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Histórias do Centro

A formosura das mulheres de Florianópolis em 1900, segundo um dos mais importantes escritores de SC

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O escritor Virgílio Várzea é uma referência quando o assunto é a história da capital catarinense.

Dentre as diversas contribuições literárias deixadas por ele, encontra-se a obra Santa Catarina: A Ilha (1900), considerada um fonte inestimável para conhecer os costumes do povo ilhéu há mais de 120 anos.

Num dos trechos da sua obra, ele destaca a formosura das mulheres da cidade.
“São verdadeiras belezas, quer na corpulência, quer na harmonia doce e seráfica dos traços fisionômicos.”

Confira a descrição, numa escrita elegante, poética e refinada de um dos mais importantes escritores desterrenses:

  • “(A beleza) se explica naturalmente, pela saúde e liberdade do campo, onde o clima é sempre doce, o ar sempre puro e desenervante, e onde a vida corre despreocupada e feliz, quase sem impressões desagradáveis ou opressões morais, que tanto afetam a existência nos meios populosos, em que há grande concorrência e é mais dolorosa a luta pela vida”.
  • “E explica-se ainda pela conservação integral do primitivo tipo açoriano que aí ficou vitorioso, tipo que, segundo viajantes e escritores, é dos mais belos da raça portuguesa, pois foi refinado pela plástica admirável de portugueses, holandeses e espanhóis, que colonizaram também essas ilhas.”
Na década de 1960, modelos desfilam no vão central do Mercado Público (autor da obra é desconhecido)

Para reforçar as afirmações, Várzea recorre ao livro “O Arquipélago dos Açores”, publicado em 1871, por Acúrcio Ramos.

  • “As mulheres geralmente são altas, elegantes e formosas. São variados os tipos, variadas as beldades, mas sempre tipos agradáveis, sempre beldades simpáticas”.
  • “Aparecem com mais frequência lindos olhos castanhos, ornando alvos rostos levemente rosados, com que singularmente contrastara os cabelos negros e finos; mas também não é rara a formosa mulher de cabelos louros, olhos azuis e colo de alabastro, junto da viva e sedutora morena, cujo olhar fascinador atrai e cativa”.
  • “Não abundam tanto, mas não escasseiam inteiramente, os rostos pálidos, dessa palidez viçosa e encantadora que as damas geralmente ambicionam, brilhando nelas, debaixo de negras sobrancelhas, uns olhos negros, úmidos, luminosos e inspiradores, e pendendo-lhes aos lados fartas e negras tranças, como aquelas de que um distinto poeta disse estavam prisioneiros os mais apetecidos amores.”

(A foto de abertura é a pintura ‘Interior de uma casa na Ilha de Santa Catarina’, do barão Georg von Langsdorff, de 1803, e está publicada no livro ‘História de Florianópolis’, de Carlos Humberto Corrêa)

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Atualidade

Acolhido no abrigo da Passarela – Homem em situação de rua dá a volta por cima e consegue emprego no Sesc

Apoio cultural Box 32 e Audioprev

José Paulo*, de 35 anos, está acolhido há quatro meses na Passarela da Cidadania, um dos abrigos da Prefeitura de Florianópolis para pessoas em situação de rua.
Natural de Santa Maria e com ensino superior incompleto em Jornalismo, ele ficou em situação de rua após o falecimento de sua mãe, em abril deste ano.

A história de José Paulo está tomando um novo rumo, isto porque no fim desta semana ele ingressará em um novo emprego.

O gaúcho irá atuar como auxiliar de serviços gerais no Serviço Social do Comércio (Sesc), e conta animado sobre a nova experiência profissional.
“Sou muito grato por tudo que fizeram por mim. Antes da entrevista, por exemplo, eu tomei um café da manhã reforçado. Tomei banho, troquei de roupa e tive toda ajuda necessária”, comenta.

A vaga foi apresentada para ele por encaminhamento da equipe da ONG Nurrevi, que é a prestadora de serviços paga pela Prefeitura na Passarela da Cidadania.
A equipe de assistentes sociais, psicólogos e psicopedagoga faz este e outros encaminhamentos, quando necessário, e com o consentimento do acolhido.

Além da alegria pela nova oportunidade profissional, José Paulo está animado para conseguir alugar um espaço para morar.

