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Atualidade

Diferença de valores chega a 100% – Ambulantes ‘invadem’ o Centro para vender máscaras de pano

Os vendedores ambulantes encontraram uma nova forma de ganhar um “dinheirinho’ nas ruas centrais de Florianópolis.

Na onda da proteção contra a Covid-19, eles oferecem diversidade de máscaras de proteção de pano: desde aquelas com os símbolos dos times de futebol, que custam R$ 10, até as tradicionais ‘com pano duplo’, cujo valor é R$ 5.

Nesta terça-feira, 5, em apenas 100 metros do Calçadão da Felipe Schmidt, entre as ruas Deodoro e Jerônimo Coelho, havia quatro ambulantes oferecendo as máscaras em suas banquinhas.

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Reportagens Especiais

Sambódromo – Moradores de rua recebem assistência, mas correm risco de contaminação e de transmitir o vírus

Os responsáveis pela Passarela da Cidadania dão sinais de cansaço e esgotamento.
Seja pela falta de estrutura ou de funcionários (terceirizados contratados e voluntários), aparentemente, desistiram de ‘dar murro em ponta de faca’ e, agora, fazem apenas ‘o que é possível’.

Essa foi a sensação sentida pela reportagem do Floripa Centro que visitou o espaço in loco.

Os frequentadores entram e saem do ‘sambódromo’ sem nenhum controle, poucos usam máscaras, ficam próximos uns dos outros e dormem em colchões no chão, separados por menos de um metro de distância.
O lugar aparenta estar limpo, há banheiros químicos e lavatórios portáteis.
Mas não se percebe a higiene constante que atualmente é indicada para locais frequentados por muitas pessoas.
Seria uma tarefa herculana, que a prefeitura e os poucos voluntários, simplesmente, não conseguem fazer.

A prefeitura justifica dizendo que o espaço foi ampliado para atendimento emergencial.
“Porém, diante do excessivo número de usuários e a dificuldade em ter pessoas trabalhando (grupo de risco, atestados, falta de transporte, decreto de isolamento), ficou inviável fazer o controle de todas as pessoas que entram no local”, afirmou a gestão municipal, por meio da assessoria de imprensa.
A explicação, em tempos de emergência geral, pode parecer compreensível, mas o que está em risco são as vidas de 300 seres humanos que frequentam diariamente a Passarela.
E também a ameaça deles contaminarem outras pessoas pelas ruas da cidade.

Camarotes transformados em dormitórios vips
Os camarotes ‘chiques’, usufruídos pelos vips nos desfiles de Carnaval, se transformaram em quartos exclusivos para dois ou três, que se organizam para manter o lugar limpo e arrumado.
A maioria dos frequentadores, no entanto, está acampada nas enormes áreas existentes embaixo das arquibancadas, que foram transformadas em dormitórios coletivos.
Cada um tem um colchão, que fica no chão e que estão separados por menos de um metro.
As roupas são penduradas em varais improvisados.

‘Maluquinhos e alegrinhos’
Homens caminham pelo vão central da passarela, apenas para se exercitar.
Um ‘maluquinho’ anda de um lado para outro, falando palavras sem nexo.

Outro, ‘alegrinho’, mexe com cada um que passa, tentando ser engraçado. Aparenta embriaguez.
“Mas pode beber aqui dentro?”, pergunto para um que está ao meu lado. “Antes era proibido, mas agora estão tolerando”, responde, secamente.
“Se incomodar muito, os próprios colegas se encarregam de acalmá-lo”, acrescenta.
Alguns preferem a intimidade e instalaram suas barracas ‘iglu’, no entorno das arquibancadas. Dentro, os próprios ‘cacarecos’ e o colchão. Desde aí, têm acesso facilitado à higiene e alimentação.

Benefícios e assistência social
A Prefeitura de Florianópolis, junto com as equipes de voluntários, oferece as quatro refeições diárias, sempre acompanhadas por suco.
De manhã, café, pão e uma fruta. Ao meio-dia é distribuído um marmitex, com arroz, feijão, massa e carne.
À tarde, fruta com café, e à noite, sopa com pão ou cachorro-quente.
Embora exista um grande refeitório, com mesas e cadeiras para cerca de 100, cada um tem a liberdade de consumir o alimento onde quiser.
Assim, alguns se acomodam próximos de seus aposentos, nas barracas ou nas arquibancadas.

