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Os seis rios, córregos e riachos ‘invisíveis’ que correm pelo Centro de Florianópolis

Por Billy Culleton
Quem vê a paisagem de um Centro homogêneo, tomado pelo concreto das ruas e construções, não imagina que, originalmente, o bairro era cortado por inúmeros cursos de água.
Desde os primórdios da ocupação urbana de Nossa Senhora do Desterro, e até o final do século 19, esses riachos e córregos eram utilizados pela população como vias de escoamento dos dejetos domésticos: lixo e esgoto.
Os locais perto das nascentes, no entanto, serviam para lavar as roupas dos desterrenses.
Logicamente, todos desembocavam no mar, o que acontece até hoje com seis deles, agora, canalizados e cobertos.

Há 150 anos, insalubridade crônica
Até a década de 1870, a cidade apresentava péssimas condições de salubridade,
As ruas e os córregos serviam de depósito e escoadouro de esgoto.
A população era assolada por inúmeras doenças e o poder público não tomava nenhuma medida eficaz para solucionar o problema, conta o historiador Dalton Silva, na obra “Os esgotos sanitários em Florianópolis”.

Rio da Bulha em 1910 (Acervo Casa da Memória)

 

A impressão de uma cidade mais limpa e arejada se dava apenas em épocas de grandes enxurradas e fortes ventos, quando a situação aparentemente se amenizava.
Pelo menos, na visão do presidente da Província, João Tomé da Silva, em 1874, como conta Dalton Silva:
Continua satisfatório o estado sanitário da cidade, visto não ter havido epidemia, nem moléstias graves, como se tem dado em outros anos. Parece que as águas pluviais, abundantes em todo o ano passado, contribuíram favoravelmente sobre a saúde pública,
lavando as ruas, lugares públicos, córregos e valas, onde se depositam todo o gênero de imundícies, águas servidas e excrementos que infectam a atmosfera da cidade, em tempos quentes e secos da estiagem”.

Descarte no mar, um costume nas cidades litorâneas  (Arquivo municipal do RJ)

 

Escravos carregavam esgoto para o mar
Em 1877, foi realizada a primeira concessão de serviços para remoção de lixo e esgotos. Estes deveriam ser transportados à noite, em barris ou cubos, para serem lançados ao mar utilizando os trapiches construídos. Para isso, havia escravos especializados no serviço e que eram chamados de tigres.

Tigre: conjunto homem/barril que transportava resíduos em Desterro (Desenho de Átila Ramos)

Existiam ainda os carroceiros que cobravam pelo serviço: 100 réis por barril de esgotos ou por carrada de lixo.

Obras
As primeiras obras de saneamento iniciaram em 1887 quando foram canalizados os córregos Fagundes e Trajano.
Já a canalização do Rio da Bulha, atual Avenida Hercílio Luz, só ocorreria em 1920.
Em um dos seus trechos, nas imediações do Instituto Estadual de Educação, recebia a denominação de “Beco Sujo”, local onde existia um conjunto de casas e cortiços habitados por população pobre, como consta no documento “O saneamento básico na Ilha”, dos servidores da Prefeitura da Capital Elsom Bertoldo dos Passos e Flávia Vieira Guimarães Orofino.

Canalização do Rio da Bulha em 1920 (Acervo Casa da Memória)

Assim, a partir da década de 1920, começam as grandes obras de macro-drenagem no Centro da cidade, com a canalização dos córregos que serpenteavam a área urbana.

Confira os canais que passam pelo Centro (com informações do Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico da PMF)
1 – Canal da Assembleia Legislativa
Inicia-se no cruzamento da Rua Anita Garibaldi com a Avenida Mauro Ramos e drena a região do Morro do Tico-Tico e Morro da Mariquinha, entre outros. Segue até encontrar a Praça Tancredo Neves (Praça das Três Bandeiras) e continua em direção a Baia Sul passando por dentro do terreno da Assembleia.