“Um dos meus grandes objetivos é morar em outro local. Sou muito feliz pelo tempo aqui, mas é uma forma de agradecimento e de demonstrar que o trabalho da equipe deu certo quando eu conseguir me mudar” cita.

A Passarela da Cidadania conta com cerca de 200 vagas para pessoas em situação de rua com pernoite, refeições, doações de roupa, atendimentos de enfermagem e odontologia, cursos profissionalizantes e aulas para Educação de Jovens e Adultos.

(*Nome fictício. Com imagens e texto da PMF. A foto de abertura é de Billy Culleton)

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Histórias do Centro

Os 150 anos da ‘velha figueira’ da Praça XV, na Capital, que já esteve plantada em três lugares diferentes

Lambe lambe se destaca na imagem da década de 1950 (Acervo Cid Junkes – Foto B – Coleção Desterro Antesdonte)

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Em 1871, o então Largo da Matriz recebeu a pequena árvore que se transformaria num dos principais símbolos de Florianópolis: a velha figueira, “onde em tarde fagueira vou ler meu jornal“, como eternizou o poeta Zininho, em 1965, na música Rancho de Amor à Ilha, que se tornaria o hino da cidade.

A muda veio do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, junto com as palmeiras reais, que ainda se encontram na área.
A figueira foi inicialmente colocada na frente da Catedral Metropolitana e, em fevereiro de 1891, replantada no local onde está até hoje, no coração da Praça XV de Novembro.

Local ideal para sentar sob a sombra (Acervo Cid Junkes – Foto B – Coleção Desterro Antesdonte)

Para isso, foi aberta uma grande fossa de 20 metros, que recebeu a árvore, decepada pela poda, mas sem que lhe fossem sacrificadas as suas raízes.
O transporte foi feito em carretão, puxado por duas juntas de boi.

O relato consta no livro “Praça XV – Onde tudo acontece”, do pesquisador Cesar do Canto Machado, e foi reproduzido em reportagem do jornalista Clóvis Schmitz, publicada no ND, em 2017.

Figueira é considerada a rainha da Praça XV (Google Street)

Com o passar das décadas, os galhos foram crescendo e se estendendo por boa parte da Praça, começando a atrapalhar a mobilidade dos freqüentadores do local.

Por isso, foi necessário sustentá-los com hastes de metal, que preservam a estrutura da velha árvore.

Em 2014, ela recebeu uma restauração geral, que retirou plantas e fungos que estavam prejudicando a figueira.

Catedral na década de 1920, quando a figueira já tinha sido retirada do local (Casa da Memória)

Figueirense?
Apesar de muitos ligarem a ‘velha figueira’ ao Figueirense, o nome do clube se refere ao antigo Bairro da Figueira, no Centro, perto da Rodoviária Rita Maria.

A fundação do clube se deu na atual Rua Padre Roma, em 1921, próximo a outra figueira, que já não existe e que estava localizada na parte de cima do posto de combustível Rita Maria.

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Atualidade

Nova iluminação aumenta segurança no entorno do Mercado Público, Largo da Alfândega e Ticen

Mais uma importante via de acesso à região central de Florianópolis, a Avenida Paulo Fontes, teve o sistema de iluminação pública substituído, com a troca de lâmpadas convencionais para lâmpadas de LED.

A troca total das luminárias foi finalizada na última semana pela Cosip, por meio do consórcio SQE Luz.

Entre as modificações, as 25 luminárias antigas, com lâmpadas de vapor de sódio, em 12 postes, deram lugar a 48 novas luminárias de LED.

Economia aos cofres
Além disso, a substituição do sistema também terá impacto positivo nos cofres públicos, com a economia de energia elétrica.

Este tipo de lâmpada é mais eficiente e tem menor impacto sobre o meio ambiente.

As novas lâmpadas também emitem luz branca, que deixa o ambiente mais claro, tornando a via mais segura para pedestres e motoristas.

(Com informações da PMF)

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Reportagens Especiais

Acidente com bicicletas na Ponte Hercílio Luz expõe problema recorrente da alta velocidade de alguns ciclistas

Dois ciclistas bateram suas bicicletas numa das passarelas da Ponte Hercílio Luz.
Ambos caíram, tiveram escoriações leves e foram atendidos pelo Samu, nesta quinta-feira, 9.

