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Na antiga Confeitaria Chiquinho – O fechamento da Livraria Catarinense, na principal esquina do Centro de Florianópolis

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A região central da cidade perdeu mais uma referência cultural.
A Livraria Catarinense fechou as portas, na esquina dos calçadões da Felipe Schmidt e Trajano.

A tradicional esquina ocupada pela livraria (Google Street)

O estabelecimento se mudou para um local bem menor, na Rua Deodoro, Nº 216.

Desde o início da década de 2000, a loja ocupava um dos prédios mais tradicionais da cidade: a antiga Confeitaria Chiquinho, que conta com dois andares, além do térreo.

As vendas de livros pela internet, o preço do aluguel e a diminuição no fluxo de clientes foram os motivos apontados por uma funcionária da Livraria Catarinense.

A nova loja, na Deodoro, muito menor que a antiga

 

 

 

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Desde 1750 – Praça que foi principal fonte de água do Centro de Florianópolis ganha academia ao ar livre

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Nos séculos 18 e 19, o espaço onde está localizada a Praça Pio 12, ao lado das Lojas Americanas, no Centro de Florianópolis, tinha uma fonte, usada pela população para recolher água.

Era conhecido como Largo da Carioca (em alusão à fonte, que assim se chamava).

Já a rua que passava na frente (atual Felipe Schmidt) era chamada Rua da Fonte do Ramos, em referência ao sobrenome dos proprietários das terras do entorno da área.

Na área foi instalada uma academia de ginástica, nesta terça-feira, 24.
A iniciativa foi da Associação dos Aposentados e Pensionistas da Previdência Social da Grande Florianópolis (Asaprev) pela passagem do 35º aniversário da entidade.

A fonte que ali nascia formava um córrego que passava pela Rua 7 de Setembro e ia desaguar no mar, a poucas quadras, segundo conta a urbanista Eliane Veras da Veiga, no livro “Florianópolis, Memória Urbana”.

Em 1887, o riacho foi canalizado e foram construídas fontes para lavação de roupa.

Já no início do século 20, o espaço arborizado não tinha muito aproveitamento.
Mas a partir da metade do século, foi construído o primeiro terminal de ônibus da cidade, que funcionou até a década de 1980.

Foi na gestão do prefeito Sérgio Grando (1993-1996) que o local foi revitalizado, se transformando na atual Praça Pio 12, que passou a contar com um estacionamento subterrâneo.

(As fotos históricas são de autoria desconhecida. As atuais, de Billy Culleton)

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Bonecos do Berbigão do Boca voltam às ruas do Centro – Feira de Cascaes acontece na Praça XV, neste domingo

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Após quase dois anos enclausurados no Clube Doze por causa da pandemia, os 40 personagens da cultura popular florianopolitana, que ‘viraram bonecos’, poderão passear mais uma vez pelas ruas centrais de Florianópolis.

Os enormes bonecos do Berbigão do Boca são uma das atrações da Feira de Cascaes, que acontece no domingo 22 de agosto, das 10h às 17h, na Praça XV de Novembro.

O evento gratuito reunirá todas as feiras de artesanato registradas na Prefeitura, 22 atrações culturais, barraquinhas étnicas, food trucks e espaço kids.

A previsão é de que a Feira aconteça a cada dois meses no segundo domingo de cada mês, com três edições até o final do ano.
A edição de agosto está marcada para o dia 22 por conta do Dia do Folclore.

A primeira edição tem como tema “Vem cá, meu boi!” em homenagem ao Dia Municipal do Boi de Mamão, celebrado em 20 de agosto.

“A Feira de Cascaes vai reunir diversos elementos da nossa cultura. Gastronomia, música, artesanato, diferentes atrações culturais, tudo gratuito, ao redor da nossa Praça XV. Em ambiente aberto e com controle de acesso. Tudo foi planejado para garantir a segurança dos visitantes” explica Fábio Botelho, superintendente da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes.

Protocolo e aplicativo
A feira adotará os protocolos sanitários necessários para manter a segurança dos visitantes.

Um dos recursos utilizados para o controle de acesso será o aplicativo Secult Floripa. Os interessados em visitar a feira já podem baixar o aplicativo e aguardar a disponibilização do link para fazer o seu cadastro.

Para quem não conseguir se cadastrar previamente, haverá a possibilidade de fazer o registro no momento de entrada.