2 – Canal da Avenida Hercílio Luz
Inicia recebendo contribuições do Morro do Monte Serrat e do Morro da Caixa, atrás da Avenida Mauro Ramos, segue ao longo da Avenida Hercílio Luz, pelo traçado do antigo Rio da Bulha, passa pelo aterro da Baía Sul até o mar.

3 – Canal do Mercado Público
Começa na Rua Jerônimo Coelho e congrega também os antigos cursos de água do Largo do Fagundes e Trajano. Passa por baixo do Mercado Público e do Terminal de Integração do Centro (Ticen) até desaguar na Baía Sul, ao lado da Estação de Tratamento de Esgoto da Casan.
4 – Canal da Rua Arno Hoeschel
O Canal da Rua Arno Hoeschl não segue pelo centro da via e sim por debaixo das edificações na sua margem esquerda no sentido Avenida Rio Branco-Beira Mar Norte, até chegar na Beira Mar Norte.

5 – Canal da Avenida Rio Branco
Este canal começa próximo da Praça do Banco Redondo seguindo até a Avenida Rio Branco, onde recebe contribuições do canal proveniente da Chácara de Espanha, seguindo por entre os prédios em paralelo a Av. Othon Gama d’Eça atravessando a mesma em frente ao Edifício Casa do Barão até desaguar na Beira Mar Norte.

6 – Canal da Avenida Mauro Ramos
Começa no Morro do Céu, passando pelo Condomínio Residencial Arquipélago, seguindo em direção à foz na Baía Norte pela Avenida Mauro Ramos.

(A imagem de abertura é uma arte feita pelo projeto “Caminhada Jane Jacobs Floripa”, em cima de uma foto atual da Avenida Hercílio Luz)

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Os galos cósmicos do artista Meyer Filho invadem o Centro de Florianópolis

O artista catarinense Ernesto Meyer Filho ganhou uma bela homenagem no Centro de Florianópolis.

O mural “O Baile Místico de Meyer Filho“, foi produzido no calçadão da Rua Felipe Schmidt e entregue à população no início de dezembro.

Assinado por Rodrigo Rizo, com assistência de Tuane Ferreira e produção de Victor Heyde, o mural foi feito para homenagear Meyer Filho, falecido em 1991 e autor dos conhecidos galos cósmicos.
No século 20, produziu amplo acervo de obras e estava na vanguarda do movimento modernista no Brasil.
O projeto foi organizado e promovido pelo pelo Museu da Escola Catarinense (Mesc), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), pelo Instituto Meyer Filho e pela Associação FloripAmanhã, com o objetivo de resgatar e valorizar a cultura do Desterro e disseminar o folclore e mitologia da Capital.

“O mural também é um presente para a Florianópolis”, declara Sandra Makowiecky, coordenadora do Mesc. O projeto foi viabilizado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Incentivo à Cultura, com apoio financeiro de parceiros.

(Com informações da Udesc)

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Megatela digital – Moradores do Centro ganham uma ‘TV’ do outro lado da Baía Norte

Quem caminha pela Beira Mar Norte ou atravessa a Ponte Hercílio Luz tem se surpreendido com uma enorme tela colorida instalada recentemente no Estreito, a 50 metros de altura.
Posicionada no topo de um prédio de 14 andares, é o maior painel de LED em rooftop da América Latina, segundo os idealizadores do chamado Floripa Square.

São duas telas que, somadas, chegam a 350 m²: a maior, de 215 m², fica de frente para a Ilha de Santa Catarina, enquanto a menor, de 135 m², está de face ao Continente.

No painel, inaugurado junto à Beira Mar Continental, são exibidos peças de marketing, com o que existe de mais moderno em termos de tecnologia: algo similar às mais inovadoras telas de TVs 4K, com ótima resolução e efeitos de 3D.

De acordo com o site da empresa que instalou a novidade, as peças de marketing exibidas no espaço têm um impacto mensal de mais de 20 milhões de pessoas.
Logicamente, a tela pode ser melhor apreciada à distância durante o período noturno.

