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Você pode ajudar – Moeda social injeta R$ 914 mil e beneficia 883 famílias carentes de Florianópolis

Famílias em situação de vulnerabilidade social estão recebendo, mensalmente, o equivalente a R$ 200 em moeda virtual.
O valor pode ser usado para comprar alimentos e produtos de higiene nos comércios cadastrados das comunidades onde o projeto funciona.

A iniciativa começou em 2020 numa parceria entre o Instituto Comunitário Grande Florianópolis (Icom) e o Instituto Padre Vilson Groh (IVG) e já beneficiou 883 famílias com R$ 914 mil.

No início do mês de abril, o Banco Comunitário impactou 613 famílias, que receberam os R$ 200, somando um aporte de R$ 122 mil.

O valor fica disponível na conta de cada família no Banco Comunitário do Icom e pode ser acessado por meio de um aplicativo, o “e-dinheiro”.
Virtualmente, é possível consultar o saldo e também ver em quais estabelecimentos pode-se gastar.
Nesses lugares, é só apresentar o aplicativo ou o CPF e comprar ao longo do mês o que for preciso.

Bairros beneficiados
A moeda social circula em três comunidades carentes da Capital: no Morro do Mocotó, no Centro, na Serrinha e no Complexo do Monte Cristo, além da Comunidade da Praia, em Palhoça.

Os valores que são convertidos em moeda social saem das doações recebidas pelo IVG e pelo Banco Comunitário Icom.

“A moeda social garante mais autonomia aos moradores, fortalecendo os pequenos comércios e fazendo com que o dinheiro circule dentro da comunidade”, afirma o Padre Vilson Groh, com mais de 30 anos de atuação junto às comunidades da periferia da Grande Florianópolis.

Dúvidas frequentes:

1. O que é um Banco Comunitário?
Bancos comunitários são serviços financeiros solidários, em rede, voltados para a geração de trabalho e renda na perspectiva de reorganização das economias locais, tendo por base os princípios da economia solidária.
O primeiro intuito com um Banco Comunitário e com a criação de uma moeda social própria é o de enfrentar a crise decorrente do Covid-19.

2. O que é a Moeda Social?
É uma moeda alternativa criada para ser usada por determinado grupo e circula em regiões específicas.
No caso do Banco Comunitário ICOM, a moeda social é virtual e depositada na conta de cada família cadastrada. A moeda só será aceita por estabelecimentos cadastrados pelo ICOM, que serão informados às famílias.

3. Qual o câmbio da Moeda Social?
O mesmo do real. O que significa que 1 moeda social equivale a R$ 1,00.

4. De onde vêm os recursos do Banco Comunitário ICOM?
Empresas e pessoas físicas realizam doações que viabilizam os recursos do Banco Comunitário.

5. Como doar?
Você pode fazer sua doação por meio de depósito bancário ou transferência bancária.
Dados bancários para doações:
Banco: 001 – Banco do Brasil
Agência: 5201-9
Conta Corrente: 11.079-5
ICOM – Instituto Comunitário Grande Florianópolis
CNPJ: 07.756.988/0001-62
PIX ICOM: 48 998120010
PIX IVG: 48 991176704

6. Qual o benefício dos comerciantes cadastrados?
Os estabelecimentos que aceitam a Moeda Social podem utilizá-la para fazer pagamentos e também podem solicitar o resgate do valor em Real, que será transferido para uma conta bancária cadastrada.

7. O que é possível comprar com a Moeda Social?
Alimentos perecíveis e não perecíveis, itens de higiene e de limpeza.

8. Quais são as famílias que podem participar?
Famílias que vivem em áreas de vulnerabilidade social cadastradas pelas Organizações da Sociedade Civil (OSCs) locais que firmam parceria com o Icom.

10. Como os estabelecimentos comerciais podem participar?
Podem demonstrar interesse em aceitar a Moeda Social à OSC parceira local (Casa São José, no caso da Serrinha) ou diretamente ao Icom por meio do e-mail icomfloripa@icomfloripa.org.br ou do telefone (48) 99812-0010.

