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Prefeitura distribui R$ 100 para 1,8 mil famílias de alunos carentes das escolas municipais da Capital

As famílias de 1,8 mil estudantes dos núcleos de educação infantil e de escolas da rede municipal de ensino da Prefeitura de Florianópolis receberão R$ 100 por mês por meio do chamado cartão-merenda.
Só serão beneficiadas as famílias que estão cadastradas no Bolsa Família.

O valor foi calculado com base na alimentação que os alunos recebem durante o período em que estão nas unidades educativas, já que são as principais ou as únicas refeições que a maioria faz no dia.

Aplicativo ‘Meu Vale’
Nesta primeira fase, que teve início nesta terça-feira, 24 de março, os beneficiários poderão realizar compras nos estabelecimentos cadastrados e efetuar o pagamento por meio do aplicativo “Meu Vale”.
Aquelas famílias que não possuírem smartphone, mas tiverem um telefone para realizar ligação, poderão ter a compra aprovada por uma central telefônica, no 0800 5800 393.

Foto: divulgação PMF

310 comércios
O cartão-merenda está apto para 310 estabelecimentos atualmente, em que poderão ser comprados produtos alimentícios.
Os supermercados, padarias, açougues e hortifrutis que não estiverem cadastrados, mas possuírem interesse em fazer parte da lista, podem entrar em contato no telefone 4003 3731 ou acessar o site www.meuvale.com.br.

Para as famílias que não possuem telefone celular ou não encontrem uma maneira de ligar para efetuar a compra pela central, na próxima semana, alguns estabelecimentos cadastrados serão também pontos de entrega do cartão físico.

Como se cadastrar:
1 – Fazer download do app “Meu Vale” na loja de aplicativos do seu celular
2 – Seguir os passos de cadastro para o primeiro acesso:
A – Primeiro acesso: Inserir CPF da MÃE ou PAI
B – Primeira senha de acesso ao app: 4 últimos dígitos do CPF
C – Criar nova senha de acesso ao app: livre escolha do usuário
D – Tirar uma selfie portando um documento com foto e aguardar aprovação
E – Realizar a primeira compra

(Em caso de dúvida, ligar para a central 24h – 4003 3731 ou 0800 5800 393)

Como comprar:
1 – Para realizar compras no estabelecimento comercial por QRCODE
A – Consultar rede credenciada no aplicativo
B – Realizar compra no estabelecimento
C – Clicar no botão “pague com help pay”
D – Escanear o QRCODE na loja
E – Inserir o valor da compra
F – Aguardar mensagem de confirmação: “Pagamento realizado com sucesso”

2 – Para realizar compra nos estabelecimentos sem ter o aplicativo
A – Realizar a compra
B – Ligar na central 0800 5800 393 para concluir o pagamento

(A foto de abertura é da UFSC)

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O adeus ao violinista Eric Klein, o grande animador das ruas do Centro

Morreu Eric. Ou Egon. Na década de 1990 ele, após curso intensivo de Numerologia, decidiu mudar o nome, para afastar os males e trazer mais vida.
E deu certo!

Apesar de levar uma rotina absolutamente desregrada, cometendo todos os abusos possíveis durante décadas, apenas agora, em tempos de Coronavírus, ele partiu, com 56 anos.

Sua magreza esquelética assustava a todos há mais de 25 anos.
Não se alimentava.
Aliás, sim, mas com ‘cevada líquida’.

Marcou gerações em Santa Maria e Florianópolis
O ‘alemão’ nasceu em Santa Maria, em 1963, e se formou em Odontologia pela UFSM.
Em toda sua juventude, participou do movimento estudantil resistente à Ditadura e era sempre o centro da atenção em qualquer encontro de rua ou de bar, com seu inseparável violino.

Após a formatura, abriu um consultório odontológico em Porto Alegre.
Aguentou a vida disciplinada durante ‘longos’ dois anos.
Mas voltou a seu habitat natural: a rua.
Tocar o violino era sua essência, independente de quanto ganhasse de gorjeta nos bares.
Chegou a Florianópolis nos anos de 1990.

Era figurinha carimbada e foi muito bem recebido durante a primeira década, frequentando bares e festas, sempre sendo prestigiado como o artista que era.
A idade e o álcool o fizeram deslizar mais rapidamente para a decadência.

Começou a morar na rua, na Rodoviária, no pátio das casas de ‘amigos’ ou onde fosse possível.
Um dinheirinho aqui, outro lá…

Em 2015 conseguiu uma pensão por ‘doença grave’. Tinha um enfisema pulmonar.

‘Descobri que o câncer se alimenta do que a gente come.
Por isso, como o mínimo possível e o câncer não avança”

Sem perder tempo, porque ‘tudo é efêmero’, começou a gastar tudo o que tinha direito como ‘aposentado’.
Era crédito consignado de tudo o que era lado.
Se hospedava em hostels da Lagoa da Conceição e gastava o resto nos bares locais, da Trindade ou do Centro, seus bairros preferidos.