O acidente expõe um problema recorrente: a alta velocidade de alguns poucos ciclistas que utilizam a via como se fosse uma pista de corrida, colocando em perigo os pedestres que por ali transitam.
A maioria dos transeuntes é formada por famílias de turistas ou moradores da Capital que ficam admirando a paisagem, se deslocando lentamente, com crianças e idosos.

Confira o vídeo da Guarda Municipal:

Alguns ciclistas, no entanto, não respeitam uma característica única da passarela da Ponte: a separação entre pedestres e bicicletas é demarcada apenas por uma faixa pintada no chão.

“O caso merece a reflexão por parte dos ciclistas, pois alguns deles andam com uma velocidade não compatível com o local”, ressaltou Ricardo Souza, da Guarda Municipal de Florianópolis.

Diante desse problema, no ano passado, houve a sugestão de separar os ciclistas e pedestres: cada um utilizaria uma passarela, nas laterais da Ponte.
A proposta não avançou em razão que impediria os visitantes de apreciar a paisagem de ambos os lados da Velha Senhora.

Quem sabe, uma placa ou faixa na entrada das passarelas para sensibilizar os ciclistas a circularem devagar nesse trajeto de 800 metros…

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Atualidade

Cinemas da Capital são obrigados a divulgar fotos de crianças desaparecidas, confirma Tribunal de Justiça

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O poder público municipal pode legislar sobre proteção à infância e ao adolescente, naquilo que for de interesse local, desde que não divirja da legislação federal ou estadual.

Por isso, as redes de cinema de Florianópolis devem cumprir uma lei municipal que obriga a divulgação de fotos de crianças e adolescentes desaparecidas em salas de cinema.

Este foi o entendimento do Tribunal de Justiça (TJ), em decisão divulgada esta semana.

Por descumprir a determinação, as salas foram interditadas em 2013.
À época dos fatos, a norma restringia-se a obrigar a divulgação em cinemas.

Atualmente, por força da Lei Municipal Nº 9.844/2015, a obrigação foi estendida também para jornais editados no município, e para divulgação de fotos de adultos e idosos desaparecidos.

As redes de cinema ingressaram na Justiça, sob o argumento de que a lei de 2012 era inconstitucional, por ofensa ao inciso XV do art. 24 da CRFB/88.
O juízo de 1º grau julgou procedentes os pedidos iniciais e decretou a nulidade dos atos de interdição. Houve recurso ao TJ.

De acordo com o desembargador Vilson Fontana, relator da apelação, o art. 24, XV, da Constituição Federal, confere apenas à União, aos estados e ao Distrito Federal a competência concorrente para legislar acerca de proteção à infância e à juventude.

Ao mesmo tempo, explicou Fontana em seu voto, a Constituição atribui, inclusive aos municípios, o dever de colocar a criança e o adolescente a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
O relator lembrou decisão do Supremo Tribunal Federal neste sentido.

“Dito isto”, concluiu o magistrado, “a interdição das salas de cinemas das recorridas efetuada pelo Município de Florianópolis, pautado na Lei n. 9.028/12, foi provida de legalidade, de modo que a declaração de nulidade do ato realizada pelo juízo a quo merece ser rechaçada”. A decisão foi unânime

(Com informações da Assessoria de Comunicação do TJ/SC. A imagem de abertura é do Pixabay)

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Histórias do Centro

Vídeo – Os estranhos usos do mais antigo teatro de Florianópolis: prisão, primeiro cinema, sede da Alesc e salão de baile TAC

Por Billy Culleton

O Teatro Álvaro de Carvalho (TAC) foi inaugurado em 7 de setembro de 1875, 18 anos depois do lançamento da pedra fundamental.
Na época, foi chamado de Theatro Santa Isabel, em homenagem à Princesa Isabel.
O evento contou com a presença do presidente da província, João Capistrano Bandeira de Melo Filho, e da elite da cidade.
Houve discursos, fanfarra musical e teatro, com a apresentação da peça “Amor e Infância”, pela Sociedade Dramática Particular Recreio Catarinense.
A iluminação do interior do estabelecimento só era possível graças a candeeiros e lampiões a querosene.