Confira o vídeo da tela:

Hans Donner
O designer gráfico Hans Donner escolheu o Floripa Square para lançar sua primeira arte em Non Fungible Token (NFT), um certificado que garante autenticidade das obras com a mesma tecnologia das criptomoedas.
A informação é do Portal Acontecendo Aqui.

Segundo o site catarinense, Donner e o empreendedor Ricardo Bellino lançaram neste fim de semana o movimento global “Time is Life” (‘Tempo é Vida’), a primeira criptoarte assinada pelo mago do design.

Para ganhar vida, o movimento traz o NFT assinado por Donner, que vai ser apresentado ao Brasil e ao mundo através do Floripa Square, a tela que vem repercutindo nacional e internacionalmente pela audaciosa proposta de explorar a jornada do marketing através da arte digital.

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Relíquias – Salvem os últimos dois ‘orelhões’ da região central de Florianópolis

Eles foram desaparecendo progressivamente nos últimos anos.
Sem que a gente percebesse, os telefones públicos perderam sua finalidade e nós começamos a ignorá-los.
As companhias telefônicas também.

Com o passar do tempo, os (antigamente) queridos ‘orelhões’, que foram imprescindíveis desde 1970 até o final da década de 1990, sumiram da paisagem urbana.

No principal calçadão de Florianópolis, na Felipe Schmidt, eram dezenas deles.
Agora, só tem um (que não funciona!), na esquina com a Rua Álvaro de Carvalho.

O outro destes aparelhos ameaçados de extinção encontra-se no interior do Terminal de Integração do Centro (Ticen) e tampouco funciona.

Reportagens relacionadas:
— Adeus ao orelhão – Empresa desativa 75% dos telefones públicos do Centro

— Há 40 anos – Chamada a cobrar foi inventada em Florianópolis, mas criador ainda aguarda os royalties

Proposta
O poder público poderia resguardar estes últimos ‘instrumentos medievais’ e mantê-los como um símbolo da nossa história recente.
Assim como Londres conserva as tradicionais cabines telefônicas vermelhas nas calçadas da cidade.

Já seria uma grande coisa apenas não exterminá-los por completo, para nunca mais serem vistos ou apreciados pelas gerações futuras.

Nossos filhos e netos têm o direito de saber como era a comunicação há pouco menos de duas décadas: com fichas e cartões telefônicos, além das tradicionais ligações a cobrar.

Vamos preservar a nossa história!

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Crianças e jovens dos morros do Centro participam de oficinas educativas, profissionalizantes e esportivas

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O Bairro Educador, programa da Prefeitura de Florianópolis, oferece uma série de oficinas para a população da Ilha e do Continente.

Na região central, as sedes estão localizadas no Morro do Mocotó e Morro da Mariquinha e possuem onze oficinas para a comunidade.

No Mocotó, há aulas de empreendedorismo, defesa pessoal, dança zumba e fotografia, entre outras atividades.

Na Mariquinha, é oferecido treino funcional, violão, surf, leitura e contação de histórias, boi de mamão e design de interiores.

São duas horas-aula, dois dias por semana.

O Bairro Educador, com sedes também no Monte Verde e Monte Cristo, está vinculado à Secretaria Municipal de Educação, que ainda brinda aulas de apoio pedagógico.

Conforme o secretário de Educação, Maurício Fernandes Pereira, as atividades são desenvolvidas no contraturno escolar dos participantes.
Ele destaca que o programa busca proporcionar uma melhor qualidade de vida aos estudantes e aproximá-los de uma educação integral.

O superintendente do Bairro Educador, Hudson ‘Chiquinho’ Pires, lembra que o programa está atento igualmente para seleção de talentos, valorização da cultural local, inserção da população no mercado de trabalho e valorização e fortalecimento de laços comunitários.