E se divertia quando o Serasa, SPC ou escritórios de cobrança ligavam para ele.
“Não vou pagar, parem de me ligar. Não tenho como pagar..”.
E ficava por isso mesmo.

Nos últimos tempos, tinha consciência absoluta de que a morte estava sempre à espreita.
Tinha medo dela, mas tentava superar esse temor com muita conversa e outras ‘cositas más…’

Sabia ‘demais’ sobre a vida e gostava de ostentar a sua sabedoria, o que às vezes o afastava das pessoas.

Família em Santa Maria
A relação com a família sempre foi conturbada.
A mãe Lorena, ainda viva e que acaba de completar 85 anos, sempre quis endireitar o filho.
O irmão mais velho, o recriminava pelo seu estilo de vida.

Por isso, ele passava anos sem contatar estes dois familiares mais próximos que moravam na Rua Silva Jardim, no Centro de Santa Maria.
Foram quase 30 anos de afastamento.

Quando foi informado, em 2017, que teria pouco tempo de vida, por causa do enfisema, ele procurou a casa materna.
Lá, agora, era recebido sem questionamentos.

Ficava um mês ‘mamando na Mamma’ e retornava ‘forte e gordo’ às festas de Florianópolis: Bar do Gaúcho, no Terminal Urbano de Florianópolis, Amarelinha, Lagoa…
Para pernoitar, apelava para os últimos amigos que tinha e que generosamente ofereciam ‘mais uma vez’ um lugar para o descanso do violinista.
Mesmo que isso significasse atritos com os próprios familiares.
O amigo que o acolhia regularmente durante os últimos anos, o colocava numa edícula nos fundos da sua casa em Forquilhinhas e falava para a esposa e filhos: “Quando eu precisei, tive acolhida. Vamos fazer isto com Eric, também”.

Eric aproveitou a vida do jeito que achava possível: viajou pelo mundo e curtiu, amou (tem duas filhas em São José), sofreu, ensinou, aprendeu e agradeceu.
A sua consigna era viver plenamente.

Depoimento pessoal
Fez parte da minha vida durante 35 anos.

Ficava irritado com os ‘conselhos’ que recebia. ‘Se fosse bom, ninguém dava de graça”… Kk

Esteve presente na maioria das festas dos meus aniversários.
Os convidados gostavam mais, ou menos, dele.
Mas Eric foi marcante para todos os meus amigos e familiares.
E muitos, há décadas perguntam para mim: “E como está o teu amigo violinista?”
Essa é uma das ‘vidas eternas’ que a gente pode desejar e que o Eric merece.

Ele faleceu de parada cardiorrespiratória, em casa, no sábado, 21/3/2020, ao lado de sua mãe e seu irmão, em Santa Maria, para onde retornou pouco antes do Natal 2019.

Chau, hermano! Nos encontramos no Paraíso!

(Texto e fotos de Billy Culleton)

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Coronavírus – Padre Vilson Groh distribui cestas básicas nas comunidades carentes da Capital e pede doações

Respeitado por todos, pelo exemplo consolidado na sua trajetória de 40 anos trabalhando junto às pessoas necessitadas da cidade, o Padre Vilson Groh lançou, neste sábado, uma campanha para distribuir cestas básicas na periferia da Capital.

As pessoas podem doar qualquer quantia depositando na seguinte conta:

Banco do Brasil
Agência: 5255-8
Conta Corrente: 56284-X
CNPJ: 13.188.828/0001-67
Instituto Pe. Vilson Groh


Num vídeo enviado pelas redes sociais, neste sábado, o Padre Vilson anuncia a campanha e cita o Papa Francisco, destacando a necessidade da solidariedade neste momento difícil, “que confirma que tudo está integrado, interligado”.
O total arrecadado será utilizado na compra de cestas básicas para distribuição porta a porta nas comunidades carentes da cidade, que incluem os morros e também outras como Monte Cristo, na região continental.

Veja o vídeo:

Algumas reportagens sobre o Padre Vilson:
 “Padre Vilson Groh, uma vida dedicada a construir pontes e derrubar muros(ND, 2019)
 Conhecido pelo trabalho na periferia de Florianópolis, padre Vilson Groh completa 35 anos de sacerdócio (NSC, 2016)

Confira a íntegra da mensagem:
“Vivemos um tempo muito difícil.
Um momento que nos questiona, nos provoca, confirmando que tudo está integrado, interligado, como diz o Papa Francisco.
Enquanto Rede IVG queremos agradecer a profunda solidariedade que existe para manter todos os projetos e trabalhos da periferia.
Agora, estamos dispondo uma conta para depósito. Esse dinheiro será compartilhado com as necessidades de cada instituição para atender as crianças e as famílias.
Neste momento, onde a solidariedade se faz tão importante, permanecer dentro de casa é um primeiro ato da profunda solidariedade.Agora, a gente dispõe de uma conta, a partir da qual serão comprados os gêneros alimentícios ou outras necessidades das famílias.
Assim, vamos criando, cada vez mais, os elos da corrente do bem, que abre o caminho para materializar a esperança”

Conheça aqui o trabalho realizado pelo Instituto Vilson Groh.

