Feira de orgânicos no Centro – Com preços justos, produtores reivindicam retorno ao Largo da Alfândega

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São seis famílias da Grande Florianópolis que oferecem alimentos sem agrotóxicos para a população da Capital.

Porém, poucos sabem onde encontrá-los para adquirir as verduras e frutas orgânicas que são produzidas nas suas propriedades em Biguaçu, Antônio Carlos e Águas Mornas.

Entre 2015 e 2018, os feirantes comercializavam os produtos no Largo da Alfândega, junto com a tradicional feira de hortifrutigranjeiros.

Porém, após o início da revitalização do local, há dois anos, foram deslocados para a frente do Terminal de Integração do Centro (Ticen), onde se encontram até hoje.

Banca da família Junkes

“Quando os demais feirantes voltaram ao Largo da Alfândega, no início de julho, pensamos que também voltaríamos, mas a prefeitura não deixou”, afirma Evaldo Junkes, um dos produtores.
É que, após a reforma do Largo, o espaço para as bancas foi reduzido.

A associação que representa os feirantes tradicionais reivindicou e conseguiu aumentar o número de dias da feira: antes eram quatro, e agora são seis (de segunda-feira a sábado).
Assim, com o rodízio das bancas, conseguiram contemplar todos os feirantes.
Mas os orgânicos ficaram de fora.

“Aqui na frente do Ticen tem movimento, mas as pessoas não compram. Na Alfândega é muito melhor, porque os clientes já vão preparados para fazer a feira”, explica Junkes, acrescentando que a prefeitura já recebeu a reivindicação, mas “uma vez, diz uma coisa, e depois, outra. E nós continuamos aqui”.

Segundo Junkes, alguns produtores estão desestimulados e deixando de participar da feira pelas vendas fracas.

A resposta da prefeitura:
Procurado pelo Floripa Centro, o superintendente da Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos (Susp), João da Luz, informou que a feira de orgânicos deve retornar ao Largo quando terminar a reforma da Casa da Alfândega, prédio histórico que está sendo revitalizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Não há data definida para a conclusão das obras, mas, provavelmente, seja até o final deste ano.

Confira o vídeo da Epagri, em Santo Amaro da Imperatriz:

Dias, horários e preços justos
A “Feira de Orgânicos Viva a Cidade” reúne produtores que possuem o Certificado de Conformidade Orgânica, que atesta a qualidade das frutas e verduras, livres de defensivos agrícolas e cultivados com responsabilidade social e ambiental.
Atualmente, estão no Ticen às quartas-feiras e sábados pelas manhãs.

Apesar da fama de serem mais caros, os produtos da agricultura familiar, nestas bancas, têm preços justos, bem abaixo do que os clientes estão acostumados em outras feiras de orgânicos pela cidade.

Pequena propriedade em Antônio Carlos
A família Junkes tem uma propriedade de 19 hectares no interior de Antônio Carlos, sendo três cultivados com orgânicos.
Somente trabalham nela o casal Evaldo e Eliane, com a ajuda eventual de uma filha.
“É duro, mas vale a pena. Dois dias vendemos aqui e cinco dias trabalhamos na terra”, conta Evaldo.

Eliane Junkes, na propriedade rural em Biguaçu

Leia também:
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– O retorno da feira de hortifrutigranjeiros ao Largo da Alfândega: menor, mais dias e barracas padronizadas

(Texto e fotos de Billy Culleton)

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