11. Quais os canais para tirar dúvidas?
Você pode entrar em contato com o ICOM pelo e-mail icomfloripa@icomfloripa.org.br ou pelo telefone (48) 99812-0010.
Para saber mais sobre o Banco Comunitário, acesse: http://coronavirus.icomfloripa.org.br/banco-comunitario-icom/

Confira no mapa onde funciona o projeto:

 

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Atualidade

Cinco curtas – Novo museu no Centro, carro invade ciclovia, corredor de ônibus da Ponte intransitável e mais…

Expectativa pela inauguração do novo museu
Construída em 1770, a antiga Câmara de Vereadores (um dos três prédios mais antigos da Capital junto com a Catedral e o Palácio Cruz e Sousa) sediará o Museu de Florianópolis.
A edificação está recebendo os últimos retoques para ser aberto ao público em breve.
A gestão será do Sesc, em parceria com a Prefeitura da Capital.

Rotina: veículo invade calçada na Beira Mar
Uma das ‘bandeiras’ do Floripa Centro é a instalação de mais guard rails na Avenida Beira Mar Norte para evitar o risco de atropelamentos de pedestres e ciclistas que passam na lateral. Já foram publicadas diversas reportagens mostrando a constante saída de pista de veículos que invadem ciclovia e calçada.
Nesta quinta-feira, 21, mais um registro, na curva do CIC, sem vítimas. (Imagem da GMF)

“Panela” no corredor de ônibus da Ponte
Há mais de dois meses o corredor de ônibus da Rua Conselheiro Mafra, na saída da Ponte Hercílio Luz, está intransitável.
Tanto é que nem os próprios motoristas do transporte coletivo o usam mais. Eles transitam pela pista ao lado.
Questionada sobre previsão para o conserto dos 10 metros de asfalto, a Prefeitura não se manifestou.

Chega de calçada quebrada no Largo da Alfândega
O constante ir-e-vir dos caminhões de feirantes no Largo da Alfândega tem provocado a quebra contínua de parte do piso.
Especialmente, naquele que cobre o pequeno canal para o escoamento da água da chuva.
Após dois anos trocando as peças, o poder público decidiu substituir as peças de concreto por chapas de aço (na foto, à esq.), resolvendo definitivamente o problema.

Imagem rara na região central
Cena cada vez mais rara na Ilha. Um homem com as vestes gaúchas andando pelo Centro, neste caso na Rua Conselheiro Mafra.
Poucos anos atrás era mais comum ver os ‘paisanos’ pilchados caminhando pela cidade, geralmente, provenientes da Serra catarinense.

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Reportagens Especiais

Tiradentes esteve em Desterro? O livro de cabeceira ficou mais de um século em SC? Desvendamos a lenda e o fato

Por Billy Culleton
O Wikipedia afirma que Tiradentes teria seguido para Desterro com a tropa de reforços portugueses com o objetivo de combater o invasor espanhol Dom Pedro Ceballos, que tinha ocupado a Ilha de Santa Catarina em 1777.

A informação consta na página web sobre o Forte de Santana, localizado na Beira Mar Norte, na capital catarinense.

Com relação à pretensa passagem de Tiradentes por este forte em Santa Catarina, o historiador mineiro Augusto de Lima Jr. (História da Inconfidência de Minas Gerais), afirma que o Alferes Joaquim José da Silva Xavier (1746-92) – o Tiradentes -, que sentou praça (ingressou na vida militar) em 1769 (…) ainda no posto de praça de pré, teria seguido para Santa Catarina com a tropa de reforços contra o invasor D. Pedro Ceballos.”

A reportagem do Floripa Centro foi atrás do livro História da Inconfidência de Minas Gerais, citado pela fonte anônima.
O exemplar, impresso em 1968, não faz parte do acervo da Biblioteca Pública do Estado, na Capital.
Um único exemplar, no entanto, pôde ser encontrado no Sebo Mafalda, na região central da cidade.
A obra conta detalhes preciosos da Inconfidência e da vida de Tiradentes.
Sobre a citada suposta passagem do alferes por Desterro, apenas uma citação, na página 70.

Nas páginas imediatamente anteriores, o autor Augusto de Lima Júnior, faz uma minuciosa descrição sobre a trajetória do inconfidente, desde sua infância, carreira militar até o enforcamento.