O que vem dentro das cestas básicas:
Em pesquisa na internet, o Floripa Centro verificou que o Angeloni, por exemplo, vende dois tipos de cestas básicas uma de R$ 36,90 e outra de R$ 53,90.

Confira os itens de cada uma:
Cesta básica 1 – R$ 36,90

  • 1 unidade de café 500g;
  • 1 kg de açúcar refinado;
  • 2 kg de arroz parboilizado tipo 1;
  • 1 kg de feijão preto tipo 1;
  • 1 kg de sal refinado;
  • 1 unidade de massa 500g;
  • 1 unidade de molho de tomate sachet 340g;
  • 1 kg de farinha de trigo;
  • 1 unidade de óleo de soja pet 900ml;
  • 1 unidade de biscoito pacote 400g;
  • 1 unidade de sardinha enlatada 84g;
  • 1 embalagem cesta compacta 47x50x0,12.

 Cesta básica 2 – R$ 53,90

  • 2 kg de açúcar refinado;
  • 2 kg de arroz parboilizado tipo 1;
  • 1 kg de farinha de mandioca;
  • 1 kg de farinha de trigo;
  • 1 kg de farinha de milho;
  • 1 kg de feijão preto tipo 1;
  • 1 kg de sal refinado;
  • 1 unidade de café 500g;
  • 1 unidade de massa de sêmola 500g;
  • 1 unidade de óleo de soja pet 900ml;
  • 1 unidade de sardinha enlatada 83g;
  • 1 unidade de biscoito pacote 350g;
  • 1 unidade de leite em pó pacote 400g.
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Solidariedade e orientação – Sites oferecem ajuda on line para lidar com as consequências do isolamento

Psicólogos on line
O site A Chave da Questão foi criado para quem não está sabendo lidar com o isolamento por causa do Coronavírus.
A pessoa pode começar a ficar ansiosa, depressiva ou com medo demais.
Nesse site há diversos psicólogos conectados que poderão ajudar essas pessoas a lidarem com as próprias dificuldades.
Eles estão atendendo online, completamente de graça, as pessoas que estão precisando de ajuda.
www.achavedaquestao.com.br

Auxílio para idosos na Capital
A rede solidária Somar Floripa, da Prefeitura de Florianópolis criou uma campanha para auxiliar idosos a não saírem de casa como forma de prevenção ao Coronavírus.
Para solicitar ajuda, ligue ou mande um WhatsApp para: (48) 98441-0217.
Na plataforma da rede, quem está no grupo de risco pode fazer o cadastro e receberá ajuda de voluntários para fazer compras de alimentos ou medicamentos.
Na mesma plataforma, voluntários que estão fora do grupo de risco podem se inscrever para ajudar os necessitados.
http://somarfloripa.com/

Adoção de idosos pelo WhatsApp
Em São Paulo, uma pesquisadora resolveu criar uma campanha de ‘adoção’ de idosos para aplacar a solidão da quarentena, segundo informações do Portal G1.
Marília Duque criou um site em que detalha a ação e dá orientações para acompanhar os idosos. Entre elas, estão: mandar mensagens de manhã, de tarde e de noite, perguntar se está bem, se dormiu; ficar disponível para conversar; e dar orientações sobre como buscar ajuda médica, caso necessário.
http://saudeeenvelhecimento.com.br/anjo/

Apoio emocional 24 horas
O Centro de Valorização da Vida oferece apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar. Sob total sigilo, por telefone, email e chat 24 horas todos os dias.
É só ligar para o número 188 ou acessar o site https://www.cvv.org.br/

Orientação de saúde – Alô Saúde Floripa
A Prefeitura de Florianópolis lançou esta semana o Alô Saúde Floripa, um atendimento pré-clínico feito por meio de chat e videochamada por aplicativo, pelo site www.alosaudefloripa.com.br ou pelo telefone 0800-333-3233.
Pessoas residentes de Florianópolis, com cadastro em seu centro de saúde atualizados, que suspeitam de infecção pelo novo coronavírus ou tem alguma dúvida devem entrar em contato com o serviço.
Somente nesta semana o Alô Saúde Floripa evitou a ida sem necessidade de centenas de pacientes com sintomas respiratórios até os centros de saúde.
A medida evita a exposição de possível pacientes a outras pessoas, e a novas doenças.

Assistência social para população mais vulnerável
Os dez Centros de Referência de Assistência Social (Cras) da Prefeitura de Florianópolis estão atendendo a população por meio de chat no Facebook e e-mails.
Os espaços são referência para atendimento de população mais vulnerável, seja economicamente ou por localização geográfica.
As dúvidas sobre os serviços, programa e benefícios da assistência social, podem ser sanadas por meio destes canais.