Histórico
Desde o início da pandemia, em meados de março, a Passarela da Cidadania foi escolhida para concentrar todo o atendimento às pessoas em situação de rua da cidade.
Antes, havia atendimento também no Centro Pop, na Rua Anita Garibaldi, e num abrigo no Bairro Jardim Atlântico.

O número de pessoas que frequentam o local diariamente dobrou, passando de 150 para 300, aproximadamente.
Destes, cerca de 200 pernoitam no espaço, sendo 180 homens e 20 mulheres (há espaços separados para ambos os sexos).

Além das refeições, são oferecidas diversas atividades: acupuntura, corte de cabelo, educação física, confecção de currículos e atendimento psicossocial, além de yoga e roda de conversa.
Funcionários também estão ajudando as pessoas a se cadastrar para receber o auxílio emergencial de R$ 600, oferecido pelo governo federal. Segundo a prefeitura, já foram feitos 100 atendimentos para esse fim.

Avanço no acolhimento
O atendimento à população em situação de rua na Capital tem melhorado muito nos últimos tempos, embora esteja longe do ideal.
Se, antes, esses indivíduos eram discriminados e reprimidos sistematicamente pelas ‘autoridades’, há pouco mais de um ano começaram a ser acolhidos e atendidos, por meio de assistência social.
Nesse contexto, foi aberta a Passarela da Cidadania: no início, os frequentadores recebiam os benefícios de alimentação e higiene durante o dia e eram ‘dispensados’ no final de tarde.
Meses depois, passou-se a oferecer hospedagem à noite.

O que diz a Prefeitura de Florianópolis
Após visitar a Passarela da Cidadania, a reportagem do Floripa Centro encaminhou algumas perguntas para a assessoria de imprensa da Prefeitura de Florianópolis.
Confira as respostas:

1 – Em visita ‘in loco’ do Floripa Centro à Passarela da Cidadania foi constatado que não há controle no acesso ao local.
O espaço foi ampliado para atendimento emergencial. Porém, diante do excessivo número de usuários e a dificuldade em ter pessoas trabalhando (grupo de risco, atestados, falta de transporte, decreto isolamento), ficou inviável fazer o controle de todas pessoas que entram no local.

2 – Há controle de temperatura?
Existe uma parceria com a Secretaria de Saúde com o consultório na rua, que atua conforme a necessidade no local. Eles vão diariamente até a Passarela da Cidadania, ambiente onde sempre que é preciso os servidores são orientados a entrar em contato com a equipe de saúde. Temos um ambulatório no local, onde os usuários são atendidos e têm a temperatura medida.

3 – É exigida a obrigatoriedade do uso da máscara entre os frequentadores?
A máscara é entregue a todos os usuários, que recebem orientação sobre o uso. Contudo, temos no espaço dependentes químicos, ex-presidiários e pessoas com problemas psiquiátricos, o que dificulta exigir o uso.
Obrigar a usar a proteção individual também envolve a segurança de quem trabalha ali…

4 – Como é feito o controle para verificar se o frequentador é portador da Covid-19?
Pela equipe do consultório na rua, do Centro de Saúde da Prainha, que vai diariamente ao local.

5 – Quantas pessoas foram isoladas da Passarela por serem portadoras da Covid-19, nos últimos 30 dias? E quantos foram confirmadas com Covid-19?
Não houve nenhum caso confirmado de Covid-19 entre as pessoas em situação de rua. Foram encaminhadas (a um hotel, para isolamento) 24 pessoas suspeitas, sendo que duas vieram do Hospital Universitário e uma do Posto da Prainha.

5 – Quantas pessoas estão pernoitando no local? Quantos homens e quantas mulheres?
Cerca de 200 pessoas. 180 homens, 20 mulheres. Isso muda de acordo com o dia.