Imagem atual da fachada do TAC (Acervo FCC)

Assim, há exatos 145 anos, a capital catarinense finalmente contava com um edifício com condições apropriadas para abrigar a cultura cênica da cidade.

Decadência e abandono
Mas a falta de apoio público, as disputas políticas e os problemas financeiros fizeram com que o TAC ficasse abandonado.
Consequentemente, começou a ser utilizado para outros fins.

– Em 1894, após o episódio conhecido como “A revolta da Armada”, o prédio foi usado como quartel, onde eram mantidos detidos os opositores à Nova República.

Final do século 19 (imagem de autoria desconhecida)

– No mesmo ano, numa atitude de rompimento com a monarquia extinta, passou a se chamar Álvaro de Carvalho, em homenagem ao primeiro dramaturgo catarinense.

Desenho de Domingos Fossari, representando o final do século 19

– O teatro também foi o lugar da primeira exibição de cinema em Florianópolis, em 1º de novembro de 1901, com o filme a “Guerra de Trasvaal”.
Anos depois, entre 1910 e 1954, sediou os cinemas Variedades, Royal e Odeon.

Década de 1950 (Acervo IHGSC)

– Em 1956, após o incêndio da Assembleia Legislativa, localizada do outro lado da Praça Pereira Oliveira, a sede do Legislativo ocupou por alguns meses o prédio do TAC.

Década de 1960 (Acervo Alesc)

– O teatro também era utilizado para bailes de debutantes, reuniões políticas e festivais beneficentes.

Baile na década de 1950 (Acervo IHGSC)

– Mas, desde a década de 1970, o palco do teatro recebe exclusivamente espetáculos artísticos e culturais que mostram o melhor da produção catarinense.

Teatro na atualidade (Divulgação FCC)

Confira o vídeo com a história do Teatro:

Saiba mais sobre o TAC, aqui.

(A imagem de abertura, da década de 1890 é de autoria desconhecida. As fontes pesquisadas para a produção desta reportagem foram a tese de mestrado “Um palco iluminado: o TAC em Florianópolis”, de Ivo Godois (Udesc, 2011) e os sites da Fundação Catarinense de Cultura, da Assembleia Legislativa de SC e da Prefeitura da Capital)

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Agendas

Crianças e jovens dos morros do Centro participam de oficinas educativas, profissionalizantes e esportivas

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O Bairro Educador, programa da Prefeitura de Florianópolis, oferece uma série de oficinas para a população da Ilha e do Continente.

Na região central, as sedes estão localizadas no Morro do Mocotó e Morro da Mariquinha e possuem onze oficinas para a comunidade.

No Mocotó, há aulas de empreendedorismo, defesa pessoal, dança zumba e fotografia, entre outras atividades.

Na Mariquinha, é oferecido treino funcional, violão, surf, leitura e contação de histórias, boi de mamão e design de interiores.

São duas horas-aula, dois dias por semana.

O Bairro Educador, com sedes também no Monte Verde e Monte Cristo, está vinculado à Secretaria Municipal de Educação, que ainda brinda aulas de apoio pedagógico.

Conforme o secretário de Educação, Maurício Fernandes Pereira, as atividades são desenvolvidas no contraturno escolar dos participantes.
Ele destaca que o programa busca proporcionar uma melhor qualidade de vida aos estudantes e aproximá-los de uma educação integral.

O superintendente do Bairro Educador, Hudson ‘Chiquinho’ Pires, lembra que o programa está atento igualmente para seleção de talentos, valorização da cultural local, inserção da população no mercado de trabalho e valorização e fortalecimento de laços comunitários.

As atividades

Morro do Mocotó
Taekwondo
Empreendedorismo
Defesa pessoal
Grafite
Teatro
Karatê
Zumba
Boi de mamão
Dança
Fotografia
Apoio pedagógico

Morro da Mariquinha
Danças urbanas
Capoeira
Treino funcional
Violão e percussão
Surf
Futsal
Leitura e contação de histórias
Design de interiores
Jiu-jitsu
Boi de mamão
Apoio pedagógico

(Com informações e imagens da Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Educação)

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Histórias do Centro

A lendária Confeitaria Chiquinho – Com três andares, em 1926, era o edifício mais alto de SC

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Em 11 de janeiro de 1904, Francisco Künzer, conhecido como Chiquinho, instalou num casarão colonial, a confeitaria que se tornaria referência de Florianópolis durante 63 anos.