Durante a feira, a Fundação Somar estará arrecadando itens de higiene e beleza para mulheres vítimas de violência doméstica.

(Com informações da Fundação Franklin Cascaes. A foto de abertura é de Billy Culleton)

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250 anos do Forte São Luís – Shopping desiste de construir praça estilizada na Beira Mar Norte

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Em 1771 foi construído o Forte de São Luís da Praia de Fora, com o objetivo de reforçar a segurança da então Vila de Nossa Senhora do Desterro.
A iniciativa ocorreu durante a gestão do governador Francisco de Souza de Menezes (1765-1775).

Mas 68 anos depois, em 2 de dezembro de 1839, a fortaleza, localizada na frente do atual Shopping Beiramar, foi à leilão, sendo vendida por um “preço menor do que valia a cantaria de seus portões”, segundo conta o historiador catarinense Oswaldo Rodrigues Cabral na obra ‘As Defesas da Ilha de Santa Catarina no Brasil-Colônia’.

Mapa de 1777 mostra as dimensões da fortificação (Divulgação: fortalezas.org)

O comprador tinha o compromisso de demolir a construção de 1771, no contexto da Revolução Farroupilha (1835-45), com o receio de que cidade caísse em poder dos revolucionários.

Após a demolição, a área ficou abandonada e, no início do século XIX, adaptou-se ali uma fonte pública, transformando o local em um largo, com área livre para montagens de feiras.

O terreno na década de 1980 (Divulgação: fortalezas.org)

O terreno de 50 metros por 40 metros acabou nas mãos do Exército que, em 2018, o cedeu para a Prefeitura da Capital construir uma praça.

Década de 1990, reduto de feiras, já com o shopping construído (Divulgação: fortalezas.org)

Em 2019, o Shopping Beiramar assinou convênio com o município para adotar o espaço e construir uma praça.
Antes de começar a obra, no entanto, seria feito um levantamento arqueológico para verificar os resquícios da antiga fortaleza.

Projeto da frustrada praça (Divulgação)

E foi neste ponto que começaram as divergências: os estudos foram feitos apenas num espaço reduzido do terreno, sendo encontradas algumas peças antigas.

O caso foi parar na Justiça, com questionamentos sobre a abrangência e aprofundamento do levantamento arqueológico.

Recentemente, a Justiça Federal, em ação protocolada pelo Ministério Público Federal, suspendeu a construção da praça até que sejam feitos mais estudos arqueológicos no espaço público.

Imagem atual do espaço (Google Street)

Em razão dessas incertezas, os proprietários do Beiramar comunicaram ao prefeito Gean Loureiro a desistência de adotar a área.
A informação é do colunista Fábio Gadotti, do Grupo ND+, nesta quarta-feira, 4.

Segundo a publicação, a decisão é motivada pela demora de autorização para início dos trabalhos.
“Em que pese defendermos a importância da preservação do patrimônio cultural e histórico da humanidade e a observância das leis, não podemos, sob pena de prejuízo a outros novos projetos que possamos ou pretendemos vir a assumir, ficar atrelados a um projeto ad aeternum, na expectativa da solução de demanda que independe da nossa vontade e cujo prazo para tal não há como ser aferido”, afirmam Waltinho Koerich e Antônio Carlos Scherer, diretores do shopping.

Década de 1970, com o antigo estádio do Avaí onde hoje é o shopping (Divulgação: fortalezas.org)

(A imagem de abertura é um mapa de 1777, do site fortalezas.org e que tem uma arte em vermelho do Floripa Centro, para ressaltar o Forte São Luís)

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Há 190 anos – Imprensa de SC começou no Centro de Desterro com a fundação do jornal O Catharinense

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Por Billy Culleton

Neste 28 de julho comemora-se o Dia da Imprensa Catarinense.
Nessa data, em 1831, o lagunense Jerônimo Francisco Coelho lançava o periódico O Catharinense.

Era um jornal de formato pequeno (19cm x 25cm), com seis páginas, que circulou por apenas um ano.
Foram 22 edições, das quais três estão conservadas na Biblioteca Pública do Estado.

Pelo pioneirismo, Jerônimo Coelho se transformou no patrono da imprensa catarinense.

Ele produzia o jornal na sua própria residência, na então Rua do Livramento, atual Trajano.
Na época, Desterro contava apenas com 6 mil habitantes.