Cras Centro
coordenacao.crascentro@pmf.sc.gov.br
https://www.facebook.com/crascentroflorianopolis/?ti=as

Cras Capoeiras
coordenacao.crascapoeiras@pmf.sc.gov.br
https://m.facebook.com/crascapoeirass/?ref=bookmarks

Cras Trindade
coo.crastrindade@pmf.sc.gov.br
https://www.facebook.com/CRAS-Centro-II-108905667409210/?modal=admin_todo_tour

Cras Jd. Atlântico
coordenacao.crascontinente1@pmf.sc.gov.br
https://www.facebook.com/crascontinente.crasi.5

Cras Saco Grande
coo.crassacogrande@pmf.sc.gov.br
https://www.facebook.com/crasnorte3/?eid=ARCou42Ez1UntJ03HPF-o_nv7mo_HzoNimON3qjSNp9or_ZlsXjnpR1K3KI2kL65mLHSVTpSbc2Ecd6N

Cras Canasvieiras
crasnortepaif@gmail.com
https://www.facebook.com/crascanasvieiras.semas.3

Cras Rio Tavares
crassul3@pmf.sc.gov.br
https://m.facebook.com/CrasSul03/

Cras Tapera
coo.crastapera@pmf.sc.gov.br
https://www.facebook.com/profile.php?id=100016287649286

Cras Saco dos Limões
coo.crassacolimoes@pmf.sc.gov.br
https://www.facebook.com/profile.php?id=100008067076999

Cras Ingleses
coo.crasingleses@pmf.sc.gov.br
https://www.facebook.com/profile.php?id=100008407451432

 

FEIRA ENTREGUE EM CASA:
O feirante Alexandre, que tem sua banca nas proximidades da Beira Mar Norte, está entregando seus produtos nas residências do Centro de Florianópolis.
Contato (48) 99934-1171.

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Jovem estaciona moto na cabeceira insular e se joga da Ponte Hercílio Luz

Os bombeiros conseguiram resgatar com vida uma mulher que tentou o suicídio na manhã desta quinta-feira, 19, na Ponte Hercílio Luz.
De acordo com testemunhas, em torno das 9h, a jovem com idade entre 20 e 25 anos, estacionou a moto próximo à entrada insular da Ponte, caminhou pela passarela até o vão central, deixou o capacete no chão e pulou na água.

Bombeiros do Grupamento de Busca e Salvamento, localizado na Avenida Beira Mar, a 100 metros, viram o incidente e imediatamente foram de lancha até o local, onde resgataram a jovem.
Ela foi encaminhada pelo Samu para o Hospital Celso Ramos.

Precisa de ajuda e quer conversar? Ligue gratuitamente para o número 188

Situações de vulnerabilidade
Conforme a Organização Mundial da Saúde, 90% dos casos de suicídio podem ser evitados através de ações de prevenção.
Uma vez que não existe uma causa única ou isolada, o que se costuma atribuir como motivo, em geral, é a expressão final de um processo de crise vivido pelo indivíduo, que deseja livrar-se de um sofrimento para o qual não está encontrando saída.

CLIQUE NA FIGURA ABAIXO PARA ACESSAR O SITE DO CENTRO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA:

Antes de consumar o ato, o mais comum é que a pessoa já tenha demonstrado diversos sinais e que já tenha procurado ajuda para esse sofrimento.
Estar atento a esse processo e lidar adequadamente com ele tem o potencial de gerar desfechos favoráveis.

Como identificar uma pessoa sob risco de suicídio
Existem indícios de que uma pessoa pode estar em maior risco para o suicídio. Alguns aspectos em sua história de vida e em seu comportamento podem ajudar a identificar quem precisa de maior atenção:

– História de tentativa de suicídio no passado;
– Diagnóstico de transtorno psiquiátrico, especialmente depressão, esquizofrenia ou uso abusivo de álcool ou drogas;
– História familiar de suicídio;
– Perda importante recente: morte, separação;
– Mudanças de comportamento recente: irritabilidade, tristeza, pessimismo, apatia;
– Mudanças do hábito alimentar e do sono;
– Sentimentos persistentes e exagerados de culpa, vergonha e incapacidade;
– Sentimentos persistentes de solidão, impotência, desesperança;
– Desejo súbito de concluir os afazeres pessoais, organizar documentos, escrever testamento, redigir cartas de despedida;
– Doença física grave e incapacitante;
– Menção repetida de vontade de sumir, desaparecer, morrer ou de matar-se.

É importante lembrar que esses fatores não são determinantes para o suicídio, mas podem interagir e contribuir para a sua ocorrência quando existe sofrimento intenso.

O que fazer quando se identifica alguém em risco
Um dos mitos mais comuns sobre esse tema é o de que não se deve perguntar se a pessoa está pensando em se matar porque isso pode induzi-la ao suicídio.

Pelo contrário, ao perceber sinais de que a pessoa está pensando em suicídio, o tema deve ser abordado abertamente, porém, com cautela e atitude de acolhimento. Proporcionar um espaço para falar sobre o sofrimento pelo qual a pessoa está passando, de forma respeitosa e compreensiva, favorece o vínculo, mostrando que nos importamos com ela e que outras saídas são possíveis.

