Década de 1920 – Conflito entre ‘taxistas’ de Florianópolis: carruagens perdem espaço para os automóveis

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Há pouco mais de um século, apareceram os primeiros chauffers no Centro de Florianópolis, oferecendo o serviço de táxi nos modernos automóveis.
Até então, esse tipo de transporte era exclusividade dos cocheiros, com suas carruagens puxadas por cavalos.

Por isso, a chegada da inovação provocou o enfrentamento das duas categorias, como aconteceu recentemente entre motoristas de aplicativos e taxistas.

Uma reportagem do jornal Folha Nova, de 1926, mostra a preocupação dos cocheiros com a popularidade do ‘auto’ em detrimento do ‘carro’, como se chamavam antigamente as carruagens.
A nevrose da velocidade e da elegância fez o automóvel rechassar de todas as cidades, quase completamente, a presença dos carros de tracção animal. Raro é a capital, e até mesmo povoado do interior, em que o carro tenha conseguido defrontar o arrogante concurrente”, diz o texto de 18 de novembro daquele ano, disponibilizado pela Biblioteca Pública do Estado, por meio da Hemeroteca.


Mas ainda são procurados pelo público?”, questiona o repórter, ao ‘antigo e estimado cocheiro, sr. Pepino’.
Naturalmente. Os autos nos fazem muito mal, mas estamos nos aguentando”, foi a resposta.
Há muita gente que nos dá preferência. Somos mais baratos e menos vaidosos”.

Chauffers dos modernos táxis (imagem da reportagem da Folha Nova)

Mas, logicamente, em poucos anos os cocheiros acabaram desaparecendo da paisagem de Florianópolis, sendo substituídos pelos chauffers, que dirigiam os inovadores veículos movidos a gasolina.

Confira as exigências para os cocheiros, em 1903 (Jornal O Dia):

Os cocheiros em imagem do jornal Folha Nova

Grave acidente envolve carruagem, em 1908 (Jornal O Dia):

‘Carro’ de luxo transportando autoridades catarinenses, em Florianópolis, no início do século passado (Casa da Memória)

Anúncio de venda, em 1917 (Jornal O Dia):

(A imagem de abertura é acervo da Casa da Memória)

 

 

 

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