As atividades

Morro do Mocotó
Taekwondo
Empreendedorismo
Defesa pessoal
Grafite
Teatro
Karatê
Zumba
Boi de mamão
Dança
Fotografia
Apoio pedagógico

Morro da Mariquinha
Danças urbanas
Capoeira
Treino funcional
Violão e percussão
Surf
Futsal
Leitura e contação de histórias
Design de interiores
Jiu-jitsu
Boi de mamão
Apoio pedagógico

(Com informações e imagens da Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Educação)

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Geração de vagas de emprego – Florianópolis fica em 1º lugar entre as cidades de Santa Catarina

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Comércio e o setor de serviços colocaram a Capital na liderança estadual na geração de vagas de trabalho no mês de julho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

A cidade teve saldo positivo de 1.599 novas vagas (8.853 admissões contra 7.254 desligamentos).
Em julho do ano passado, o saldo era negativo em 202 vagas.

Os setores que mais puxaram a alta foram os de comércio e serviços, seguidos pela construção civil.
Entre os profissionais contratados, a maioria tem entre 18 e 24 anos e ensino médio completo.

Quando a comparação é feita no acumulado (janeiro a julho) Florianópolis tinha em 2020 um saldo negativo de 7.892 vagas.

Agora a cidade contabiliza saldo positivo de 5.261 postos de trabalho abertos no mesmo período de 2020.

Floripa Mais Empregos
“A Prefeitura está empenhando esforços em várias áreas para apoiar a retomada da economia. Desde a vacinação em massa, que permite o retorno das atividades, passando pelo AME (auxílio Municipal Emergencial) até parcerias com o setor privado e as organizações sociais para promover capacitações em diferentes áreas. E as obras de infraestrutura também geram trabalho na construção civil”, avalia o prefeito Gean Loureiro, que em janeiro lançou o programa Floripa Mais Empregos.
O vice-prefeito Topazio Neto acrescenta as ações de assistência social e turismo, que também contribuem para a geração de renda que movimenta a economia.

“O Floripa Mais Empregos apontou os setores que tinham mais vagas abertas e passamos a direcionar as capacitações com este foco. Percebemos que há muita demanda por capacitação. Um exemplo foi a parceria com a UFSC, que superou todas as expectativas, em especial na área de cuidados com idosos. O próprio poder público municipal também começa a dar mostras de retomada com a abertura de processo seletivo na Secretaria Municipal de Educação”, diz.

(Com informações da PMF. A imagem de abertura é da Secom/SC)

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Personagens do Centro – Engraxate elegante, Rafael Digueta faz sucesso no Tribunal de Justiça há 20 anos

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Se você já foi ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina, com certeza já se deparou com ele.
De terno bem alinhado, gravata e sapatos devidamente lustrados, Rafael Digueta, 32 anos, não passa despercebido.
Não pelo traje típico de quem por lá circula, mas porque ele é engraxate.
– Bom dia! O sapato do senhor está precisando de um trato. Vem aqui que eu dou um jeito.

E é assim, sem estipular valor – “o cliente me paga quanto ele acha que vale meu trabalho”, diz -, que Digueta contabiliza clientes ao longo do dia.

O número é variável.
“Às vezes são 10 engraxes por dia, outras vezes mais, algumas menos. Varia bastante. Com a pandemia teve uma queda grande, de cerca de 60%”, conta.

Com sua caixa equipada com os mais variados produtos para o lustre de sapatos, ele coloca um sorriso no rosto e todo o seu conhecimento de marketing para atrair a clientela.
Há quase 20 anos ao lado da entrada do Tribunal – faça chuva ou faça sol, das 7h às 19h -, Digueta tem um público fiel.
Fruto do esforço que iniciou aos 12 anos, quando desembarcou em Florianópolis para perseguir o sonho de viver como engraxate.

“Eu pensei em um lugar onde teriam muitos sapatos, daí veio a ideia de trabalhar no Tribunal de Justiça”, explica.

“Naquela época eu já pensei no terno como um diferencial. De me vestir de acordo com o meu público e chamar a atenção. O terno era muito grande para o meu tamanho, mas foi assim que fui me destacando como engraxate”, relembra.

Ele saiu de Araranguá, sua cidade natal, para caminhar cerca de 220 quilômetros até chegar na capital catarinense, onde dormiu na rua por cinco meses.
Vida bem diferente da que tem hoje.
Conectado com mais de 7 mil seguidores em sua conta no Instagram @rafaeldiguetaengraxate, ele não para de trabalhar.
Nos fins de semana e feriados vende panos de prato e outros produtos pelas ruas da cidade.
Casado há 13 anos e pai de um menino de oito anos, Digueta vislumbra um futuro bem diferente.

