Restauração deixa à mostra parede secular do Mercado Público, construído em 1899
“As paredes serão construídas de tijolo, de preferência requeimados, com argamassa de cal, areia e barro, em partes iguais, e espessura de 45 centímetros”.
Estas foram as características das futuras paredes do Mercado Público de Florianópolis, exigidas pela Prefeitura ao construtor Antônio de Castro Gandra, no contrato assinado em 2 de novembro de 1896.
Parte de uma dessas paredes pode ser apreciada atualmente no vão central da construção histórica.
Por causa de infiltrações, o reboco está sendo trocado, como parte da manutenção periódica do imóvel.
Segundo a administração do Mercado, a obra deve ser concluída nos próximos dias.
Críticas às paredes:
O novo Mercado Público, construído para substituir o original de 1851, localizado nas imediações do atual (e que foi demolido), foi aberto ao público em 5 de fevereiro de 1899, durante o governo de Felipe Schmidt.
As suas paredes foram motivo de polêmica desde antes de sua inauguração.
Matéria do Jornal O Estado, em 7 de janeiro de 1899, relatava o seguinte:
“O próprio Mercado novo, ainda não inaugurado, segundo nos informaram, está carecendo de reparos na coberta e paredes externas, a julgar pelo modo por que foram construídos, não se lhes pode augurar muitos anos de resistência aos pampeiros, pelos quais é sempre batido o local onde se acha esse edifício.
A prova é que essas paredes, já uma vez, quando completamente levantadas, apenas faltando colocar as cobertas de zinco, foram quase totalmente destruídas”.
Mas elas resistiram!
E agora, 121 anos depois, continuam sustentando uma das mais importantes construções históricas do Centro da Capital.
Confira o vídeo:
(As informações históricas foram extraídas do livro “Mercado, do mané ao turista”, de Ricardo Moreira de Mesquita lançado em 2002. As imagens são do acervo do IHGSC)
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