Há exatos 60 anos – Avião da Esquadrilha da Fumaça que caiu no Centro da Capital atingiu casa de futuro prefeito

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Apoio cultural: Box 32 e CDL de Florianópolis

Por Billy Culleton
Uma tragédia aérea comoveu Florianópolis na manhã de 28 de novembro de 1961.
Um avião da Esquadrilha da Fumaça que fazia uma apresentação para milhares de pessoas, no Centro, caiu no Largo Benjamin Constant, localizado na frente do atual Supermercado Hippo.

Piso da praça evoca tragédia com avião modelo T-6

Os quatro aviões faziam uma exibição em razão dos festejos pela entrega de espadins aos novos oficiais da Polícia Militar de Santa Catarina, no Quartel do Comando da PM, na frente da Praça dos Bombeiros.

Reportagem do Jornal O Estado de 29 de novembro

Nesse momento, durante as ‘evoluções’, houve o choque entre dois aviões.
Um deles caiu na, depois chamada popularmente, ‘Praça do Avião’, a 300 metros do Quartel, matando o piloto Durval Trindade, carioca de 27 anos.
A outra aeronave, mesmo com a asa direita danificada (perdeu 50 centímetros), conseguiu manter-se no ar e aterrissar na Base Aérea.

Registro do fotógrafo Paulo Dutra, do Jornal O Estado

O aparelho, após bater no solo, atingiu uma residência, de propriedade do General Vieira da Rosa, conhecido como General Rosinha, que se tornaria prefeito municipal entre os anos 1964 e 1966.

Aviões pararam em Florianópolis por pane em motor
No dia anterior à tragédia, a Esquadrilha da Fumaça retornava de Porto Alegre com destino ao Rio de Janeiro.
Por causa de uma pane no motor, justamente do avião que caiu depois, houve um pouso de emergência na Base Aérea de Florianópolis. Os demais aparelhos também desceram.

Aproveitando a rápida permanência dos famosos ases da aviação nesta capital, o comando da Polícia Militar do Estado convidou-os a fazer demonstrações, já que no dia de ontem vários festejos marcaram a entrega de espadins aos novos oficiais do Curso de Formação de Oficiais, mantido por aquela corporação”, publicou o Jornal O Estado, de 29 de novembro de 1961.

Imagem do Largo na década de 1970 (Acervo Casa da Memória)

E continua o relato:

“Às 9h33min, precisamente, quando executavam uma manobra denominada trevo, a fatalidade fez com que o avião do tenente Trindade se chocasse com o avião do tenente Otto, tendo o primeiro, em velocidade espantosa, caído ao solo, na parte norte do Largo Benjamin Constant”.

Foto de Paulo Dutra mostra os restos do avião

 “Atingido, o avião sinistrado, desgovernado, baixou vertiginosamente, rompendo fios de alta tensão e, batendo no solo, projetou-se contra a residência do General Vieira da Rosa derrubando uma das paredes fronteiras e indo cair nos terrenos de fundo. O aparelho ficou completamente destroçado, reduzido a um montão de ferro retorcido.”

Após a tragédia, o corpo do piloto foi levado para a Base Aérea e, antes de ser transladado para o Rio de Janeiro, recebeu homenagens do então governador Celso Ramos, que estava assistindo à apresentação da Esquadrilha da Fumaça e cuja residência familiar, coincidentemente, ficava a 100 metros do Largo Benjamin Constant, na Avenida Trompowsky.

Registro do evento no Comando da PM, antes do acidente (Jornal O Estado)

(A foto de abertura é do Arquivo Nacional)

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