Moradora de prédio em área nobre da Capital terá que indenizar faxineira por racismo
Uma mulher residente em condomínio em área nobre de Florianópolis foi condenada ao pagamento de indenização por danos morais em favor da faxineira do prédio, a quem proferiu ofensas de cunho racista após desentendimento nas dependências do edifício.
Por isso, a Justiça da Capital determinou, esta semana, que ela terá que pagar R$ 8 mil.
Os atos racistas
O ambiente no prédio, em setembro de 2017, já não era dos melhores segundo testemunhas ouvidas nos autos.
A moradora, conforme os relatos, era de difícil trato.
Tinha por mania atirar papéis ao chão, consumir frutas para atirar cascas de laranja e de mamão nas áreas comuns e ainda varrer a sujeira do seu apartamento diretamente para o corredor.
A faxineira acredita que o comportamento já tinha por objetivo prejudicar sua imagem perante os demais residentes do condomínio.
“Como é que eu te chamo, sua negra?”
O fato que deu origem ao conflito ocorreu no dia 22 daquele mês, quando a moradora cobrou da funcionária o paradeiro de uma luva que caíra da sacada de seu apartamento, no 7º andar.
Ela obrigou a subalterna a procurar por todos os cantos, inclusive revirar as lixeiras em busca da peça. Irritada com o sumiço, partiu para as ofensas. “Como é que eu te chamo, sua negra?”, teria dito.
Em depoimento, pessoas ouvidas na condição de informantes no processo garantiram ter presenciado a moradora humilhar a faxineira naquela ocasião, com o uso de expressões como “negra faxineira” e “preta”.
Todas foram uníssonas em interpretar as palavras como uma forma de rebaixar a funcionária, com o nítido intuito de ofendê-la e prejudicá-la.
Jogador Neymar é usado pela defesa
A defesa da moradora sustentou que houve equívoco na interpretação dos fatos e assegurou que ela não fez uso do termo “negra”.
Quando muito, admitiu, pode ter dito “faxineira”, mas então com tom profissional.
Um trecho da defesa diz assim: “Dizer negra, negrinho, negão, gordinho, magrão, carequinha… de regra não é preconceito, nem ofensivo, Neymar trata publicamente Bruna Marquezine como ‘minha preta’ (e ela tem a tez branca).”
Mesmo assim, para a Justiça, ficou evidenciada a injúria perpetrada, que constituiu mácula à imagem e à honra da faxineira.
(Com informações da Assessoria de Comunicação do TJ/SC)
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