“Eu não vim de uma família feliz, mas quero dar uma família feliz para a minha”, promete.

(O texto e as imagens são da Assessoria de Comunicação do TJ/SC)

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Farsa dos termômetros digitais completa 18 meses – Ministério Público Federal arquiva denúncia do Floripa Centro

Órgão argumenta que não tem como periciar aparelhos usados nas entradas de supermercados, shoppings e igrejas

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A população de Florianópolis (e do resto do país) continua sendo submetida à aferição de temperatura ao ingressar em grandes estabelecimentos comerciais, igrejas ou órgãos públicos.

Na maioria das vezes, os números apontados nos termômetros digitais são risíveis: entre 33º e 35º.
Poucas vezes atestam a temperatura normal do corpo humano, entre 36º e 37º.

Em maio de 2020, o Floripa Centro denunciou a farsa e a reportagem acabou servindo como base para abertura de um inquérito civil junto ao Ministério Público Federal (MPF).

O que diz a Anvisa:
O MPF ouviu a Anvisa, que disse que esses aparelhos não precisam da aprovação do órgão:
Os equipamentos utilizados para medir a temperatura corporal com finalidade exclusiva para triagem de pessoas em ambientes públicos, sem indicação para fins de diagnóstico médico, não são considerados produtos para saúde (…) e não precisam de aprovação da Anvisa para sua utilização”.

Somente os termômetros digitais infravermelhos com indicação de uso para fins de diagnóstico em saúde (…) são considerados produtos para a saúde e que estão sujeitos à aprovação e controle da Anvisa”, diz o texto do inquérito.

O que diz o Inmetro:
A Procuradoria da República também consultou o Inmetro:
Verificou-se que, segundo o Inmetro, não existe regulamentação técnica metrológica em vigor para os termômetros digitais infravermelhos utilizados para medição da temperatura dos consumidores nas entradas de supermercados, shoppings e igrejas”.

E segue:
Mencionou que a Regulamentação Técnica Metrológica decorre de um processo com as seguintes etapas: análise de demandas, desenvolvimento da Regulamentação Técnica e implementação do regulamento, realizadas a partir da Análise de Impacto Regulatório-AIR”.

Acrescenta ainda:
Não obstante, o Instituto elaborou um Guia do Termômetro Infravermelho de boas práticas para utilização deste equipamento, como medida alternativa, mas trata o aparelho como clínico, levando a crer que são utilizados para fins de diagnóstico em saúde e que estão em conformidade com os regulamentos técnicos metrológicos e dentro dos parâmetros estabelecidos pela Anvisa”.

Os argumentos do MPF para o arquivamento:
Diante das avaliações da Anvisa e Inmetro, o procurador da República, Carlos Augusto de Amorim Dutra, fez as seguintes observações, ao arquivar o inquérito, nesta quarta-feira, 18 de agosto:

— “Ante as inconsistências acerca da funcionalidade, qualidade e eficiência dos termômetros infravermelhos, foi solicitada a realização de parecer técnico da Assessoria Pericial do Ministério Público Federal”.

— “Contudo, a Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise da Procuradoria-Geral da República apresentou resposta devolvendo a solicitação de perícia com a informação de que o Centro Nacional de Perícia da Secretaria não dispõe de perito com aptidão técnica para o desempenho da perícia, nem equipamentos apropriados para sua realização”.

— “Diante da inviabilidade da realização de análise pericial pelo setor competente, não cabe ao Procurador signatário buscar profissional com aptidão técnica necessária para o prosseguimento com a investigação e deslinde da questão”.

— “A instauração de inquérito civil deve objetivar, uma vez instruído, o arquivamento, a expedição de recomendação, a celebração de termo de ajustamento de conduta ou a promoção de ação civil pública”.