Ilustração que faz parte do livro ‘Jerônimo Coelho, esboço biográfico’, de Eleutério Nicolau da Conceição

Prelo
A compra da tipografia e do material necessário para a criação de O Catharinense foi viabilizada graças ao apoio financeiro dos maçons do Rio de Janeiro.
Atualmente o prelo usado por Jerônimo Coelho esta exposto no Museu Anita Garibaldi, em Laguna.

O prelo em exposição em Laguna (Divulgação Museu Anita Garibaldi)

Função social
O principal objetivo do jornal era proteger os humilhados, incluindo os escravos que viviam na cidade.
Prometo velar solícito da guarda da inocência: ela não terá mais de gemer em silêncio. E aqueles que a oprimam, terão de ser dados ao prelo, para serem apontados como opressores da humanidade”, escreveu, no primeiro número de O Catharinense.

E completou: “Eles jamais poderão encarar a liberdade de imprensa sem horror porque, por meio dela, os seus crimes e suas tramas serão sempre expostos ao conhecimento dos povos.”

Ilustração que faz parte do livro ‘Jerônimo Coelho, esboço biográfico’, de Eleutério Nicolau da Conceição

“O jornal propagava o ideal liberal e iluminista, em irrestrita oposição política à monarquia”, escreveu o bibliotecário Alzemi Machado, na obra “A imprensa catarinense no século XIX”.

“A defesa intransigente da liberdade de imprensa defendida por Jerônimo Coelho segue essencial nos dias de hoje”, afirma a presidente da Associação Catarinense de Imprensa (ACI), Déborah Almada.

Ela alerta para recente pesquisa da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) que mostra o crescimento dos ataques a jornalistas ou veículos de comunicação no país: um aumento de 38% no primeiro semestre de 2021 em comparação com o mesmo período do ano passado.

Curiosidade
O Catharinense trouxe a novidade dos ‘classificados’.
Embora tivesse ideias abolicionistas, a edição de 25 de janeiro de 1832 anuncia a venda de um escravo, numa chácara na Praia de Fora.

O segundo jornal de SC
Jerônimo Coelho, conhecido como “Espada Falante”, também fundou o segundo jornal do Estado, “O Expositor”, em 8 de dezembro de 1832.

No mesmo ano, o engenheiro militar foi o responsável pela fundação da primeira loja maçônica em Santa Catarina, chamada “Concórdia”.

Na vida política, Coelho foi deputado e presidente das províncias do Rio Grande do Sul e de Grão-Pará (atual Pará e parte do Amazonas).

O patrono da imprensa catarinense sempre preferiu a vida simples, sem luxos, para poder servir a sociedade com autonomia.

Como escreveu o almirante Henrique Boiteux, na biografia sobre o jornalista:
Pobre nasceu; de mãos limpas viveu e com elas puras morreu. Viveu na honradez e probidade, uma vida sem fausto nem luxo. Acomodava-se às suas circunstâncias e a muitos que lhe estranhavam aquele modo de proceder, contentava-se em dizer: a minha pobreza é a minha riqueza”.

(Esta reportagem foi feita a partir da pesquisa nos livros ‘Jerônimo Coelho, esboço biográfico’, de Eleutério Nicolau da Conceição; ‘A imprensa catarinense no século XIX”, de Alzemi Machado, e ‘Jerônimo Coelho, um liberal na formação do II império’, de Carlos Humberto Corrêa. A imagem de abertura é a tela ‘Vista de Desterro’, de Victor Meirelles, feita em 1847 e que mostra a Rua do Livramento, no Centro da cidade)

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Museu Naval reabre no Centro de Florianópolis – Uma viagem pela história: armas, barcos e gaiola para piratas

Um espaço que conta a história do Brasil Império desde a ótica da Marinha do Brasil está à disposição da população, com entrada gratuita.

O Museu Naval, inaugurado no Centro de Florianópolis em 2016, foi reaberto este mês, após 16 meses fechado por causa da pandemia.

Entre os destaques da exposição permanente há raridades como o primeiro esboço do brasão do Império Brasileiro, peças originais de Dom João VI, Dom Pedro I e Dom Pedro II.

Tem, ainda, uma réplica da máscara mortuária de Napoleão Bonaparte.