Após ressaltar suas virtudes como estadista a serviço da Companhia de Cavalaria da Guarda dos Vice-Réis, o historiador escreve:

Estêve mobilizado no Rio de Janeiro, para seguir para o Sul do Brasil, levando consigo um contingente de soldados o que não se realizou por ter sido considerado indispensável na preparação de recrutas e segurança das comunicações entre Vila Rica e Rio de Janeiro.

Somente isso! Nenhuma outra menção no livro sobre a pretensa passagem de Tiradentes por Desterro.
Ou seja, a narrativa é falsa.

Livro de cabeceira de Tiradentes ficou 124 anos em SC!
Esta história é verdadeira e comprovada.
A obra que serviu de inspiração para a Inconfidência Mineira, e que pertenceu a Tiradentes, esteve em Florianópolis por mais de um século até ser doada ao governo de Minas Gerais em 1984.

O livro “Récueil des loix constitutives des colonies angloises, conféderées sous la denomination d’Etats-Unis de l’Amérique Septentrionale”, é uma compilação das constituições de seis dos 13 estados confederados e da Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776).

O exemplar único que passou por Santa Catarina tinha estado nas mãos (e na cabeceira) de Tiradentes e foi entregue por ele a Francisco Xavier Machado, porta-estandarte dos Dragões de Minas, para que o levasse de volta aos inconfidentes em Vila Rica (atual Ouro Preto), conta o jornalista Paulo Clóvis Schmitz, em reportagem publicada no Jornal Notícias do Dia, em 2018.

A obra “Compilação das leis constitutivas das colônias inglesas, confederadas sob a denominação de Estados Unidos da América Setentrional” (em tradução livre) foi doada à Biblioteca Pública de Santa Catarina, em 1860, pelo historiador Alexandre de Mello Moraes.

Escrito na Inglaterra e vertido para o francês em 1778, relata Schmitz, entrou no Brasil num período em que a coroa proibia a publicação e circulação de livros e censurava qualquer manifestação contrária à dominação lusitana nas colônias.
Livros clandestinos eram a válvula de escape, e “Récueil…” caiu no colo dos inconfidentes, servindo de combustível para as ideias emancipacionistas do grupo de José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa”.

O precioso livro pertenceu à Biblioteca durante 124 anos até que, em 1984, após solicitação oficial do governador mineiro Tancredo Neves a seu par Esperidião Amin, foi transferido para o Museu da Inconfidência, em Ouro Preto.

Amin entrega oficialmente a obra ao governador Tancredo Neves (Acervo Esperidião Amin)

Obra fez parte do processo contra o alferes
Após Tiradentes enviar o livro para os inconfidentes em Vila Rica, o exemplar caiu nas mãos do Visconde de Barbacena, então governador mineiro, e após a prisão dos líderes, a publicação foi anexada aos “Autos da Devassa”, ressalta a reportagem do ND.

Mais uma prova de que a obra fez parte dos autos que levaram Tiradentes à forca está na declaração do doador.

Ofereço este precioso livro à Biblioteca de Santa Catarina que diz ter sido o documento número 26 formando parte original do processo da Conspiração de Minas intitulado de Tira-dentes…”, escreveu o historiador Alexandre de Mello Moraes.

“Leitura da Sentença de Tiradentes”, tela de Leopoldino Faria , exposta na Câmara Municipal de Ouro Preto

(A imagem de abertura é a tela Prisão de Tiradentes, de Antônio Diogo Parreiras, exposta no Museu Júlio de Castilhos)

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Agendas

Nova estratégia do poder público para evitar que moradores de rua ‘acampem’ nas passarelas de pedestres da Capital

As passarelas de pedestres são locais de conflito frequente entre o poder público e pessoas em situação de rua.

Nestes espaços se instalam cidadãos vulneráveis para pedir esmolas e, muitas vezes, passar a noite.

Passarela da Rodoviária (Google Street)

No Centro, um desses lugares é a passarela na frente do Terminal Rodoviário Rita Maria, sobre a Avenida Paulo Fontes.

Coberto e próximo de tudo, tradicionalmente era ocupado por moradores de ruas ou hippies que vendiam artesanato.

A Prefeitura sempre buscou afastá-lo do local, nem sempre com sucesso.