6 – Quantos pessoas a Prefeitura (e os voluntários) conseguiu ajudar a fazer o cadastro para receber o auxílio emergencial do governo federal?
Foram mais de 100 atendimentos.

(Texto e fotos: Billy Culleton)

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Diário da Quarentena Narrativas do Centro

Diário da Quarentena – Sensação de urgência, ebulição, desconcentração e cuidados com a demência do pai

Por Elaine Tavares*
Acho chique quem, nesta hora pandêmica, consegue ler Hegel, estudar, escrever tese.
Eu não consigo.
Acordo de manhã, estupefata. Ufa. Tô viva.
Olho para o lado e o peito do pai tá subindo e descendo. Outro alívio.
Levanto, dou comida pra os bichos e, com renovada surpresa, vejo despertarem meu companheiro e meu sobrinho.
Ufa de novo.

A manhã passa rápida, consumida no trabalho das coisas do Iela (Instituto de Estudos Latino-Americanos).
É o momento em que consigo suspender o pensamento e focar no que tenho de produzir do meu trabalho.
Faço o que posso, distribuindo textos e vídeos, mas não tenho conseguido escrever em profundidade. Tudo está nebuloso.

A tarde passa e eu, nos cuidados com o pai.
E o tempo todo essa turbulência no espírito.
Estaremos vivos amanhã?
Tento ler um livro, não dá. E quando a noite chega me encontra ainda nessa ebulição.

Falo com amigos, família, mas a sensação de urgência continua.
E até o pôr do sol é vislumbrado com uma nostalgia maior. De noite vejo as notícias e meu coração ensombrece. O mundo me dói.
As pessoas morrendo sozinhas nos hospitais me doem. Os enterros solitários me doem. As pessoas chorando na porta dos hospitais me doem.
Não consigo ficar de boa. Tudo está tão triste.

Não entendo como algumas pessoas podem seguir vivendo como se nada. Eu sinto uma profunda tristeza.
O Brasil me dói.
Pela pandemia, pelo mau governo, pela inconsequência dos que ocupam o poder.
São dias sombrios. Queria mais do que notas de repúdio. Não sei.

Queria poder ficar leve. Mas não dá. Espero o sono, inquieta e incapaz de fixar atenção em nada. Acordo no meio da noite e olho para o pai. Respira. Volto a dormir.
E no dia seguinte, acordo, estupefata.

O isolamento e o pai
O isolamento social tem cobrado seu preço aqui em casa. Misturado com a demência do meu octogenário pai, o resultado é um desastre.
Primeiro que os dias se converteram todos em domingo, com todo mundo em casa.
E com mais gente circulando, o pai perde a centralidade da atenção. Fica com ciúmes e aí é um deus nos acuda.
Agride todo mundo, perde a tramontana e fica num vai-e-vem sem fim, como um bicho acuado. Faz a volta na casa umas mil vezes, andando sem parar, e quando fica bem transtornado começa a se meter no meio das árvores, dos arbustos, da plantação.

Tudo isso é um risco tremendo, e tenho de ficar andando atrás dele porque se deixo sozinho, ele pode cair e se machucar.
Não aceita que eu segure seu braço, então só posso ficar como uma sombra, rezando para conseguir segurar se ele for ao chão.

Sem poder sair de casa, a rotina do pai se quebrou e, com isso, também quebra alguma coisa no cérebro, imagino eu.
Nos primeiros dias de confinamento eu ia inventando uma mentira ou outra, mas com os passar do tempo já fui perdendo os argumentos.

E ele fica no portão, com os olhos num vazio cheio de desespero.
Existe uma tal de síndrome do pôr-do-sol que se constitui num desejo irrefreável de sair, de “ir pra casa”.

E a única forma de fazer esse desespero passar é sair, caminhar, encontrar pessoas, distrair. Sem isso, vem a violência, a raiva, e a descompensação.
Isso tem seus reflexos durante o dia todo e fica ainda pior durante a noite. Aí mistura tudo.
A aflição pelo vírus que aí está e que pode atingi-lo, e também pelo estado de sofrimento que o confinamento tem causado.