O edifício na atualidade (Google Street)

A clientela da Confeitaria Chiquinho, na esquina das ruas Felipe Schmidt e Trajano, era formada por fregueses habituais e conhecidos, que faziam do estabelecimento o principal ponto de encontro da cidade, especialmente, para apreciar as saborosas empadinhas.

Fregueses lotando o estabelecimento, na década de 1950 (acervo Casa da Memória)

Em 1924, o novo proprietário, Theodoro Ferrari, demoliu o prédio original e dois anos depois concluiu o atual edifício, que se mantém idêntico até hoje.

Imagem de 1936 mostra a confeitaria à direita (acervo Casa da Memória)

Na época (1926) com três pisos, era o imóvel mais alto de Santa Catarina, segundo publicou o Jornal A Gazeta em 1954.

“A nova Confeitaria Chiquinho foi inaugurada com todas as pompas, um acontecimento que borbulhou os meios sociais da pacata cidade”, pontuou o site da Rádio Guarujá, segundo levantamento de Eduardo Petry, no site Santa Catarina Antiga.

A tradicional confeitaria era um point badalado e chique, onde as pessoas se encontravam para saborear as deliciosas e famosas empadinhas, diz o professor Anderson Abreu, pesquisador da Casa da Memória de Florianópolis.

Clientela era formada, principalmente, por homens (Acervo Velho Bruxo)

Banquetes e música ao vivo
Além de confeitaria, era também um bar que agregava em sua arquitetura interna mesas em mármore, com pés de ferro trabalhados no estilo rococó, prossegue Abreu.

Completavam a bela decoração, armários em madeira maciça e um belíssimo palco que recebia músicos emblemáticos, nas noites de sábados e nas manhãs de domingos. ⁣

Atrás do balcão, o proprietário Theodoro Ferrari, em 1927 (Acervo Velho Bruxo)

A confeitaria funcionava no andar térreo, em conjunto com um requintado restaurante, onde se ofereciam banquetes oficiais.
No segundo andar era o escritório da firma, que no início da década de 1940 foi ocupado pela sede da Rádio Guarujá.
A informação consta no artigo Memória Urbana da Arquitetura Comercial em Florianópolis.

Na atualidade, a única porta original da confeitaria e em cima, a inscrição na parede (Billy Culleton)

O texto afirma que desde sua construção, as duas únicas modificações percebidas na fachada, foram a inclusão em alto relevo da inscrição “Confeitaria Chiquinho” nas duas fachadas do edifício (que podem ser vistas atualmente) e a instalação da marquise em todo o perímetro da edificação.

Cinema com orquestra
No segundo andar da confeitaria também funcionou o cinema Cine Ponto Chic, depois o Cine Lido, localizado num pequeno espaço, com plateia plana.

Anúncio no jornal A Gazeta, 1934 (acervo Biblioteca Pública)

Os filmes mudos ainda eram acompanhados por uma orquestra ao vivo, sendo frequentado pelo melhor da sociedade da Capital, conta Eduardo Petry.

O estabelecimento fechou em 1967, há 54 anos.

Depois foi ocupado por diversas lojas.
A última foi a Livraria Catarinense que fechou as portas neste sábado 28 de agosto de 2021.

 

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Geração de vagas de emprego – Florianópolis fica em 1º lugar entre as cidades de Santa Catarina

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Comércio e o setor de serviços colocaram a Capital na liderança estadual na geração de vagas de trabalho no mês de julho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

A cidade teve saldo positivo de 1.599 novas vagas (8.853 admissões contra 7.254 desligamentos).
Em julho do ano passado, o saldo era negativo em 202 vagas.

Os setores que mais puxaram a alta foram os de comércio e serviços, seguidos pela construção civil.
Entre os profissionais contratados, a maioria tem entre 18 e 24 anos e ensino médio completo.

Quando a comparação é feita no acumulado (janeiro a julho) Florianópolis tinha em 2020 um saldo negativo de 7.892 vagas.

Agora a cidade contabiliza saldo positivo de 5.261 postos de trabalho abertos no mesmo período de 2020.