Agora, no entanto, uma nova estratégia parece estar funcionando, pelo menos à noite.

Recentemente, foram instalados dois potentes refletores, cada um direcionado as duas extremidades circulares da passarela, onde costumam ficar as pessoas em situação de rua.
Os postes estão na calçada, embaixo da estrutura.

Em visita da reportagem, esta semana, somente um cidadão estava abrigado na passarela à noite.
Ele tentava se proteger da poderosa luz com um pano pendurado na grade externa, que funcionava como uma cortina improvisada.

Pano para reduzir a iluminação (Billy Culleton)
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Atualidade

Florianópolis chega a 901 óbitos – Confira também o percentual de vacinados, casos ativos e recuperados

Cerca de 83 mil pessoas receberam a vacina contra a Covid-19 na Capital, o que representa 16% da população.
Destas, 50,5 mil receberam as duas doses, significando 10% dos habitantes.

Nesta terça-feira, 20, a Prefeitura de Florianópolis irá ampliar a vacinação para pessoas de 64 anos. Segundo a estimativa do IBGE, a cidade conta com 4.158 pessoas nesta idade.

Sete falecimentos por dia
De acordo com informações do governo de SC, desde o início da pandemia, Florianópolis registrou 901 óbitos.

Nos últimos 30 dias houve 220 falecimentos, uma média de sete mortes por dia.

No momento há 1.290 casos ativos na Capital, média de 257 para cada 100 mil habitantes.

Quadro com os casos nos municípios de SC

As cinco dúvidas mais frequentes:

1 – Quem já teve Covid deve tomar vacinar?
Sim, ainda não há evidências cientificas comprovando que quem já contraiu a doença está imune.

2 – Se já tive Covid, quanto tempo depois da infecção posso fazer a vacina?
A recomendação é que a vacinação seja adiada até a recuperação clínica total e pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas ou quatro semanas a partir da primeira amostra de PCR positiva em pessoas assintomáticas.

3 – Posso pegar Covid mesmo após vacinado?
A chance de se contaminar com vírus e desenvolver a doença, tendo sido vacinado são significativamente menores, mas existe, especialmente antes do período de 28 dias após a segunda dose.

4 – Quanto tempo depois da segunda dose estarei imunizado? Após vacinar posso sair, viajar ou ir a festas sem máscaras?
A imunidade total ocorre cerca de 30 dias após a segunda dose. As medidas de distanciamento deverão ser mantidas até que a imunidade coletiva seja atingida pela população.

5 – A vacina causa Covid ?
Não, nenhuma vacina causa Covid. As vacinas atualmente aprovadas e disponíveis no Brasil são seguras. Inclusive as disponíveis no momento utilizam o vírus inativado, ou parte do vírus inativado, igual a outras vacinas como a da gripe e a da raiva.

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Atualidade

Bar no Centro tenta enganar fiscalização e é interditado pela Vigilância Sanitária

O bar Lontra, localizado no Centro de Florianópolis, está sendo interditado neste sábado por descumprir normas estaduais contra a Covid-19.

O processo da vigilância sanitária é baseado em um vídeo que circula nas redes sociais onde responsáveis pela casa orientam os usuários a “sentar” e “colocar a máscara” quando a fiscalização chega no local.

A procuradoria municipal considerou um deboche e uma afronta à fiscalização o modus operandi do local e o histórico de infrações do grupo responsável pelo bar.

A interdição vale por 15 dias e a multa será valorada durante o processo administrativo.

(Com informações repassadas pela PMF)

 

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Crônicas de Sérgio da Costa Ramos Reportagens Especiais

“Notícias de um abraço”, crônica de Sérgio da Costa Ramos – O gesto de carinho na Praça XV que surpreendeu o país

Notícias de um abraço
Por Sérgio da Costa Ramos

O homem anda tão brutalizado nas cidades, seus malfeitos, tão disseminadas em nosso meio que, um belo dia, um gesto de afeto chamará “dramaticamente” a atenção das pessoas.

Diante de um “abraço” – o ato de um ser humano enlaçar o outro e trazê-lo para junto do peito -, o homem surpreso, indagará:
– O que é isso?