Outro dia, quando a rua parecia vazia de gente, eu abri o portão e pensei: vou andar com ele uns metros e voltar.
Mas, ele queria ir no barbeiro e como sabe o caminho foi me arrastando. Tive de usar todas as artes e sortilégios para fazê-lo voltar. Voltou emburrado e a emenda ficou pior que o soneto.

A ânsia por sair agora também aparece durante a noite e, do nada, ele levanta da cama e sai andando no rumo do portão.
Se eu tranco a porta é um escândalo, então tenho de deixar sair. Procuro cobri-lo com bastante roupa quente, mas ele vai arrancando tudo.
E eu tenho de ir recolhendo e tentando colocar tudo de volta, afinal, as noites são frias.

Ele finca o pé no portão e não sai. Eu pego a sombrinha e abro, para tentar evitar o sereno.
A cena é louca: na madrugada estrelada, eu com a sombrinha aberta no portão.
É um terror digno de Stephen King.
É o vírus, é a demência, é a possibilidade de uma gripe qualquer, uma descompensação maior.
Tudo é sofrimento.

Um pouquinho de paz vem de manhã quando Rolando Boldrin consegue segurar sua atenção. É quando eu também consigo colocar em dia o trabalho, que igualmente me cobra tempo. E é uma dureza tentar concentrar depois de todas essas aventuras, sabendo que ‘logo, logo’ elas vão recomeçar.

Nesse turbilhão estou já quase mergulhada na demência também.
O pouco de sanidade me vem dos livros, os quais vou sorvendo quando possível, como se fossem pequenos oásis no deserto da solidão.

* Jornalista e servidora da UFSC

O Floripa Centro criou este espaço para que moradores da região central de Florianópolis possam partilhar como estão passando a quarentena, enquanto o coronavírus não passa!

Quer mandar o seu relato?
Escreva o seu depoimento (entre 2 mil e 5 mil caracteres com espaço) e envie para portalfloripacentro@gmail.com, junto com fotos do autor no isolamento.

Se desejar, também pode mandar um pequeno vídeo.

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Atualidade

Florianópolis é a segunda cidade de SC que mais recebeu testes rápidos do governo do Estado

A Capital recebeu 500 testes rápidos para detecção da Covid-19, dos 32 mil distribuídos pelo governo do Estado, nesta segunda-feira, 4.
Joinville foi a cidade que mais recebeu, 560.

O governo estadual repartiu 32 mil testes rápidos em todos os municípios catarinenses.
Essa é a terceira remessa enviada pelo Ministério da Saúde, de cinco que estão previstas. As duas primeiras disponibilizaram mais de 36 mil testes para o Estado.

O Estado está enviando 1.600 caixas, cada uma contém 20 testes e um frasco de solução tampão. Cada município receberá pelo menos três caixas de teste rápido, de acordo com o contingente populacional.

Clique aqui e veja quantas caixas de testes rápidos cada município catarinense receberá.

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Atualidade

Interdição da passarela da Ponte Pedro Ivo aumenta em um quilômetro a caminhada da população de baixa renda

Pelos próximos dez meses, centenas de pessoas que atravessam diariamente do Continente à Ilha para trabalhar, comprar ou acessar serviços terão que ter mais fôlego.

Isso porque a passarela de pedestres da Ponte Pedro Ivo Campos será fechada nesta segunda-feira, 4, até fevereiro do ano que vem, no mínimo, para dar continuidade às obras de manutenção das pontes (Pedro Ivo e Colombo Salles).
A alternativa será usar a Ponte Hercílio Luz, o que aumenta em um quilômetro o trajeto para a maioria dos usuários, provenientes da região de Coqueiros e do Morro da Caixa.

Por exemplo, a distância do Parque de Coqueiros até o Mercado Público Municipal pela passarela da Pedro Ivo é de 2,6 quilômetros.
O mesmo trajeto pela Ponte Hercílio Luz é de 3,5 quilômetros. Os dados foram obtidos pelo Google Maps.

Essa população de baixa renda de Coqueiros e Morro da Caixa é a que está mais acostumada a usar a passarela, pela proximidade de suas residências.

