Novos tempos – Em menos de 10 anos, 75% das bancas de revistas fecharam no Centro de Florianópolis
Por Billy Culleton
No início da década de 2010 existiam 31 bancas de jornais e revistas no Centro da Capital. Atualmente, sobrevivem apenas oito. Os dados são da Distribuidora Florianópolis de Publicações.
Os motivos da decadência das bancas são as publicações digitais, somado à falta de interesse pela leitura dos mais jovens e à disseminação de informações por meio das redes sociais.
Pontos tradicionais do Centro não estão resistindo à ausência de clientes e fecharam as portas nos últimos meses. São exemplos disso, a banca da Praça dos Namorados, na Beira Mar Norte, e a banca da Avenida Osmar Cunha, próxima ao Ceisa Center.
As que resistem buscam diversificar a oferta de produtos, vendendo guloseimas, bebidas e lembranças da Capital.
“Está muito difícil se manter: a venda de jornais e revistas semanais caiu 80% nos últimos anos. Agora, os impressos que mais se comercializam são palavras-cruzadas e revistas de receitas”, conta Solange Maria da Costa, 68, da Banca Praça XV, a mais antiga de Florianópolis, com mais de 110 anos.
A banca pertence a Solange e ao marido Irival Costa, 72, desde 1972. Antes, era de Arthur Beck, que tinha herdado do pai Alberto e do avô José.
Era a famosa ‘Banca do Beck”, onde os antigos ilhéus aguardavam ansiosos pela demorada chegada dos jornais do Rio de Janeiro e São Paulo.
A Banca Catedral, também na Praça XV, achou um nicho de mercado que compensa a queda na venda dos produtos tradicionais: as apostilas para concursos públicos. Os exemplares são vendidos a preços que variam entre R$ 55 e R$ 90.
O proprietário Adriano Silva conta que teve que abrir o leque de produtos para venda, já que a procura por jornais e revistas decaiu muito nos últimos anos.
O ponto sempre foi da família. Originalmente, a banca ficava numa rua que desapareceu e que passava bem na frente das escadarias da Catedral Metropolitana (era a continuação da Rua Fernando Machado).
Quando foi construído o Largo da Catedral, a banca foi transferida para a praça.
Outra prova da decadência deste tipo de comércio é a banca do Calçadão da Deodoro que nos últimos meses, por causa do baixo movimento, está abrindo em meio período: somente à tarde.
E assim, a modernidade, com suas novas tendências, vai avançando sobre os costumes seculares dos florianopolitanos…
Confira outras imagens históricas da Banca Praça XV, a mais antiga de Florianópolis. (Fotos: arquivo pessoal Solange da Costa)
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