E aí, na contramão das manchetes, os jornais publicarão a notícia de um “abraço”.
Ou de um “beijo”:

“Cientistas do comportamento humano, dois psiquiatras, um dermatologista e uma assistente social estudam a natureza do gesto que chamou a atenção do Brasil, ontem, em Florianópolis, Santa Catarina. Um homem e uma mulher, num banco da Praça XV de Novembro, no coração da cidade, aproximaram os seus troncos, um de frente para o outro. E culminaram o seu estranho comportamento unindo os lábios –  e os comprimindo num ato que chamou a atenção de fotógrafos e passantes. A 3ª Delegacia de Polícia do bairro não chegou a deter os protagonistas pelo gesto bizarro, nem os indiciou em qualquer conduta suscetível do enquadramento penal.”

Nesta época de tanto desamor, tanta crueldade, em que tortura deixa as masmorras para exercer sua infâmia à luz do sol, espanta que os pelourinhos não retornem às praças públicas, para que todos presenciem o homem em seu estado animal, açoitando o próprio homem.

Nesses tempos de miséria e vilania, em que tapas ecoam nas esquinas com sonoplastia de radioteatro, bandidos encarcerados decretam a prisão da sociedade e verdugos fardados atordoam pobres trabalhadores com o peludo braço do Estado marginal, convoco toda a humanidade a falar de abraços e beijos.

Um beijo, segundo os pesquisadores do amor, põe em circulação hormônios que desencadeiam sensações de bem-estar e alegria, mitigando a dor, como uma espécie de morfina.

Não por acaso as mães beijam o “dodói” das criancinhas que tropeçam e caem –  e já se levantam, reanimadas pelo milagre do “beijo”.

O ato de pousar os próprios lábios nos de alguém a quem muito queremos, imprimindo-lhes um movimento de sucção, não é apenas um gesto afetivo: é também um gesto terapêutico.

Segundo os citologistas de plantão, especialistas em pele, o beijo é uma das melhores formas de se evitar as rugas e de se fazer “ginástica facial”, já que põe em movimento nadas menos do que 29 músculos.

Trata-se, portanto, do verdadeiro halterofilismo labial. Ainda no campo dos benefícios estéticos, já está provado que o beijo “emagrece”.

Sim, quem muito beija dificilmente deixará de ser esbelto – pois o beijo obriga o organismo a consumir cerca de 12 calorias por unidade  bem estalada e até 28 calorias se o beijo é daqueles cinematográficos, de desentupir pia.

Quanta energia, quanta vitamina num beijo só! Com tantas propriedades, não há de ter sido por mero acaso que o beijo se tornou o afago mais praticado na história da humanidade.

Dele, já dizia “William”, o poeta de Stratford-on-Avon:
– Um beijo remove montanhas, constrói reinos, dissipa impérios…

E o magnífico poeta negro, o verdadeiro Iluminado,  Cruz e Sousa, um dia suspirou pelo beijo de um amor secreto – uma branca, ebúrnea,  uma “galega” a quem amou platonicamente:
– Beije-me e serei teu príncipe, em noite de plenilúnio…

Claro, não faltariam os “espíritos de porco”, como o poeta espanhol La Serna.
Sobre este nobre carinho, ele estalou os beiços e atirou com desdém:
– Às vezes, o beijo não passa de um chiclete compartilhado…

E daí? – pergunto eu. Se é o chiclete da bem-querença, que mal faz?
Masquemos todos, homens e mulheres, essa doce e reparadora saliva do amor, esses halteres labial que ainda pode salvar a humanidade.

(Crônica publicada originalmente no Diário Catarinense, em 15/4/2010. Reproduzida com a autorização do autor. Imagem de abertura do Pixabay)

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Histórias do Centro

Demolido em 1899 – Há 170 anos foi inaugurado o primeiro Mercado Público de Florianópolis, frente à Praça XV

Por Billy Culleton
Em 6 de janeiro de 1851, a Capital ganhou uma suntuosa edificação para os padrões da época.

A construção do Mercado Público, na atual Praça Fernando Machado, representou o fim de uma situação deplorável, em termos de higiene e saúde pública, existente no Centro da cidade fazia várias décadas.

Até então, os alimentos eram comercializados em feiras livres, principalmente, no entorno do Largo do Palácio, atual Praça XV.
Além das precárias condições sanitárias, o local congregava outras atividades e personagens indesejados.