Diferentemente dos moradores do Estreito, por exemplo, que têm que andar mais 900 metros para acessar a passarela, mas que agora podem usufruir da proximidade da Ponte Hercílio Luz.

Local também é muito utilizado por pescadores artesanais

(Texto e fotos: Billy Culleton)

Clique nesta promoção especial para os leitores do Floripa Centro:

Leia também: Passarela embaixo da Ponte Pedro Ivo – Apesar do preconceito, um belo passeio entre a Ilha e o Continente

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Diário da Quarentena Narrativas do Centro

Diário da Quarentena – Coordenar 13 pessoas, cuidar dos pais, fazer rosquinhas e pintar os próprios cabelos

Por Maria José Baldessar*

Cada vez que alguém me pergunta o que tenho feito na quarentena, eu respondo: fico em casa sempre que posso.
Desde o dia 16 de março, quando a UFSC estabeleceu o sistema de home office, tenho ficado em casa, trabalhado muito – a gente trabalha mais, pois mistura as coisas do dia a dia (lavar roupa, cozinhar, limpar a casa) com o cotidiano de trabalho.
No meu caso, presido a Coperve (Comissão Permanente do Vestibular da UFSC), e tenho 13 servidores sob coordenação, que trabalham com tecnologia de informação, logística, coordenação pedagógica das provas etc.

Nos dias sem pandemia, depois do trabalho ou nos fins de semana, sairíamos com Zeca, meu companheiro, para colher goiabas no Parque da Luz, caminhar na Beira Mar, tomar uma cerveja no Centro, ver a feira nos sábados e domingos, assistir futebol na televisão e compartilhar uma garrafa de vinho junto com uma comida gostosa.

Nesses dias de pandemia, estou em casa com meu sobrinho Enrico, que preferiu vir para cá a ficar sozinho na casa dele.
Ele é estudante da UFSC e os pais são médicos, estão na linha de frente no combate ao coronavírus, e moram longe. Nossa rotina é dentro de casa.

Para enfrentar o dia a dia de trabalho em casa, tenho uma rotina.
Todo dia, às 8h da manhã, via Whatsapp, distribuo as tarefas para a equipe da Coperve e fico atenta aos chamados e questionamentos de cada um. Com eles, encerro o dia às 17h30.

Nas segundas-feiras, tenho reunião com o colegiado da gestão da UFSC (reitor e pró-reitores) por teleconferência pela manhã.
Nas terças à tarde, com as coordenações da Pró-reitoria de graduação.
Como oriento mestrado e doutorado em dois programas de pós-graduação, nos outros dias, programo conversas com alunos por vídeo-chamada, discuto o andamento das monografias, dissertações, teses e produção de textos.

Em alguns casos, encaminho para conversem uns com os outros, à distância, para resolver problemas e trocar ideias.
Em relação ao trabalho, o mais difícil nesse processo de isolamento social é a tomada de decisões.

Na vida familiar, a coisa é mais complicada. Meu companheiro está na Pinheira fazendo companhia para a mãe dele, que é grupo de risco.
Ficamos mais de 20 dias sem nos ver e falamos ao telefone uma vez por dia.

Como também tenho pai e mãe idosos (86 e 85 anos), e eles estão em quarentena em casa, ali em Capoeiras, nos sábados pela manhã vou para lá e fico até domingo: cozinho, converso e limpo a casa.
Para eles, a minha chegada é uma mudança na rotina e, por isso, tenho valorizado esse tempo.
Resumindo: nesses dias lindos de março e abril tenho trabalhado e cuidado de casas e pessoas.

Os desafios: a quarentena me desafiou a fazer receitas novas, como rosquinhas de polvilho azedo, e coisas inimagináveis como pintar o meu próprio cabelo.

Os medos: que uns romantizem de tal forma a quarentena e esqueçam que ela só é romântica para quem tem a geladeira cheia e a possibilidade de ler, escrever, cozinhar ou limpar a casa.

