Há 123 anos morria Cruz e Sousa – Conheça os locais, no Centro, onde nasceu e cresceu o poeta
A maioria dos florianopolitanos conhece a belíssima obra poética do desterrense João da Cruz e Sousa, nascido em 24 de novembro de 1861, e que dá nome ao Palácio que sedia o Museu Histórico de Santa Catarina, no centro da Capital.
Porém, pouco se conhece sobre os locais onde nasceu e cresceu o maior poeta simbolista do Brasil, que morreu no Rio de Janeiro, em 19 de março de 1898, e cujos restos mortais descansam no jardim do Museu Histórico.
Cruz e Sousa nasceu e passou a sua primeira infância na região conhecida como Chácara do Espanha, atrás da Catedral Metropolitana, perto do atual Teatro Álvaro de Carvalho.
No local existia uma grande propriedade que pertencia ao Marechal Guilherme Xavier de Sousa, para quem trabalhavam os pais do poeta.
Como informa a historiadora Graciane Daniela Sebrão, na dissertação de mestrado “Presença/ausência de africanos e afrodescendentes nos processos de escolarização em Desterro – Santa Catarina (1870-1888)”, Udesc, 2010.
“A família morava no porão amplo do sobrado de Marechal Guilherme Xavier de Sousa e Clarina Fagundes Xavier de Sousa, para os quais trabalhavam seus pais. A propriedade, que depois ficou conhecida como Chácara do Espanha, ficava próximo à Igreja Nossa Senhora do Rosário e ao Teatro Santa Isabel (atual TAC).”
Seu pai foi escravo do casal até 1864, quando o marechal o libertou. Sua mãe Carolina, porém, já estava na condição de liberta.
“Por isso, o menino nasceu livre”, conta Sebrão.
Casa na Praia de Fora
Em 1870, o Marechal Guilherme (nome de rua onde está a Igreja do Rosário), deixou à família do poeta uma parte do solar, em testamento.
No entanto, alguns anos depois, de acordo com a pesquisa da historiadora, a família se mudou para a Praia de Fora, onde o pai de Cruz e Sousa conseguiu construir uma casa.
A Praia de Fora estava localizada na atual Beira Mar Norte, aproximadamente, entre a Avenida Gama D’Eça e a Rua Arno Hoeschel.
Após dirigir o jornal Tribuna Popular, ser professor e lançar o primeiro livro “Tropos e Fantasias”, em 1890, partiu para o Rio de Janeiro onde seguiu a sua brilhante trajetória de poeta e ativista.
Morreu de tuberculose, em Minas Gerais em 19 de março de 1898.
Veja o documentário sobre Cruz e Sousa, encarnado pelo ator Maurício Gonçalves:
(A imagem de abertura é da obra “Exposição comemorativa do centenário de nascimento de Cruz e Sousa – 1861 – 1961”, da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro)
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