“Prostitutas, tendas de bebidas, bêbados e o lixo jogado ao descaso, além das constantes brigas na rua, acontecem em frente ao Palácio do Governo e à Igreja Matriz (Catedral), demonstrando a necessidade de organizar a região central”, explica o historiador Ricardo Moreira de Mesquita, na obra ‘Mercado: do Mané ao Turista’ (2002).

Imagem da década de 1880 mostra o Mercado Velho (Acervo IHGSC)

O local escolhido foi um terreno frente à Praça, à beira mar, junto ao trapiche principal da cidade, alinhado com a Rua do Príncipe, atual Conselheiro Mafra.
O projeto compreendia, além do prédio, um aterro para nivelar a edificação com a Praça e uma rampa para facilitar a subida das canoas e pequenas embarcações que abasteceriam o Mercado.

Quatro entradas
O edifício possuía 34 metros de frente para a Praça e 21 metros na lateral.
Eram 714 metros quadrados de área construída.

População aglomerada na lateral do Mercado, na época à beira mar (Acervo IHGSC)

Quatro grandes portas, uma em cada face, facilitavam o acesso.
Havia 24 janelas em semicírculo com 55 centímetros de raio e grades no interior, que iluminavam a área interna.

Distribuição interna
Por dentro, a construção se dividia em casinhas, bancas para venda de carne e peixe, além dos lugares reservados para quitandeiras, nos vãos entre as 20 colunas de ferro que sustentavam o telhado.

O pátio central tinha um poço de água, dotado de bomba, que abastecia os comerciantes e matava a sede dos fregueses.

Fundos da edificação mostra a chegada dos produtos em pequenos barcos (Acervo IHGSC)

Iluminação diferenciada
No dia da inauguração, o presidente da Província, João José Coutinho, surpreendeu os presentes e anunciou que, para abrilhantar o prédio, tinha mandado instalar lampiões nas paredes externas, e que deveriam ser mantidos acesos durante a noite.

Ao contrário da iluminação pública, que tinha os lampiões apagados por volta das 22 horas.

Pintura de Aldo Beck mostra Mercado, em imagem sobre a explosão da antiga Alfândega em 1866 (Acervo Casa da Memória)

Reportagem relacionada:
Prédio da Alfândega desapareceu – A terrível explosão, ao lado do cais, que estremeceu o Centro de Desterro em 1866

Lei seca
O regulamento proibia a venda ou conservação, no interior do Mercado Público, de “bebidas espirituosas, qualquer que seja sua composição”.

O objetivo era evitar a presença de pessoas que pudessem tumultuar o já alvoroçado ambiente.
Mesmo assim, com o passar dos anos, o espaço foi se transformando.

Litografia atribuída a Joseph Brüggemann, em 1867, mostra a movimentação em torno do Mercado. À direita, o trapiche principal da cidade (Acervo IHGSC)

“O entorno do Mercado acabou se tornando, mesmo a contragosto das autoridades, um local de forte apelo popular, onde os afrodescendentes, lavradores, libertos e escravos lutavam pela sua sobrevivência, trabalhando como quitandeiras, ambulantes e pombeiros. Era ali que faziam suas vidas”, informa o texto do site SantaAfroCatarina, um projeto ligado à Universidade Federal de Santa Catarina.

Novo Mercado
No final do século 19, a estrutura do Mercado Público passou a ser considerada inadequada para o comércio, especialmente das carnes verdes e dos peixes frescos que tinham que ter novos cuidados sanitários.

Local onde viria a ser construído o novo e atual Mercado Público (Acervo Casa da Memória)

Ao mesmo tempo, a ocupação do espaço se transformou em disputa política, em nome do embelezamento e saneamento do Largo da Matriz.

Por esse motivo, houve um movimento para a transferência para um novo local, mais apropriado e com melhores condições de higiene.
O lugar escolhido ficava ao lado da Casa da Alfândega, onde em fevereiro de 1899 foi inaugurado o atual Mercado Público Municipal.

Meses depois, o Mercado Velho, como era chamado, foi demolido e em seu lugar ergueu-se a estátua do coronel Fernando Machado, oficial morto durante a Guerra do Paraguai, que ainda hoje pode ser vista ali.