— “Nesta oportunidade, no âmbito do Ministério Público Federal e pelos elementos existentes no Inquérito Civil, não vislumbro outras providências a serem adotadas, ficando, desde já, ressalvada a possibilidade de atuação futura da Procuradoria da República em Santa Catarina, se necessária, nos moldes legais, caso seja indicado algum profissional perito que tenha atuação na área e/ou novos fatos cheguem ao conhecimento deste Órgão Ministerial”.

— “Diante do exposto, com base na Lei nº 7.347/85, art. 9º, decido promover, fundamentadamente, o ARQUIVAMENTO dos autos, e determino a sua remessa, no prazo de até 3 dias, à colenda 3ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, em cumprimento ao disposto na Lei Complementar nº 75/93, art. 62, IV c/c a Lei nº 7.347/85, art. 9º, §1º”.

Confira aqui a íntegra da decisão do Ministério Público Federal

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Após denúncia do Floripa Centro – Ministério Público de SC investiga eficácia dos termômetros usados em mercados

 

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Jovens carentes do Centro ganham bolsa integral para fazer curso de manutenção de aeronaves

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Trinta jovens com perfil de vulnerabilidade econômica começaram a frequentar a Escola de Aviação, na Grande Florianópolis, esta semana.
Eles iniciaram o curso de manutenção de aeronaves, que tem duração de dois anos, e é oferecido pelo Senai de Palhoça.

Uma parceria do Instituto Vilson Groh (IVG) e a Fiesc permitiu o benefício de bolsa integral para todos os jovens, alguns deles moradores do Maciço do Morro da Cruz, na região central da Capital.

Curso tem custo anual de R$ 6 mil (Divulgação IVG)

O IVG tem diversos projetos sociais no Centro de Florianópolis e em São José que atendem a mais de 5 mil pessoas, principalmente, crianças e adolescentes de famílias carentes.

Após a conclusão do curso, os jovens poderão atuar no setor de manutenção de grandes companhias aéreas, empresas de táxi aéreo, fabricantes e montadoras de aeronaves, além de operadoras de helicópteros, escolas de aviação e nas Forças Armadas.

(A imagem de abertura é divulgação da Fiesc)

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Filha do ‘Dr. Deba’ faleceu em março – Casa da Memória e rua no Centro passam a se chamar Annita Hoepcke

A Câmara de Vereadores de Florianópolis aprovou, esta semana, por unanimidade a proposta que homenageia a empresária e ex-presidente do Instituto Carl Hoepcke, Annita Hoepcke da Silva.
Filha do ex-governador Aderbal Ramos da Silva, conhecido como ‘Dr. Deba’, ela faleceu em março, aos 84 anos.

O Centro de Documentação e Pesquisa da Capital agora será chamado de “Casa da Memória Annita Hoepcke da Silva”.
Antes, o nome era “Centro de Documentação e Pesquisa Casa da Memória”.

Annita, em 2019, recebendo homenagem (Acervo Instituto Carl Hoepcke)

Rua na fábrica de pregos
Além da Casa da Memória, a via pública que parte da Avenida Paulo Fontes, se estendendo até a Rua Claudino Bento da Silva, no Centro, passará a se chamar Alameda Annita Hoepcke da Silva, conforme proposta do vereador Roberto Katumi, presidente da Câmara Municipal.

Mapa do local (Acervo CMF)

Até esta semana a rua se chamava Henrique Valgas. O antigo nome continua do outro lado da Rua Claudino Bento da Silva, atrás da Receita Federal.

A via fica próximo à Rodoviária Rita Maria, no entorno dos galpões que sediaram as antigas fábricas de pregos e de gelo do Grupo Hoepcke.

Galpões foram reformados para receber complexo (Billy Culleton)

Sobre a Casa da Memória
Inaugurada em 30 de março de 2004, a Casa da Memória de Florianópolis é um centro de documentação da vida social e cultural do município.

Com 470 metros quadrados, o prédio da Casa da Memória está situado no centro histórico da cidade, próximo à Catedral Metropolitana.

