Venezuelanos continuam chegando – Agora, na pandemia, alguns se mantêm como ambulantes no Centro
Josara Rodrigues vende guloseimas pelas ruas do Centro da Capital.
Ela não descansa um instante na busca incessante por encontrar um comprador para os seus produtos, que expõe dentro de uma pequena caixa plástica.
São chocolates, chicletes e balas que compra numa loja atacadista na Rua Conselheiro Mafra.
Numa casa, 16 pessoas
Ela faz parte de um grupo de 16 venezuelanos que chegou à Grande Florianópolis há menos de um mês.
São três famílias, com filhos menores de idade, que decidiram deixar Caracas na busca de uma vida melhor em Santa Catarina.
“A situação econômica lá está muito difícil”, afirma.
Os venezuelanos conseguiram alugar uma casa no Bairro Bom Viver, em Biguaçu, por R$ 1,2 mil por mês.
“Aqui é bem melhor”
As mulheres do grupo vendem guloseimas e os homens fazem qualquer tipo de bico: construção civil, atendente no comércio ou jardinagem.
“Estamos melhor que lá. Dividimos as despesas entre todos e conseguimos nos manter”, diz, encurtando a conversa, enquanto continua, quase freneticamente, oferecendo os doces para os pedestres do Largo da Alfândega.
Antes, as famílias passaram por Boa Vista, em Roraima, onde ouviram falar da capital catarinense.
“De fato, aqui é bem melhor, mesmo com toda esta pandemia, o dinheiro gira mais”.
Em SC, quase 5 mil venezuelanos
Até março deste ano, 4,8 mil venezuelanos tinham chegado a Santa Catarina por meio da Operação Acolhida, do governo federal, segundo reportagem “Imigrantes em Florianópolis relatam dificuldades e perda de emprego durante quarentena“, do Portal G1/SC (as informações abaixo também foram extraídas dessa matéria).
Na Capital, umas das ONGs que atende os imigrantes é “Círculos de Hospitalidade”.
A entidade tem reforçado a sua atuação em razão da pandemia, já que a situação dos imigrantes piorou muito, com a falta de oportunidades de emprego.
Desde março, cerca de 900 pessoas que vivem na Região Metropolitana de Florianópolis se cadastraram na instituição para receber cestas básicas, fraldas e leite.
As duas principais nacionalidades dos assistidos pela ONG são venezuelana e haitiana, mas há cadastro de famílias da Argentina, Colômbia, Cuba, Irã, Paraguai, Senegal, Síria e Uruguai.
A Secretaria de Assistência Social de Florianópolis informou que as pessoas migrantes que precisarem de atendimento como alimento e pernoite podem ir até a Passarela da Cidadania, e que podem ainda pedir orientações gerais nos Cras.
Projeto Oportunidade
Em abril começou a parceria da Organização Internacional para Migrações, vinculada à ONU, com a Círculos de Hospitalidade, por meio do Projeto Oportunidade.
Entre outras ações, a ideia é mapear o mercado de trabalho catarinense e o perfil profissional de migrantes e refugiados, e oferecer capacitação e fomentar o empreendedorismo, fortalecendo o trabalho que a ONG já desenvolve.
Inicialmente, os trabalhos estão sendo de forma remota. O escritório em Florianópolis fica junto à Defensoria Pública da União (DPU).
O Projeto Oportunidade é financiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
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