Praça Fernando Machado na atualidade (Imagem do Google Street)

(Esta reportagem foi produzida a partir de pesquisas nas seguinte obras e sites: ‘Mercado: do Mané ao Turista’, “A busca de espaços para o comércio de gêneros alimentícios em Desterro”, SantaAfroCatarina e Onde está desterro?. A foto de abertura é do acervo do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina – IHGSC)

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Contradição – Petrobrás anuncia novo aumento, mas a maioria dos postos do Centro reduz o preço em 5%

Ninguém entende, nem explica. Desde o início de abril, os postos de combustíveis da região central da Capital têm baixado o valor da gasolina comum entre 4% e 6%.

Mesmo com o anúncio da Petrobrás, na quinta-feira, 15, de alta de 2%, nesta sexta-feira, 16, os seis estabelecimentos mais ‘barateiros’ do Centro estão vendendo o litro a menos de R$ 5.

Em 1º de abril, em levantamento feito pelo Floripa Centro, a média era de R$ 5,10.
Agora, o preço mais barato é R$ 4,79, na Avenida Mauro Ramos.

Confira os valores de cada posto:

Posto na Mauro Ramos, ao lado Ibama: gasolina comum R$ 4,78

 

Posto na Mauro Ramos, esquina com Crispim Mira: gasolina comum R$ 4,79

 

Posto Rita Maria, na frente do Terminal: gasolina comum R$ 4,88

 

Posto na Mauro Ramos, esquina Clemente Rovere: gasolina comum R$ 4,89

 

Posto na Silva Jardim, na subida do Hospital de Caridade: gasolina comum R$ 4,89

 

Posto Petrobras, na Avenida Hercílio Luz, esquina Anita Garibaldi: R$ 4,99
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No Centro – Templo Hare Krishna oferece almoço vegetariano, “gratuito e abençoado”

Instalados na região central de Florianópolis há três anos, um grupo de devotos Hare Krishna busca difundir a filosofia da simplicidade, da paz e da espiritualidade entre a população local.
E a vida sadia é um dos pilares para alcançar essas três virtudes.

Assim, num gesto de solidariedade e compaixão, eles oferecem almoço vegetariano a qualquer pessoa que chegar na Avenida Mauro Ramos, 403, entre às 12h30min e 14h, de segunda a sexta-feira.
São 60 pessoas, em média, que recebem alimentação gratuita.

Alimentação saudável para todos (Divulgação)

E não são apenas moradores de rua, mas também trabalhadores do Centro que optam por não gastar ou por estarem sintonizados com a filosofia Hare Krishna.

“Os almoços são feitos pelos próprios devotos que moram no templo. Antes de consumi-los, são oferecidos a Krishna para serem abençoados”, explica o líder do grupo, Hara Kanta Das.

Nada é pedido ou exigido daqueles que chegam para se alimentar, mas se alguém quer lavar a louça, por exemplo, a ajuda é bem-vinda.

Almoço é servido pelos próprios devotos (Divulgação)

Ajuda do Ceasa
O templo aceita doações de certos alimentos que os Hare Krishna consideram saudáveis, como arroz, feijão, lentilha e macarrão sem ovos.

As verduras e legumes são arrecadados no Ceasa, em São José. “Vamos uma vez por semana com uma Kombi e eles nos ajudam, doando esses produtos”, diz Hara.

O líder do grupo em Florianópolis, Hara Kanta Das (Foto: Billy Culleton)

Como doar
– Levar diretamente ao templo (Av. Mauro Ramos, Nº 403, perto do Instituto Estadual de Educação).
– Ou fazer contato pelos telefones: (48) 99833-9197 ou 3065-6442.

Placa na calçada mostra quais os alimentos que podem ser doados (Billy Culleton)

Tradições
São sete pessoas que moram no prédio de dois andares: no térreo fica o templo para adoração a Krishna e na garagem é servido o almoço.

Já no primeiro andar está o local da moradia comunitária dos devotos, que têm a cabeça raspada e usam a tradicional calça de estilo védico e a kurta na cor açafrão.