A edificação foi erguida em 1929 para sediar o antigo Partido Republicano Catarinense, na gestão do então governador Adolfo Konder.

Entre 1949 e 1978, abrigou o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE/SC).

Posteriormente, até 1995, sediou a seccional catarinense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Fachada do prédio histórico (Acervo Casa da Memória)

O imóvel de arquitetura eclética, com dois pavimentos e um porão alto, remete ao estilo de construção da moda na década de 1920, o art nouveau.

A fachada apresenta longas aberturas, esquadrias em madeira, vidros jateados e rebaixos geométricos.

No hall de acesso, uma ampla porta de vai-e-vem leva o visitante a corredores, escadas e salões com forros em madeira.

(Com informações da Casa da Memória Annita Hoepcke da Silva. A imagem de abertura é do Google Street)

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Por estar causando prejuízo a Florianópolis, Ticen terá nova administração para explorar espaço no Centro

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O Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC) determinou que a Prefeitura da Capital se abstenha de prorrogar o contrato para administração e exploração dos seis terminais de ônibus da Capital.

A medida inclui o Terminal de Integração do Centro (Ticen), o maior da Grande Florianópolis.

Desde 2001, o sistema está sob a responsabilidade da Companhia Operadora dos Terminais de Integração S.A. (Cotisa).

Segundo o TCE, a iniciativa é necessária em razão da atual fórmula remuneratória da Cotisa.
“Há condicionantes completamente desconexas com a atual realidade de mercado. O que configura notório prejuízo à administração pública e contrariedade ao princípio da eficiência”.

Contrato inclui exploração de publicidade e de quiosques (Google Street)

A decisão da Corte também orienta a Prefeitura a iniciar imediatamente os procedimentos para o encerramento do contrato em vigor, previsto para agosto de 2022.

Para isso, deve haver notificação formal da empresa e a realização de levantamento de bens móveis e imóveis, assim, como a apuração de eventuais pendências entre as partes.

O texto também estabelece o início imediato da avaliação sobre a melhor forma de uma futura administração dos terminais (direta ou por concessão), com parâmetros e indicadores atualizados dos serviços prestados.

Confira os seis terminais incluídos na medida:
– Terminal de Integração do Centro (Ticen)
– Terminal de Integração de Canasvieiras (Tican)
– Terminal de Integração de Santo Antonio de Lisboa (Tisan)
– Terminal de Integração da Trindade (Titri)
– Terminal de Integração da Lagoa (Tilag)
– Terminal de Integração do Rio Tavares (Tirio)

(A imagem de abertura é da PMF)

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Cinco notícias em fotos – Boas-vindas no morro, Catedral revitalizada, chance com visita presidencial e mais…

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Dedicação aos vulneráveis
O Padre Vilson Groh, reconhecido pela sua atuação de quatro décadas junto às comunidades carentes da Grande Florianópolis, recebeu mais uma homenagem.
O retrato foi feito pelo artista Bruno Barbi numa caixa de telefonia localizada na esquina da Mauro Ramos e Major Costa, na entrada do Monte Serrat, onde mora o Padre Vilson.

Renda extra
A visita do presidente Jair Bolsonaro à Capital pode ser a chance de um ganho extra para alguns. Nesta sexta-feira, já estavam sendo vendidas bandeiras do Brasil na Praça Fernando Machado, ao lado da Praça XV.

Está ficando linda!
Com quase três séculos de existência, a fachada da Catedral Metropolitana está recebendo reparos, graças à doação de um fiel. Esta semana, é a vez de nova camada de pintura.

Quem nunca…
‘Mãe, quero xixi!’. O apelo da criança foi atendido emergencialmente, na Rua dos Ilhéus, ao lado do Teatro Álvaro de Carvalho, no Centro.

Emaranhado de fios
A troca de um poste de energia elétrica na região central de Florianópolis exige habilidades extras dos trabalhadores da Celesc. São dezenas de cabos e fios entrelaçados, que vão sendo pendurados sem nenhum controle. O flagrante é na rua Saldanha Marinho, na manhã desta sexta-feira, 6.

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