A formosura das mulheres de Florianópolis em 1900, segundo um dos mais importantes escritores de SC
Apoio cultural: Box 32 e CDL Florianópolis
O escritor Virgílio Várzea é uma referência quando o assunto é a história da capital catarinense.
Dentre as diversas contribuições literárias deixadas por ele, encontra-se a obra Santa Catarina: A Ilha (1900), considerada um fonte inestimável para conhecer os costumes do povo ilhéu há mais de 120 anos.
Num dos trechos da sua obra, ele destaca a formosura das mulheres da cidade.
“São verdadeiras belezas, quer na corpulência, quer na harmonia doce e seráfica dos traços fisionômicos.”
Confira a descrição, numa escrita elegante, poética e refinada de um dos mais importantes escritores desterrenses:
- “(A beleza) se explica naturalmente, pela saúde e liberdade do campo, onde o clima é sempre doce, o ar sempre puro e desenervante, e onde a vida corre despreocupada e feliz, quase sem impressões desagradáveis ou opressões morais, que tanto afetam a existência nos meios populosos, em que há grande concorrência e é mais dolorosa a luta pela vida”.
- “E explica-se ainda pela conservação integral do primitivo tipo açoriano que aí ficou vitorioso, tipo que, segundo viajantes e escritores, é dos mais belos da raça portuguesa, pois foi refinado pela plástica admirável de portugueses, holandeses e espanhóis, que colonizaram também essas ilhas.”
Para reforçar as afirmações, Várzea recorre ao livro “O Arquipélago dos Açores”, publicado em 1871, por Acúrcio Ramos.
- “As mulheres geralmente são altas, elegantes e formosas. São variados os tipos, variadas as beldades, mas sempre tipos agradáveis, sempre beldades simpáticas”.
- “Aparecem com mais frequência lindos olhos castanhos, ornando alvos rostos levemente rosados, com que singularmente contrastara os cabelos negros e finos; mas também não é rara a formosa mulher de cabelos louros, olhos azuis e colo de alabastro, junto da viva e sedutora morena, cujo olhar fascinador atrai e cativa”.
- “Não abundam tanto, mas não escasseiam inteiramente, os rostos pálidos, dessa palidez viçosa e encantadora que as damas geralmente ambicionam, brilhando nelas, debaixo de negras sobrancelhas, uns olhos negros, úmidos, luminosos e inspiradores, e pendendo-lhes aos lados fartas e negras tranças, como aquelas de que um distinto poeta disse estavam prisioneiros os mais apetecidos amores.”
(A foto de abertura é a pintura ‘Interior de uma casa na Ilha de Santa Catarina’, do barão Georg von Langsdorff, de 1803, e está publicada no livro ‘História de Florianópolis’, de Carlos Humberto Corrêa)
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