Interior do templo com a imagem de Krishna (Billy Culleton)

Festivais
O templo Hare Krishna de Florianópolis também realiza o que chamam de festivais, do qual todos podem participar: de segunda a quinta-feira, às 19h, e nos domingos às 17h.

Nesses encontros, devotos e visitantes cantam, dançam, assistem a uma breve reflexão sobre algum tema espiritual e, no fim, saboreiam comidas vegetarianas ou doces.

Devotos abordando pedestres frente ao Ticen (Divulgação)

Tópicos da filosofia Hare Krishna

– De origem indiana, a doutrina chegou ao Ocidente na década de 1960, inicialmente, nos Estados Unidos.

– Os devotos concebem a existência de um único Deus, o qual é provido de infinitos nomes e formas, conforme suas qualidades.

– O nome principal de Deus é Krishna, que significa “O Todo-Atrativo” e que engloba todas as demais qualidades.

– Todos os seres vivos (plantas, animais e seres humanos) são almas espirituais, presas a um ciclo de nascimentos e mortes (samsara) na Terra e em outros planetas materiais. Por isso, não é permitido o consumo de carne, peixe, ovos, frutos do mar e seus derivados.
(Fonte destes tópicos: Wikipedia)

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Padeiro, manicure e barbeiro – Cursos profissionalizantes, no Centro, para 83 pessoas em situação de rua

Buscando a reinserção profissional das pessoas em situação de rua, a partir desta segunda-feira, 19, serão oferecidos diversos cursos na Passarela da Cidadania, na região central da Capital.
Haverá formação em panificação e confeitaria, manicure, sobrancelha e cílios, barbeiro, hotelaria e turismo.

Frequentador da Passarela concluiu o curso de barbeiro, promovido no espaço (Divulgação PMF)

Além destes cursos profissionalizantes, os 83 inscritos irão participar de uma capacitação para entrevista de emprego e inserção no mercado de trabalho.

As aulas, com carga horária de três horas, são uma parceria entre a ONG Nurrevi, TSS Capacitações e a Prefeitura de Florianópolis.

Cama, mesa e banho
Na Passarela da Cidadania as pessoas encontram acolhimento completo, com refeições, capacitações, cama para pernoite, atendimento psicossocial, atendimento com equipe de enfermagem, doação de roupas e kits de higiene.

Distribuição de lanche na passarela (Divulgação PMF)

O trabalho desenvolvido na Passarela da Cidadania acontece por meio da Secretaria de Assistência Social, ONG Nurrevi, voluntários e doações da rede Solidária Somar Floripa.
A parceria possibilita que os acolhidos no espaço tenham a chance de receber mais oportunidades para reinserção social.

(Com informações da PMF. A foto de abertura é de Billy Culleton)

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Ação frustrada por populares – Justiça condena assaltante de ótica na Rua Vidal Ramos, no Centro

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina manteve a pena imposta a um homem que tentou assaltar uma ótica no Centro da Capital.

De acordo com o processo, o acusado entrou na loja com o pretexto de comprar óculos, mas logo depois, disse que estava armado.
Na sequência, agarrou o pescoço da atendente, puxou seus cabelos com força e exigiu que ela lhe entregasse o dinheiro do caixa.

O crime aconteceu na tarde de 7 de agosto de 2020, na Rua Vidal Ramos.
A ação só foi impedida porque a vítima gritou por socorro e pessoas que passavam em frente à ótica intervieram.

A condena
Em primeira instância, o juízo decretou a prisão preventiva e depois, pelo crime de tentativa de extorsão, condenou o réu a dois anos, dois meses de reclusão, em regime semiaberto.

Inconformado, o homem recorreu ao TJ e pleiteou, entre outras coisas, a fixação do regime mais brando.

No entanto, de acordo com o desembargador Sidney Eloy Dalabrida, relator do recurso julgado recentemente, a existência de maus antecedentes e o fato de o réu ser reincidente específico, em crime contra o patrimônio autorizariam, inclusive, a fixação do regime fechado, de maneira que o acusado foi beneficiado com a modalidade semiaberta estabelecida na sentença, a qual merece ser mantida.
Seu entendimento foi seguido de forma unânime pelos demais integrantes da 4ª Câmara Criminal do Tribunal.

(Com informações da Assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça de SC)

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