A lendária Confeitaria Chiquinho – Com três andares, em 1926, era o edifício mais alto de SC
Apoio cultural: Box 32 e CDL Florianópolis
Em 11 de janeiro de 1904, Francisco Künzer, conhecido como Chiquinho, instalou num casarão colonial, a confeitaria que se tornaria referência de Florianópolis durante 63 anos.
A clientela da Confeitaria Chiquinho, na esquina das ruas Felipe Schmidt e Trajano, era formada por fregueses habituais e conhecidos, que faziam do estabelecimento o principal ponto de encontro da cidade, especialmente, para apreciar as saborosas empadinhas.
Em 1924, o novo proprietário, Theodoro Ferrari, demoliu o prédio original e dois anos depois concluiu o atual edifício, que se mantém idêntico até hoje.
Na época (1926) com três pisos, era o imóvel mais alto de Santa Catarina, segundo publicou o Jornal A Gazeta em 1954.
“A nova Confeitaria Chiquinho foi inaugurada com todas as pompas, um acontecimento que borbulhou os meios sociais da pacata cidade”, pontuou o site da Rádio Guarujá, segundo levantamento de Eduardo Petry, no site Santa Catarina Antiga.
A tradicional confeitaria era um point badalado e chique, onde as pessoas se encontravam para saborear as deliciosas e famosas empadinhas, diz o professor Anderson Abreu, pesquisador da Casa da Memória de Florianópolis.
Banquetes e música ao vivo
Além de confeitaria, era também um bar que agregava em sua arquitetura interna mesas em mármore, com pés de ferro trabalhados no estilo rococó, prossegue Abreu.
Completavam a bela decoração, armários em madeira maciça e um belíssimo palco que recebia músicos emblemáticos, nas noites de sábados e nas manhãs de domingos.
A confeitaria funcionava no andar térreo, em conjunto com um requintado restaurante, onde se ofereciam banquetes oficiais.
No segundo andar era o escritório da firma, que no início da década de 1940 foi ocupado pela sede da Rádio Guarujá.
A informação consta no artigo Memória Urbana da Arquitetura Comercial em Florianópolis.
O texto afirma que desde sua construção, as duas únicas modificações percebidas na fachada, foram a inclusão em alto relevo da inscrição “Confeitaria Chiquinho” nas duas fachadas do edifício (que podem ser vistas atualmente) e a instalação da marquise em todo o perímetro da edificação.
Cinema com orquestra
No segundo andar da confeitaria também funcionou o cinema Cine Ponto Chic, depois o Cine Lido, localizado num pequeno espaço, com plateia plana.
Os filmes mudos ainda eram acompanhados por uma orquestra ao vivo, sendo frequentado pelo melhor da sociedade da Capital, conta Eduardo Petry.
O estabelecimento fechou em 1967, há 54 anos.
Depois foi ocupado por diversas lojas.
A última foi a Livraria Catarinense que fechou as portas neste sábado 28 de agosto de 2021.
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