Floripa Mais Empregos
“A Prefeitura está empenhando esforços em várias áreas para apoiar a retomada da economia. Desde a vacinação em massa, que permite o retorno das atividades, passando pelo AME (auxílio Municipal Emergencial) até parcerias com o setor privado e as organizações sociais para promover capacitações em diferentes áreas. E as obras de infraestrutura também geram trabalho na construção civil”, avalia o prefeito Gean Loureiro, que em janeiro lançou o programa Floripa Mais Empregos.
O vice-prefeito Topazio Neto acrescenta as ações de assistência social e turismo, que também contribuem para a geração de renda que movimenta a economia.

“O Floripa Mais Empregos apontou os setores que tinham mais vagas abertas e passamos a direcionar as capacitações com este foco. Percebemos que há muita demanda por capacitação. Um exemplo foi a parceria com a UFSC, que superou todas as expectativas, em especial na área de cuidados com idosos. O próprio poder público municipal também começa a dar mostras de retomada com a abertura de processo seletivo na Secretaria Municipal de Educação”, diz.

(Com informações da PMF. A imagem de abertura é da Secom/SC)

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Reportagens Especiais

Na antiga Confeitaria Chiquinho – O fechamento da Livraria Catarinense, na principal esquina do Centro de Florianópolis

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A região central da cidade perdeu mais uma referência cultural.
A Livraria Catarinense fechou as portas, na esquina dos calçadões da Felipe Schmidt e Trajano.

A tradicional esquina ocupada pela livraria (Google Street)

O estabelecimento se mudou para um local bem menor, na Rua Deodoro, Nº 216.

Desde o início da década de 2000, a loja ocupava um dos prédios mais tradicionais da cidade: a antiga Confeitaria Chiquinho, que conta com dois andares, além do térreo.

As vendas de livros pela internet, o preço do aluguel e a diminuição no fluxo de clientes foram os motivos apontados por uma funcionária da Livraria Catarinense.

A nova loja, na Deodoro, muito menor que a antiga

 

 

 

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Agendas

Personagens do Centro – Engraxate elegante, Rafael Digueta faz sucesso no Tribunal de Justiça há 20 anos

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Se você já foi ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina, com certeza já se deparou com ele.
De terno bem alinhado, gravata e sapatos devidamente lustrados, Rafael Digueta, 32 anos, não passa despercebido.
Não pelo traje típico de quem por lá circula, mas porque ele é engraxate.
– Bom dia! O sapato do senhor está precisando de um trato. Vem aqui que eu dou um jeito.

E é assim, sem estipular valor – “o cliente me paga quanto ele acha que vale meu trabalho”, diz -, que Digueta contabiliza clientes ao longo do dia.

O número é variável.
“Às vezes são 10 engraxes por dia, outras vezes mais, algumas menos. Varia bastante. Com a pandemia teve uma queda grande, de cerca de 60%”, conta.

Com sua caixa equipada com os mais variados produtos para o lustre de sapatos, ele coloca um sorriso no rosto e todo o seu conhecimento de marketing para atrair a clientela.
Há quase 20 anos ao lado da entrada do Tribunal – faça chuva ou faça sol, das 7h às 19h -, Digueta tem um público fiel.
Fruto do esforço que iniciou aos 12 anos, quando desembarcou em Florianópolis para perseguir o sonho de viver como engraxate.

“Eu pensei em um lugar onde teriam muitos sapatos, daí veio a ideia de trabalhar no Tribunal de Justiça”, explica.

“Naquela época eu já pensei no terno como um diferencial. De me vestir de acordo com o meu público e chamar a atenção. O terno era muito grande para o meu tamanho, mas foi assim que fui me destacando como engraxate”, relembra.

Ele saiu de Araranguá, sua cidade natal, para caminhar cerca de 220 quilômetros até chegar na capital catarinense, onde dormiu na rua por cinco meses.
Vida bem diferente da que tem hoje.
Conectado com mais de 7 mil seguidores em sua conta no Instagram @rafaeldiguetaengraxate, ele não para de trabalhar.
Nos fins de semana e feriados vende panos de prato e outros produtos pelas ruas da cidade.
Casado há 13 anos e pai de um menino de oito anos, Digueta vislumbra um futuro bem diferente.

“Eu não vim de uma família feliz, mas quero dar uma família feliz para a minha”, promete.

(O texto e as imagens são da Assessoria de Comunicação do TJ/SC)

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