Localizado no histórico Forte de Santa Bárbara, construído há 250 anos, o acervo conta com cerca de 2 mil peças.

Além de modelos de barcos utilizados na Guerra do Paraguai, armas e as primeiras moedas cunhadas no Brasil, há curiosidades como uma réplica da gaiola para piratas (usada para encarcerá-los dentro dos navios) e barris de pólvora, feitos de madeira.

Também há preciosidades como armas imperiais, um telégrafo original e antigos instrumentos de navegação.

Recomendação do Floripa Centro: um ótimo programa para adultos e crianças!

Serviço
– Visitação: de terças a sábado, das 10h às 17h.
– Custo: gratuito.
– Endereço: Rua Antônio (Nico) Luz, 260, esquina com a Avenida Hercílio Luz.
– Agendamento para grupos: (48) 3225-3896.

(A imagem de abertura é divulgação da Marinha do Brasil. As demais fotos são de Billy Culleton)

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Homenagem a Anita Garibaldi no Centro de Florianópolis – Há 182 anos era proclamada a República Catarinense

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Nesta quinta-feira, 22, foi aberta a exposição “Anita Garibaldi 200 anos: Vida, Coragem e Paixão”, no Museu Histórico de Santa Catarina – Palácio Cruz e Sousa, no Centro de Florianópolis.
A mostra é uma homenagem à ‘heroína de dois mundos’ no bicentenário do seu nascimento, comemorado em 30 de agosto de 2021.

A data escolhida para a abertura, 22 de julho, representa a tomada de Laguna pelos Farrapos, ocorrida neste dia em 1839. .
Uma semana depois, em 29 de julho, foi proclamada a República Catarinense, há exatos 182 anos.

A também chamada República Juliana, foi proclamada por David Canabarro e Giuseppe Garibaldi, a partir da tomada de Laguna e formou uma confederação com a República Rio-Grandense.

Porém, quatro meses depois as forças do Império retomaram o poder no Estado.

Exposição
A exposição está dividida em dois ambientes: a parte interna conta com obras de arte que retratam Anita Garibaldi e a parte externa (jardim) terá painéis com textos e imagens que contam passagens importantes da vida da protagonista.

Há peças do acervo do próprio Museu Histórico, do Museu Nacional do Mar e do Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), além de uma tela da artista Vera Sabino que será exposta pela primeira vez.

O conteúdo da exposição foi elaborado durante vários meses por uma equipe que reuniu técnicos de diferentes setores da Fundação Catarinense de Cultura (FCC).

Giussepe Garibaldi e Anita, em tela que faz parte do acervo do Museu Histórico de SC (Divulgação FCC)

Visitação agendada
A visitação à mostra ocorrerá mediante agendamento, com grupos pequenos e seguindo os protocolos de segurança para evitar contágios pela Covid-19.

Os interessados deverão entrar em contato pelo e-mail mhsc@fcc.sc.gov.br e aguardar a resposta confirmando a data e horário para visitação.

As informações históricas presentes na exposição estarão disponíveis para consulta no site do MHSC, por meio de uma pesquisa expandida. Além disso, o conteúdo dos painéis informativos externos foi gravado e poderá ser ouvido.

Ano de Anita
O Governo do Estado instituiu o Ano Comemorativo do Bicentenário de Nascimento de Anita Garibaldi por meio de decreto.

Desde 2019, a Fundação Catarinense de Cultura (FCC) vem para promover e difundir a história da heroína catarinense.

O grupo é composto por diversos órgãos públicos, como Secretarias de Estado e prefeituras, além de entidades públicas e privadas.

O calendário internacional das comemorações, onde estão inseridas ações de todos os entes que compõem o grupo, vem sendo organizado pelo Instituto CulturAnita, de Laguna e, na Itália, pelos parceiros Museu e Biblioteca Renzi, Instituto Garibaldi Da Vinci e Associação Nacional dos Veteranos Garibaldinos.

(Com informações da FCC. A imagem de abertura mostra a agonia de Anita, em tela de 1849, cedida pelo Museo del Risorgimento de Milão para a exposição)

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Regularização da rede de esgoto – Prefeitura dá ultimato a 1 mil proprietários de imóveis no Centro

Cerca de 1 mil imóveis do Centro de Florianópolis recebem, a partir desta semana, um último comunicado para agendar a inspeção gratuita do ‘Floripa Se Liga Na Rede’ e comprovar que estão com as suas ligações de esgoto regularizadas.