Um dos recursos que podem ser utilizados é ligar gratuitamente, de telefone fixo ou celular, para o número 188 e acessar o Centro de Valorização da Vida (CVV).

(Com informações da Secretaria de Saúde de Florianópolis)

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Grupo de risco – Instituto Estadual de Educação abre as portas para atendimento da população de rua

As refeições para as pessoas em situação de rua começarão a ser distribuídas também no Instituto Estadual de Educação, no Centro da Capital, a partir desta sexta-feira, 20.
A iniciativa foi tomada pela Prefeitura de Florianópolis para evitar a aglomeração na Passarela do Samba, onde diariamente são atendidas centenas de homens e mulheres carentes.
A possibilidade de disponibilizar o Instituto de Educação, que está com as aulas suspensas, como opção para pernoite ainda está sendo avaliada.
Também buscando impedir o contagio do Coronavírus no transporte, desde ontem, 18, o poder público municipal disponibilizou um espaço extra na Passarela para receber as pessoas que pernoitavam no abrigo do Jardim Atlântico e que eram levadas em ônibus da prefeitura.

A operação conta com o apoio das entidades conveniadas, como a Associação Braços Abertos (ABA), movimentos sociais e projetos voluntários como o Somar Floripa, Movimento Pop Rua e Instituto Padre Vilson Groh, entre outros.

“Esse serviço é essencial. Muitas pessoas precisam desse atendimento e não podem ficar na rua, ainda mais com a circulação do vírus. Por isso estamos fazendo todas as adaptações possíveis e seguindo a recomendação da Vigilância Sanitária do município”, comenta a Secretária de Assistência Social de Florianópolis, Maria Cláudia Goulart da Silva.

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Idoso: precisa de ajuda para comprar alimentos ou remédios? Cadastre-se ou ligue!

A rede solidária Somar Floripa, da Prefeitura de Florianópolis, iniciou nesta quarta-feira, 18, uma campanha para auxiliar idosos a não saírem de casa como forma de prevenção ao Coronavírus.

Para solicitar ajuda, ligue ou mande um WhatsApp para:

(48) 98441-0217

Na plataforma da rede, quem está no grupo de risco pode fazer o cadastro e receberá ajuda de voluntários para fazer compras de alimentos ou medicamentos.

Na mesma plataforma, voluntários que estão fora do grupo de risco podem se inscrever para ajudar os necessitados.
Desta forma, será realizada a junção entre quem quer ajudar e quem precisa.

IDOSO, CADASTRE-SE AQUI:
http://somarfloripa.com/oportunidade/idosos-precisa-de-um-voluntario-para-compras/

(Atenção: por falta de atualização do texto da Prefeitura, o cadastro deve ser feito onde diz “Seja um voluntário…”)

VOLUNTÁRIO, CADASTRE-SE AQUI:
http://somarfloripa.com/oportunidade/auxilie-um-vizinho-idoso/

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Pessoas começam a circular pelo Centro com máscaras, embora seja desnecessário para quem estiver saudável

Na manhã desta terça-feira, 17, o Floripa Centro foi às ruas do Centro e flagrou várias pessoas usando máscaras cirúrgicas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso dessas máscaras só é recomendado para indivíduos que já estão doentes, para evitar transmitir infecções para outras pessoas.
Por serem descartáveis, ou seja, haver prazo de validade, passar o dia inteiro com uma máscara, cuja superfície ficará infectada, pode trazer risco de contaminação para outras pessoas.

Ruas esvaziadas
As ruas centrais da cidade têm um movimento abaixo do normal, como era previsto, por causa do Coronavírus.
Confira algumas imagens feitas às 10h30min, no cruzamento dos calçadões da Felipe Schmidt e Álvaro de Carvalho:


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Pró-cidadão – Atendimento presencial somente com agendamento prévio

A partir desta terça-feira, 17 de março, todas as unidades de Pró-cidadão de Florianópolis passarão por mudanças no atendimento ao público em razão do Coronavírus.
Dentre as principais mudanças, é que todas as seis unidades de Pró-cidadão da Capital passarão a fazer os atendimentos presenciais somente por agendamento, das 10h às 17h. Mas, a maior parte dos serviços poderá ser resolvida via e-mail, pelo site e pela ouvidoria.

Na manhã desta terça-feira, muitas pessoas ‘deram com a cara na porta’ do Pro-cidadão do Centro. A orientação era fazer o agendamento ou usar o site da Prefeitura.

Para agendar atendimento e tirar dúvidas em geral, o telefone é (48) 3251-6400.

Caso o problema deva ser encaminhado para a Ouvidoria, o número é (48) 3251-6175. Os serviços online podem ser resolvidos no site www.pmf.sc.gov.br.

Procon muda horário
Já no Procon, a unidade do Centro trabalhará em horário reduzido atendendo os consumidores: das 12h às 17h. Para o funcionamento da unidade, serão distribuídas 20 senhas por dia, salvo os atendimentos prioritários, que ocorrerão normalmente.

