Cemitério de barcos – Scuna destruída e Iate Casablanca inutilizado criam paisagem melancólica na Baía Sul

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Desde a janela do Hotel Veleiro, ao longo dos últimos dez anos, ele foi acompanhando a deterioração dos seus coqueluches náuticos.
Ony Joaquim de Carvalho, de 88 anos, é o proprietário do hotel e de dois barcos danificados que estão atracados no trapiche do estabelecimento, na beira do mar da Baía Sul, em Florianópolis.

Em 2009, o lendário Iate Casablanca foi obrigado a encerrar as suas atividades (passeios com festas a bordo) por decisão judicial.
O motivo: o barulho dos passageiros na hora do embarque e desembarque, geralmente à noite e de madrugada, e que prejudicavam o sono da vizinhança.
Sem uso, ficou ancorado no velho trapiche, na frente do hotel.
No início de 2019, por causa de uma tempestade, a embarcação quase afundou: adernou (inclinou lateralmente) e foi necessário, com urgência, retirar a água da casa de máquinas.

No ano passado, maré alta e tempestade quase afundaram embarcação (Reprodução Facebook)

Em novembro do ano passado, o barco foi vendido para um empresário paulista por cerca de R$ 500 mil.
Mas, o iate continua no mesmo lugar.
“Até o final do ano ele será levado para o litoral de São Paulo”, informa Ony.

Scuna fora de serviço
Já a scuna está imprestável e não tem mais chances de voltar a navegar.
Durante 20 anos foi utilizada para passeios pelo litoral da Grande Florianópolis e está há quatro anos parado próximo ao Casablanca.
“Quem quiser levar, pode levar!”, enfatiza o dono.
“É só pagar pelo madeiramento e pelo motor, que ainda pode ser consertado”, diz, sem arriscar colocar um valor na transação.

Hotel Veleiro completa 40 anos
Ony de Carvalho é um empreendedor nato.
Muito antes de construir, em 2006, o icônico Casablanca, ele foi proprietário de dois hotéis no bairro Estreito, na região continental da Capital: o Hotel de Carvalho, perto da Ponte Hercílio Luz, e o Ony Hotel, que encerrou as atividades há mais de uma década.

(Imagem Google Street)

Em 1980 decidiu construir, ao lado do Iate Clube Veleiros da Ilha, o Hotel Veleiro, que tem uma das vistas mais deslumbrantes da cidade.
Ony continua com as suas atividades de empresário e aprendeu a conviver com os altos e baixos da profissão, representados pelos barcos danificados, mas também pelo funcionamento constante e exitoso do hotel que ele administra diretamente.

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