São prédios, comércios e casas que já foram inspecionados, apresentaram algum tipo de problema, não regularizaram a situação e seguem, portanto, irregulares.

Todos os imóveis pendentes já tiveram seus dados repassados aos órgãos de fiscalização, mas ainda podem se antecipar às multas, intimações e autuações agendando a inspeção do ‘Floripa Se Liga Na Rede’.

Irregulares chegam a 73%
O último balanço sobre a fiscalização no Centro aponta inspeções em 2 mil imóveis, sendo que 73% estavam irregulares.
Muitos destes regularizaram a situação, mas ainda há em torno de 1 mil que devem se adequar às normas.

Proprietários de imóveis já inspecionados e considerados irregulares devem, concluídas as obras de adequação, entrar em contato novamente para que o ‘Floripa Se Liga Na Rede’ possa realizar novos testes e comprovar a regularidade, finalizando o processo.

Para agendar a inspeção, o responsável deve enviar mensagem de WhatsApp para (48) 98821-6499.

O programa
O ‘Floripa Se Liga Na Rede’ é um programa da Prefeitura Municipal de Florianópolis, realizado em parceria com a Casan e executado pela Echoa Engenharia, que busca promover a correta ligação dos imóveis da cidade à rede coletora de esgoto, atendendo bairros específicos por vez.

Sendo uma das frentes da política de saneamento básico da Capital, o programa oferece uma consultoria técnica e gratuita que analisa se o esgoto do imóvel está ligado de forma correta ou não à rede.
O agendamento da inspeção fica a cargo do morador ou proprietário.

(Com informações e imagens da PMF)

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Blitz busca coibir ação de catadores de recicláveis clandestinos no Centro de Florianópolis

Todas as tardes as ruas do Centro de Florianópolis são invadidas por caminhonetes e pequenos caminhões que disputam, principalmente, o material reciclável separado pelo comércio e condomínios.

O ‘lixo’ é colocado nas calçadas dos edifícios e lojas, no final do dia, em grandes sacos plásticos, para recolhimento da Comcap.

Esses veículos ilegais, geralmente em péssimo estado de conservação, carregam o material para posterior separação e venda dos objetos mais valiosos, como latinhas e papelão.

A maioria dos depósitos está localizada em São José e Palhoça e não tem alvará de funcionamento.

Fiscalização envolveu a Guarda Municipal (Divulgação PMF)

Por que proibir?
Proibir a ação destes trabalhadores seria condenável, caso não fossem levados em consideração dois fatos relevantes.

Primeiro, o material recolhido pela Comcap é destinado integralmente para a Associação de Coletores de Materiais Recicláveis, composta por 200 famílias, que sobrevivem da doação de recicláveis da coleta pública.

O galpão do projeto está instalado no terreno da Comcap, no Bairro Itacorubi.

Trabalho de catadores no Itacorubi (Divulgação ACMR)

Outro aspecto relevante: enquanto na Associação, TODO o material reciclável é reaproveitado, os catadores clandestinos priorizam os produtos mais valiosos (como metais e papelão) e descartam o restante.

“O vidro não vale a pena vender, porque pagam muito pouco”, disse, à reportagem do Floripa Centro, um dos trabalhadores que circula pelo Centro.
“Mas, o que não comercializamos a gente coloca em sacos, na calçada, e a companhia de lixo leva”, explicou, tentando justificar o procedimento.
Só que essa sobra destes depósitos ilegais vai para o lixo comum!

Um dos clandestinos em ação no Centro (Billy Culleton)

Fiscalização próxima às pontes
Por isso, nesta quarta-feira, 14, a Prefeitura realizou uma blitz abordando os veículos com carga clandestina, principalmente, nas vias próximas à saída da Ilha e, também, no Continente.

Blitz próxima ao Mercado Público (Divulgação PMF)

A ação pretende resguardar a política municipal de inclusão dos triadores, na rede da reciclagem, conforme preconiza a Política Nacional de Resíduos Sólidos e o termo de ajustamento de conduta assinado com o Ministério Público de Santa Catarina, em 2008.

Na época, os catadores que separavam recicláveis na cabeceira insular da Ponte Pedro Ivo, concordaram em deixar de percorrer o Centro com carrinhos e organizaram-se no galpão cedido pela Comcap, no Itacorubi.