Que outros, levados pelo senso comum, acreditem que é só “uma coisa passageira” e que venham a enterrar familiares, amigos, conhecidos e desconhecidos sem “choro nem vela”.
E outros, levados pela necessidade extrema, se contaminem e morram sem assistência ou sem piedade.

* Jornalista e professora da UFSC

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Atualidade

Notícias sobre o Centro na mídia regional (1º/5/2020)

– “Se insistir vai ser notificado”, avisa comandante para quem não usar máscara em Florianópolis (NSC Total)

– Florianópolis registra a sexta morte pelo novo coronavírus (ND Mais)

– Comcap não fará coleta de lixo nesta sexta-feira (1) em Florianópolis (OCP News)

– Sindicato libera abertura do comércio no feriado 1° de maio com isenção das taxas (Site CDL)

(Imagem de abertura: divulgação Guarda Municipal)

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Minimercados do Centro que entregam na sua casa no mesmo dia – Nosso leitor ganha desconto e entrega grátis!

Os grandes supermercados não estão dando conta de fazer as entregas em domicílio.
Por isso, uma opção são os pequenos mercados de bairro, nos quais tudo é mais fácil: é só ligar e, rapidamente, as compras estão na sua casa.

Para ter a entrega grátis e ganhar um desconto especial, não esqueça de informar que viu a informação no Floripa Centro.

Confira os cinco principais mercados da região central da Capital que aceitaram fazer uma parceria com o Floripa Centro para, além da entrega grátis, dar um desconto no valor final da compra.

Mercado União:
Estabelecimento na frente do Terminal Cidade de Florianópolis (há duas entradas: pelas ruas João Pinto e Antônio Luz). Tem toda a variedade de produtos de um grande supermercado.
Tele-entrega: 99141-3235 (Whatsapp) e 3112-1452.
Peça um desconto!

Quitanda do Paredão:
Além de frutas e verduras, o mercadinho da Avenida Hercílio Luz tem produtos de mercearia e açougue, com entrega em todo o Centro.
Tele-entrega: 99901-0001 (Whatsapp) e 3112-0994.
Peça um desconto!

Mini mercado Grasel:
Tradicional mercadinho na Avenida Hercílio Luz (esquina José Jaques) oferece grande variedade de mercadorias.
Tele-entrega: 98444-6228 (Whatsapp) e 3223-7069.
Peça um desconto!

Mini mercado Gomes:
Pequeno, porém, tradicional estabelecimento na Rua Arno Hoeschl, além de mercearia, oferece grande variedade de produtos da sua própria panificadora.
Tele-entrega: 99617-9534 (Whatsapp) e 3225-4560.
Peça um desconto!

Mini mercado Pauli:
Localizado na Rua Almirante Lamego, tem grande variedade de produtos de mercearia, frutas e legumes, além de artigos de limpeza em geral.
Tele-entrega: 98428-5131 (Whatsapp) e 3223-5283.

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Notícias sobre o Centro na mídia regional (30/4/2020)

– Florianópolis proíbe uso da água para funções não essenciais, como lavação de carros e calçadas (Informe Floripa)

– Governador de SC diz que transporte coletivo segue sem previsão de retorno (ND Mais)

– Supermercado Angeloni do Centro é fechado para desinfecção após três funcionários serem confirmados com covid-19 (Folha da Cidade)

– Florianópolis anuncia o Covidômetro e reforça a obrigatoriedade do uso da máscara (OCP News)

(Foto de abertura: Billy Culleton)

 

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Calçadões centrais e Beira Mar Norte – É obrigatório usar máscaras nas principais vias do Centro

A Prefeitura de Florianópolis determinou que a população terá que usar máscaras para frequentar o microcentro da cidade.

A medida entra em vigor na próxima segunda-feira, 4, e será obrigatória em locais de grande circulação e prática de exercícios, como nas ruas próximas ao comércio e a Beira Mar Norte.

A fiscalização será feita pela Guarda Municipal de Florianópolis e as penalidades a serem aplicadas em caso de recusa do uso da máscara serão, progressivamente, advertência, boletim de ocorrência e multa de R$ 125.
A obrigatoriedade da proteção foi anunciada pelo prefeito Gean Loureiro na manhã desta quarta-feira, 29, e é válida também para os locais próximos aos comércios em todos os bairros da Capital.