A equipe de fiscalização continua com a prioridade de impedir os aumentos abusivos de preço do álcool em gel, luvas e máscaras.
As denúncias da população podem ser realizadas pelo telefone (48) 3131-5300 ou no e-mail fiscalizacao.procon@pmf.sc.gov.br.

As denúncias devem conter cópia da nota fiscal ou recibo de compra dos produtos.

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Cinco curtas do final de semana em fotos – Comércio em crise, refrigerante grátis, carona alternativa e mais…

Tempo de crise: lojas fecham…
Nos últimos meses, andando pelo microcentro é possível ver dezenas de comércios fechados, à venda ou para alugar. A tradicional Galeria Calçados, na ‘esquina’ da Rua Conselheiro Mafra com a Galeria Jaqueline, encerrou as atividades esta semana.

Tempo de crise: lojas abrem…
Por outro lado, alguns acreditam em dias melhores e apostam em novos negócios. No Calçadão da Trajano, está abrindo a Loja Irmãos, rede nacional de bijuterias e cosméticos.

Carona de bike
Casal caribenho passeava feliz perto da Ponte Hercílio Luz, trazendo a lembrança da nossa infância, em que sentar no quadro da bicicleta do amigo era algo comum na nossa cultura. Agora, esse costume praticamente desapareceu.

Mais tranquilidade para transeúntes
Neste domingo, a Celesc substituiu o poste de energia elétrica que, há mais de duas semanas, ameaçava cair na esquina das ruas Fernando Machado e Ilhéus, ao lado da Praça XV.

A estrutura foi atingida por um caminhão no feriado de Carnaval (Divulgação GMF)

Distribuição de novo refrigerante
A bebida YAS foi lançada oficialmente em 2018, mas ainda tem pouca aceitação por parte do consumidor. Por isso, a Coca-Cola começou campanha de divulgação, distribuindo gratuitamente na Avenida Beira Mar, o refrigerante natural, composto apenas de água com gás, suco. A garrafinha de 250ml custa R$ 5 no supermercado (preço para consumidor da Beira Mar!).

Música ao natural
Garrafas, panelas e vontade de ser feliz na cabeceira insular da Ponte Hercílio Luz.

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Reportagens Especiais

O dia em que consegui cortar o dedo de um morador de rua do Centro de Florianópolis

Meu amigo Waldir voltou a Florianópolis!
Depois de dez anos perambulando ‘pelo mundo’, está novamente andando pelas ruas da cidade, onde este paulista passou a maior parte de seus 67 anos.
Recentemente,  o encontrei caminhando no Centro e nos demos um caloroso abraço.

Há uma década, lutei para que cortassem o dedo anelar de sua mão direita.

Confira abaixo, a reportagem publicada na revista catarinense Pobres & Nojentas, em 2010:

Os dedos vão, os anéis ficam
Texto e fotos: Billy Culleton

Esta é uma história real sem final feliz. Waldir perdeu a esperança há mais de duas décadas. Recentemente, foi um dedo.
No último estágio da dignidade humana, Waldir percorre as ruas centrais de Florianópolis como um bicho.
Diz frases desconexas e revira o lixo buscando algo para comer.

Nunca pediu qualquer ajuda e não aceita dinheiro.
Decidiu ficar absolutamente fora do sistema. Ou teria sido a vida que o arrastou para isso?

Há três meses a sua mão direita está imóvel por uma infecção no dedo anelar.
Num lapso de vaidade, para se enfeitar, colocou como aliança um lacre de ferro, redondo, similar àqueles usados para apertar a mangueira do botijão de gás.
Não conseguiu mais tirar. Quanto mais mexia, mais apertava.
A circulação ficou prejudicada e o dedo, imprestável.
A cada tentativa minha de levá-lo para atendimento médico (foram três, nos últimos meses), ele respondia, em meio a frases sem sentido, que não iria, pois tinha “muitos compromissos”. E saia andando, com seu fedido saco nas costas.

No final da tarde de uma sexta-feira (20/11/2009), enquanto ele perambulava pela Praça XV, o abordei para questionar sobre o dedo.
– “Vamos tratar disso? Vamos para o hospital?”, insisti, sem muitas esperanças.
Embalado pelo álcool, raríssimas vezes presente no seu cotidiano, ele aceitou.

Caminhamos juntos por 12 quadras, sob os olhares curiosos dos transeuntes, que questionariam o que estaria fazendo um homem comum, bem vestido, junto a uma figura barbuda, com terrível odor e que se deslocava em zigue-zague pelas calçadas.
Eu, incrédulo, temia que a qualquer momento ele desistisse da empreitada.
– “Você vai ficar comigo, né?”, repetia ele, na tentativa de confirmar a promessa recebida para ir até a Emergência do Hospital Celso Ramos.

“Vão atorar a minha mão!”
Dentro do hospital, Waldir atendia aos comandos curtos e objetivos do seu acompanhante para ficar sentado, quieto, na sala de espera, ou para se dirigir até o consultório médico.