Hoje, além da Associação de Coletores de Materiais Recicláveis, há mais seis associações e cooperativas instaladas em Florianópolis.
São 370 pessoas e 200 famílias que vivem desse material.

Ação dos clandestinos empobrece legalizados
Com a ação de clandestinos durante a pandemia, a renda dessas famílias teve uma redução de até 70%.

“Vamos abordar para saber de onde vem essas pessoas, quais as condições de segurança do trabalho e dos veículos, e para orientá-los que a Prefeitura de Florianópolis tem o compromisso de proteger os catadores organizados, que trabalham em galpões licenciados, inclusive para evitar que também eles voltem a trabalhar nas ruas”, informa o secretário municipal de Meio Ambiente, Fábio Braga.

Galpão da Comcap (Divulgação ACMR)

Segundo ele, Florianópolis é modelo nacional por ter coleta seletiva pública que abastece as associações e cooperativas.

Essa parceria evita que os catadores se exponham a riscos de trânsito e reduz a formação de lixões irregulares onde são descartados os rejeitos da coleta clandestina.

(Com informações da PMF)

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Rodrigo de Haro – Os seis painéis de mosaico que podem ser apreciados pelas ruas do Centro de Florianópolis

O talentoso e inigualável artista plástico catarinense Rodrigo de Haro, falecido no início do mês, deixou um legado de maravilhosas criações que estão espalhadas pela Capital.

Na região central de Florianópolis, por exemplo, a sua obra em mosaicos, realizada entre 1997 e 2013, está estampada em seis murais de prédios e praças.

Confira cada uma:

ANTIGO ESTÁDIO DO AVAÍ
O painel ‘Memórias da Velha Rua’, produzido em 1997, retrata lembranças vividas pelo artista na casa onde viveu e que hoje está o edifício ‘Maria de Haro’ (nome da mãe), na Rua Altamiro Guimarães, próximo ao Shopping Beiramar.

Caminho que levava ao antigo estádio, hoje ocupado pelo shopping (ao fundo, à direita)

A obra, na entrada do prédio, faz referência a aspectos característicos, que marcaram a rua: o boi de mamão pontual (natalino) e os torcedores avaianos em direção ao antigo Estádio Adolfo Konder.
(A descrição acima consta do livro “Arte Pública, Florianópolis, 1990-2015“, de Lú Pires e Tânia da Luz).

NOSSA SENHORA DA ESPERANÇA
O mosaico na frente do Hemosc, na Avenida Gama D’Eça, conta a história da aparição de Nossa Senhora da Esperança, na pequena cidade de Pontmain, na França, em 1871.

Produzido em 1998, encontra-se na Praça Dom Pedro I.

PADROEIRA DO ESTADO
Em 1999, Rodrigo realizou um dos seus grandes sonhos: prestar tributo à padroeira do Estado, Santa Catarina de Alexandria, da qual era devoto.

O painel foi elaborado na Praça dos Três Poderes, frente à Assembleia Legislativa.

FESTA NO CLUBE DOZE
Em 2010, parte da fachada do tradicional Clube Doze de Agosto foi decorada com a obra ‘A Festa’.
A cerâmica, na Avenida Hercílio Luz, tem o predomínio das cores do clube: branco e vermelho.

A obra de 4 metros de largura por 17 metros de altura remete às festas que marcaram a história do ‘Doze’, fundado em 1872.

RANCHO DE AMOR À ILHA
Em 2013, Rodrigo produziu dois painéis para enfeitar as paredes da nova agência da Caixa Econômica Federal, ao lado da Praça XV.

Um deles, traz a imagem do poeta Zininho regendo a cidade frente a sua mais popular criação, o Rancho de Amor à Ilha, que se tornou o hino de Florianópolis.

MÚSICA E CARNAVAL
O outro mosaico na Agência Zininho, no lado do Largo da Alfândega, faz uma homenagem à musicalidade da cidade, com personagens curtindo o Carnaval.

Destaque para a frase: “Princezinha da Ilha tu es maravilha

MURAL DA REITORIA DA UFSC
Um dos seus mais importantes trabalhos, que se transformou num dos maiores murais da América Latina, enfeita a parte externa da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina.