Até agora, o uso obrigatório de máscaras era apenas para as pessoas que atendem ao público, nos órgãos públicos e privados, além do comércio em geral.

(Texto e fotos: Billy Culleton)

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Diário da Quarentena Narrativas do Centro

Diário da Quarentena – As duas quarentenas do Cachorrão

Por João Carlos Mendonça*

A minha quarentena, na verdade, foram duas. Cheguei do Recife dia 16 de março depois de férias num baita resort.
Tudo pago com meu dinheiro.
Cheguei e o porteiro foi logo avisando. “Seu João, ‘temos’ na quarentena, pandemia, coronavírus”.
Num primeiro momento não dei bola e saltei.
“Isso é uma briga biológica entre Estados Unidos e China”.
Que nada!
Não era um resfriadinho, nem uma gripezinha.
O negócio era sério.

Naquele mesmo dia queria ir reencontrar a ‘cacaiada’ no Érico Bar, aqui na Hercílio Luz. Alertado pela filha e pela sobrinha, que é médica, recolhi os panos.
Fiquei em casa.

No dia seguinte, e ainda de férias no trabalho, é que a ficha começou a cair.
O que comer? Onde comer?
Mas, primeiro lavar tudo. Roupas, limpar a casa e passar o tal do álcool gel.
Não, não tenho álcool gel. Fui comprar.

No Imperatriz, nem pensar. Foi fechado pela vigilância. Funcionários infectados.
Nas farmácias. “Estamos em falta”.
Numa delas, da Avenida Mauro Ramos, tinha. Muito caro.
Subi a Crispim Mira e fui no Hipoo. Tinha álcool gel. E barato. Comprei logo dois.
Volta pra casa.

Ver filmes no Netflix? Bela opção.
A filha sugere “Mistério da Cela 7”.
É triste, diz ela. Mas, encarei.
Muito triste, mas uma bela história.
Dividi em duas partes. Uma naquela noite e o restante no dia seguinte. Baita filme. Produção da Turquia.
(Ova conseguiu salvar o Memo).
Chorei. Assistam.

E assim vai indo essa quarentena. Pede almoço, compra pão na padaria (não esquece aquele cigarrinho), leite também, e se tiver guloseimas traz umas.

Agora vamos torcer pra tudo isso acabar. Vai acabar.
E esperamos um mundo novo. Mas solidário, mais humano, com menos briga, menos orgulho, mais paciência, mais amor e menor rancor.

Ah, mas, por que as duas quarentenas sobre quais falei no início?
Uma biológica, e a outra porque no dia que cheguei de viagem decidimos terminar a nossa relação. Eu e ela.
Portanto, tô na pista galera!
Vida que segue…

* Jornalista, morador do Centro e conhecido como ‘Cachorrão’

O Floripa Centro criou este espaço para que moradores da região central de Florianópolis possam partilhar como estão passando a quarentena, enquanto o coronavírus não passa!

Quer mandar o seu relato?
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Se desejar, também pode mandar um pequeno vídeo.

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Notícias sobre o Centro na mídia regional (29/4/2020)

– Comunidade do Morro do Mocotó protesta contra violência policial no Centro da capital (Folha da Cidade)

– Homem de 77 anos morador da Capital é a 10ª morte por Covid-19 na Grande Floripa (Site Tudo sobre Floripa)

– Atividades esportivas ao ar livre são liberadas com regras em Santa Catarina; futebol ainda não (Anderson Silva, NSC Total)

– Covid-19 – Centro chega a 50 casos enquanto Trindade, Ingleses e Agronômica tem 30 e Itacorubi 20 confirmados (Folha da Cidade)

– Hotéis, shoppings e templos religiosos de Florianópolis devem medir a temperatura dos usuários (OCP News)

– Fundação Cultural Badesc seleciona quatro exposições para 2020 (OCP News)

(Imagem de abertura: vídeo divulgado na Folha da Cidade)

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