do Rosário (Rua Marechal Guilherme, na frente da escadaria do Rosário).

Maternidade Carlos Corrêa
Asilo Irmão Joaquim
Igreja do Rosário

Confira os detalhes:

 

Cadê os portões?
Dos quatro portões de acesso à Praça XV nunca mais se teve notícias: entre os florianopolitanos mais antigos existe a lenda de que um deles estaria na entrada do Cemitério São Francisco de Assis, no Itacorubi.
Mas a reportagem do Floripa Centro foi até o local, e o antigo portão difere daqueles que aparecem nas fotos originais da praça cercada, embora o desenho circular da parte inferior seja similar (poderia ter sido cortado na parte superior). Fica o mistério…
Os funcionários do cemitério, no entanto, negaram que a estrutura de ferro fosse da Praça XV e foram unânimes em afirmar que o atual portão principal do ‘campo-santo’, outrora, estava instalado no Mercado Público Municipal.

(As imagens antigas são do acervo da Casa da Memória. As atuais, de Billy Culleton – 12/6/2020)

 

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