Os profissionais da Medicina ficavam apavorados ao olhar para aquela mão com um dedo inflamado e infeccionado, esgoelado por um círculo de metal enferrujado.
-“Vamos ter que amputar”, se limitavam a diagnosticar.
Antes disso, um raio-x. Na sala, a atendente pede ao homem mudo e fétido para colocar a mão em cima de uma estrutura de ferro para fazer a placa.
– “Vão atorar a minha mão, quero sair daqui!”, gritou Waldir, sendo acalmado rapidamente, com explicações sobre a ‘foto’ que seria feita.
Sozinho, na sala escura, ele voltou a se impacientar com os estalos secos da velha máquina de raio-x, que dava motivos para o paciente achar que algo de muito ruim poderia estar por vir.
Porém, ele ‘sobreviveu’.

Foram horas de argumentação para que os médicos aceitassem fazer a cirurgia naquela noite e não na “próxima semana”, com horário marcado e tudo.
O meu principal argumento era que o morador de rua jamais voltaria ‘por conta’ e que a infecção tomaria proporções que significariam uma condena à morte.
O próprio Waldir chegou a pensar em desistir, para alívio dos médicos.

Mas dei um ultimato:
– “Esta é uma oportunidade única. Você sabe que não vai voltar. Se continuar assim, nas ruas, vai morrer”, afirmei, em tom ameaçador, o que fez ele voltar atrás e aceitar o inevitável.

Rio de água preta
Após a confirmação da internação, o mandaram tomar um banho, algo que ficava evidente que não fazia há muitos anos.
No banheiro, ele iniciou o tira-puxa para se desfazer das roupas encardidas. As velhas e folgadas botinas saíram com facilidade, mas os dois pares de meias pretos – e que alguma vez foram brancos – estavam colados à pele.
Só rasgando para sair. – “Que catinga, né?”, disse ele, sorrindo, num lampejo de lucidez.
Ficou 15 minutos embaixo do chuveiro, enquanto um líquido marrom escorria por seus pés.
Se deliciava com aquele jato, enquanto parecia acariciar fervorosamente a água, passando as mãos pelo rosto barbudo e, periodicamente, suspirando um longo ‘aaah!!” de satisfação.
Parecia com saudades daqueles momentos, que não experimentava desde o século passado.
As unhas dos pés, pretas, faziam uma curva de três centímetros.
Após o banho, ele insistiu em procurar uma tesourinha que dizia ter dentro de seu pesado saco, cheio de ‘coisinhas’.
– “É para cortar essas unhas, se não o que vão pensar?”, justificou, ao longo dos cinco minutos que demorou para achar a velha ferramenta que o deixaria um pouco mais humano.

Já com roupas novas oferecidas pelo hospital, voltou à sala de espera, onde lhe foi colocado o soro.
Pensativo, se limitava a dar alguns sorrisos.
Até que num certo momento, cabisbaixo, começou a chorar, talvez lamentando seu futuro com nove dedos.

– “Tens aqui ao teu lado um companheiro que vai te acompanhar em tudo. Aqui vai ser o melhor lugar para resolver este problema”.
Ele recebeu o consolo, em silêncio, sentindo no seu ombro a mão do amigo, que em alguns momentos parecia seu algoz.

Após ser internado formalmente, foi acomodado numa maca no corredor do hospital.
A cirurgia para amputação do dedo ocorreu com sucesso na manhã de sábado.
Depois ficou internado numa sala com outros quatro pacientes.

A ressocialização pelo carinho
Nos primeiros dois dias manteve total silêncio e negou-se a comer ou beber, apesar da insistência das enfermeiras.
Tentou fugir do hospital duas vezes.
Depois desse tempo de luto e resistência, iniciou uma lenta socialização, aceitando se alimentar e começando a se comunicar monossilabicamente.

A inédita atenção recebida, incluindo uma enfermeira que raspou completamente a sua barba, melhorou enormemente a sua auto-estima e fez com que começasse a planejar um futuro diferente.
-“Vou arrumar um emprego e arrumar os dentes”, dizia, referindo-se ao completo vazio na parte de cima da boca.
Mas a aparente lucidez se desconstruía na sequência com afirmações como: “hoje te vi na televisão. Em qual time que você é goleiro?” ou “meus amigos têm campo na Iugoslávia…”.
Um Pai Nosso rezado ao final de cada visita parecia aliviá-lo e lhe dar força.

Pensão, nem pensar
Sem parentes ou amigos à disposição, a sua companhia diária se limitava àquele que o tinha levado ao hospital e que tentava ajudá-lo a encontrar um local para ficar após a alta hospitalar.

O poder público não poderia acolhê-lo porque Waldir tem 56 anos, quatro a menos que o mínimo permitido para ser internado num asilo, por exemplo.
Embora, pelo seu aspecto e sem documentos, ninguém acreditaria que tivesse menos que seis décadas.

Uma alternativa era uma pensão, num hotel econômico no Estreito, parte continental de Florianópolis.
Por R$ 230 por mês teria um quarto com cama e pia, além de banheiro e cozinha coletiva.
Pelo menos, um lugar para se recuperar nas primeiras semanas após sair do hospital.