Confira o vídeo produzido pela UFSC:

 

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Coronavírus – Em Florianópolis, as mulheres se vacinam 28% a mais do que os homens

Em termos gerais, os homens vivem menos que as mulheres.
Ao longo da vida, cuidam menos da saúde e cometem mais excessos.

A regra se aplica em todo o mundo.
E em Florianópolis não é diferente.

Das 255 mil primeiras doses contra a Covid-19 aplicadas na Capital, 56% (143 mil) foram em mulheres e 44% (112 mil), em homens.

Isso significa que o gênero feminino se imuniza 28% a mais que o masculino.

Os números oficiais sobre a quantidade de vacinas são desta quinta-feira, 8.

Segunda dose, 60% a mais
Já a segunda dose mostra números ainda mais desiguais: foi aplicada em 78 mil florianopolitanos, sendo 61% em mulheres (48 mil) e 39% (30 mil).

Ou seja, quando falamos em segunda dose, as mulheres se imunizaram 60% a mais que os homens.

Homens preferem dose única
Ao verificar a dose única da Janssen, que começou a ser aplicada recentemente em Florianópolis, os homens estão na liderança.

Das 16,5 mil, 8,5 mil foram para os sexo masculino (51%) e 8 mil para o feminino (49%).

Dados se refletem nos óbitos
A Capital atingiu esta semana a marca simbólica de 1.000 óbitos pela Covid-19.

Destes 56% são homens (560) e 44%, mulheres (440).

Confira quadro geral da vacinação

Neste gráfico da PMF, a primeira dose soma as pessoas que tomaram a dose única (16,5 mil) com os que ainda tomarão a segunda dose (255 mil)

(A foto de abertura é divulgação da PMF)

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Senadinho, patrimônio cultural – Locador é obrigado a manter a tradição do cafezinho: confira a solução adotada

A loja de acessórios para celulares que passou a ocupar o espaço do tradicional Ponto Chic encontrou uma forma original de respeitar as normas da Capital.

Na esquina dos calçadões da Felipe Schmidt e Trajano, o Senadinho é considerado patrimônio cultural imaterial de Florianópolis e quem aluga o local deve manter a tradição de servir o cafezinho.

E o Beep, nome do comércio que abriu em junho, colocou uma máquina automática de café.
Pronto, está cumprindo a lei!

A cafeteira encontra-se na parede interna da loja, na ‘esquininha’, e só pode ser vista entrando no estabelecimento.

Não há nenhuma placa externa avisando que ali pode-se apreciar a bebida que o presidente João Figueiredo tomou, em 1979, pouco antes de enfrentar os manifestantes, no episódio conhecido como Novembrada.

Para tomar um cafezinho na histórica esquina é só comprar uma ficha de R$ 3 e inserir na máquina.

Em segundos terá o precioso líquido num copinho plástico que deve ser degustado em pé, porque as mesinhas, que outrora ocupavam a área externa, já fazem parte do passado.

As placas que identificam o histórico local foram conservadas (a lei assim o exige) e disputam espaço com a propaganda dos acessórios vendidos na loja.

Banco manteve tradição
Entre 2005 e 2018, o espaço foi ocupado pelo Banco Ibi.
Na época, o cafezinho era servido num balcão aberto para o calçadão e os frequentadores podiam tomar a bebida nas mesinhas instaladas na calçada.

Imagem de 2016 mostra as mesas ocupando parte do calçadão (Google Street)

Em 2020, o tradicional café abriu as portas, resgatando a memória do Senadinho.
Mas a ilusão durou pouco e em março deste ano, fechou.

História
O Ponto Chic foi inaugurado em 1948 e se transformou num dos mais tradicionais espaços da cidade.

Ponto Chic na década de 1970 (Coleção Desterro Antesdonte, via Bia Schmidt)

Em 1979, o local também passou a ser chamado de Senadinho, após ser criada a confraria “Senatus Populusque Florianopolitanus” (“Senado Popular Florianopolitano”), e fazia referência a uma célebre figura da cidade, Alcides Hermógenes Ferreira.

Assíduo frequentador do Ponto Chic e sempre elegantemente vestido, ele era chamado de senador.

O comércio foi palco do famoso incidente entre o presidente João Figueiredo e manifestantes, que entraram em confronto, em 30 de novembro de 1979, num dos episódios da Novembrada.

Figueiredo no Ponto Chic com o governador Jorge Bornhausen (Casa da Memória)

 

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