Personagens do Centro – Casal que morava na rua, e é apaixonadíssimo há 38 anos, consegue ‘casinha’ no morro

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Em junho de 2019, o Floripa Centro publicou uma reportagem mostrando um casal dançando de forma apaixonada na frente do Ticen, ao som de músicas sertanejas interpretadas por um cantor de rua.

O detalhe inusitado era que ambos viviam nas ruas do Centro da Capital, em situação de indigência.
Mesmo assim, o amor entre Michael e Clara transparecia na dança e no tratamento mútuo. Eles estavam juntos há 37 anos.

Ele, natural de Tubarão, ficou órfão com nove anos na grande enchente de 1974 e foi criado no Abrigo de Menores, no bairro Agronômica, onde aprendeu a dançar e ganhou o apelido de Michael Jackson.
Ela, gaúcha, veio para Santa Catarina com 13 anos e gosta de ser chamada de “Senhora Jackson”. Com algumas deficiências, toma remédios ‘fortes’ e não bebe álcool.

Ambos com pouco mais de meio século de vida, demonstravam que o carinho de casal pode superar dificuldades e doenças, independentemente da classe social.

‘Casinha’ no Morro da Queimada
Desde o início da pandemia, o casal não foi mais visto nas ruas centrais da cidade. Porém, esta semana, o Floripa Centro reencontrou Michael, fazendo o que ele mais gosta: dançando ‘break’ na frente das Lojas Koerich, na Rua Deodoro, aproveitando o som promocional do comércio.

Questionado sobre o sumiço, ele informou que tinha arrumado uma ‘casinha’ no Morro da Queimada, no Bairro José Mendes, próximo da Prainha.
“Clara está bem, mas não pode sair por causa da Covid. Hoje, eu vim pro Centro para matar a saudades, mas não posso demorar porque ela é muito ciumenta”, disse, sorrindo.
A moradia está sendo alugada com o dinheiro da ajuda emergencial do governo federal, por causa da Covid, e que é recebida por ambos.

Missão é cuidar da mulher doente
Michael, que também ganha uns trocados dançando nas ruas, diz que sua missão é cuidar da esposa, a quem considera o ‘amor da minha vida’ e com quem adora passar o dia inteiro ‘grudadinho’.

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