Três dias antes da alta hospitalar, ao ouvir a proposta da pensão, Waldir ficou em silêncio e disse:
– “Não posso ir para o Estreito. Me disseram para nunca mais ir pra lá que estão me esperando”.
– “Quem? Por que?”
– “Eles, os caras…”.
– “Onde então, em que lugar?”
– “Não precisa lugar nenhum, eu me viro”.

A decepção tomou conta de mim, mas lembrei mais uma vez que não se pode mudar alguém por força externa.
Após 10 dias internado, já sem perigo de infecção, ele saiu do hospital absolutamente recuperado, com apenas uma vendagem na mão.

Na segunda-feira de manhã, fui buscá-lo para ter a alta.
Após assinar os documentos e agradecer a atenção dispensada ao Waldir, nos retiramos.
Eu emocionado, enquanto ele, cabisbaixo, se limitou a dizer um tímido e seco: “Chau, pessoal”.

Os colegas de quarto e funcionários foram efusivos na despedida, mas não obtiveram retorno daquele que voltaria para seu mundo na rua.

Dentro do carro, mais uma tentativa.
– “Não quer ver a pensão?”
– “Pode ser”.
Lá fomos nós. Há mais de duas décadas que ele não andava de carro.
Ao atravessar a Ponte Colombo Salles, Waldir parecia em êxtase.
– “Que legal”, limitou-se a dizer. Chegando na frente do hotel, ele disse que não precisava nem descer, não queria.
– “Algum outro lugar?”
– “Não, me deixa no matagal”.

Sem alternativa, o deixei no lugar combinado e dei uns trocados.
Despedimos-nos com um abraço emocionado que somente eu dei, já que ele o recebeu com os braços abaixados.
– “Tchau, Waldir, se cuida e se precisar de alguma coisa me procura!”, disse, sabendo que jamais o faria.
Ele atravessou a rua e se perdeu no meio do mato.
O homem da toca
Dez dias se passaram e ao não encontrar o Waldir pelas ruas decidi buscá-lo.
Fui até o grande matagal para ver se encontrava o lugar onde se ‘escondia’.
Após 10 minutos de busca, subi num morrinho e vi ao longe um amontoado de pertences.
– “Te encontrei”, pensei, feliz.

Corri entusiasmado.
Ao chegar ao local, era um amontoado de coisas cobertas por plástico, amarrado com cordas, de 40 cm de altura e dois metros de extensão.
– “Aqui é onde Waldir guarda as suas coisas…”.
Olho, investigo, pesquiso nas redondezas. “Será que está por aqui?”
– “Waldir!”, grito. Nada.
Decidi deixar um bilhete para que soubesse que tinha ido procurá-lo.
Escrevo num papelão: “Olá, Waldir. Como está esse dedo? Abraço do teu amigo, B”.
Para não ser levada pelo vento, decidi colocar a mensagem sob uma das cordas que amarravam os pertences.
Nesse momento, um repentino rosno vindo de dentro do amontoado de papelões, quase me fez cair duro de susto.
– “O que é…”
– “Waldir?”, esbocei dizer. – “É você?”
– “Eh…”
– “Sai pra fora, vim te visitar”.
Não dava para acreditar que daí de dentro pudesse sair um ser humano.
Porém, após alguns minutos de insistência surgiu de uma pequena abertura um Waldir magro e barbudo, que me recebeu sem muita animação.
O amontoado de entulho encobria uma toca que se estendia por 30 centímetros abaixo da terra, possibilitando que uma pessoa ficasse deitada dentro.

A contragosto, contou que desde a saída do hospital havia ficado na sua toca e não tinha comido desde então.
– “Você está trabalhando como guarda, aqui?”, questionou várias vezes.
– “Que guarda nada, sou o teu amigo, rapaz!”, o repreendia, na tentativa de tirá-lo da paranoia, desta vez justificada, já que ele não poderia estar ‘habitando’ nesse lugar público.

Perguntei se aceitaria que fosse buscar comida para ele. Consentiu.
Fui no mercado e comprei todo tipo de mantimentos que não precisassem de refrigerador.
Sucos, isotônicos, embutidos, bolachas e sopas instantâneas, além de um sabonete.

Quando voltei com o ‘rancho’, ele, que prometera me esperar, já não estava mais.
Deixei as coisas e aproveitei para investigar como era a toca por dentro. Uns cobertores, garrafas e pequenas ninharias, que imaginei serviriam de talismã para ele.

Decidi deixar o Waldir em paz e lançar um apelo: autoridades, por favor, não façam nada. Ele não quer. Temo que a única coisa que poderão fazer é tirá-lo do lugar proibido em que ele decidiu morar há quase uma década, sem nunca incomodar ninguém.

Fica com Deus, Waldir! É Ele quem te acompanha, protege e consola, coisa que os humanos não conseguimos fazer!

(Esta reportagem recebeu o Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, da OAB/RS, concedido em Porto Alegre, em 10 de dezembro de 2010).


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Divulgação Secom/SC

 

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