Três ônibus partiram da Capital – A odisseia dos argentinos em Santa Catarina para voltar ao país
Três ônibus lotados com argentinos saíram de Florianópolis na madrugada desta quarta-feira, 15, rumo ao país vizinho.
Eram 137 pessoas que, há mais de um mês, tentavam voltar para a Argentina.
À proibição para a circulação de ônibus nas rodovias brasileiras, desde meados de março, somou-se o lockdown imposto na Argentina, onde ninguém pode sair de casa e, muito menos, veículos podem transitar pelas estradas.
Assim, foi necessária a intervenção do consulado argentino em Santa Catarina para conseguir a autorização com os governos dos dois países para que os ônibus da empresa Flecha Bus pudessem viajar para Buenos Aires e Córdoba.
O local marcado para a partida foi o Parque da Luz, perto da cabeceira insular da Ponte Hercílio Luz.
Ali, no estacionamento da Floram, foi montada, na tarde de terça-feira, 14, uma estrutura onde profissionais da saúde faziam avaliação superficial das condições dos passageiros: temperatura, pressão e batimentos cardíacos.
Com o laudo em mãos, os turistas eram liberados para viajar.
Só que antes dos ônibus saírem, o consulado teve que digitalizar toda a documentação e enviar para as autoridades dos dois países.
Em razão de toda essa burocracia, a partida atrasou e só aconteceu durante a madrugada de hoje.
Veja o vídeo:
Casal viaja de táxi desde São Paulo
A maioria dos passageiros estava visitando Santa Catarina quando a quarentena começou e já havia comprado as passagens de volta para Argentina, de ônibus ou avião.
Todos tinham longas e tristes histórias para contar sobre o mês que tiveram que passar sofrendo com a falta de dinheiro e com hospedagens que eram obrigadas a fechar.
O casal cordobês Rubén e Liliana Carmona estava em São Paulo quando começaram as proibições de deslocamento no transporte público.
Eles tinham passagem aérea comprada, que não pôde ser utilizada.
Ilhados na maior cidade do país, conseguiram alugar um apartamento enquanto esperavam uma solução por parte da embaixada argentina, que buscaria repatriar os turistas.
Na segunda-feira, 13, o casal recebeu uma ligação telefônica da embaixada informando sobre os ônibus que sairiam de Florianópolis, no dia seguinte.
Imediatamente, negociaram com um taxista paulista para trazê-los por R$ 2 mil e chegaram na manhã de terça-feira para embarcar no Flecha Bus.
“Parece que estamos vivendo um filme de terror, no qual nós somos os protagonistas”, desabafou Rubén, de 62 anos, que, ao mesmo tempo, se mostrava aliviado com a proximidade de uma solução.
(Texto e imagens Billy Culleton)
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