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Fatia a R$ 5 – A tradicional pizza de Buenos Aires, feita por argentinos, no Centro de Florianópolis

Comer uma ‘porción’ de pizza (na pizzaria) é um velho hábito portenho, herdada dos italianos que migraram para a Argentina.
Tradicionalmente barata, é consumida, muitas vezes, em pé, rapidinho.
Esse costume dos ‘hermanos’ é similar a comer uma coxinha ou um pastel, num quiosque em Florianópolis.

Agora, pela ‘primeira vez na história do Centro’, tudo isso pode ser apreciado num ambiente que lembra ‘a la calle Corrientes’.

A Pizzaria Mussatina abriu no início deste mês, na Rua Araújo Figueiredo, na esquina do Teatro Álvaro de Carvalho, no Centro de Florianópolis.

Maria Marta Jaureguiberry e seu filho Lázaro Muñoz chegaram à capital catarinense em janeiro, dispostos a começar uma nova vida.

A iniciativa de abrir uma pizzaria ‘diferente’, em plena pandemia, foi motivada pelo histórico de pizzaiolo de Lázaro, que aprendeu o ofício em Mar del Plata.

“A nossa pizza se diferencia por ter a massa grossa e crocante”, explica ele, lembrando que o principal chamariz é a fatia grande a R$ 5.

O preço da pizza inteira de mussarela, por exemplo, custa R$ 40.
Mas, logicamente, eles vendem a maioria dos sabores tradicionais.

E nos próximos dias, o Mussatina começará a vender também as tradicionais ‘medialunas’ argentinas.

O pequeno local é decorado com fotos e imagens de ícones argentinos: Gardel, o obelisco, Caminito (em La Boca) e também o escudo do River Plate.

Confira, vale a pena!

Contato e tele-entrega da Mussalina: (48) 98419-8309

(Esta matéria é apenas um serviço para os leitores do Floripa Centro: não é comercial e nada foi pago para a divulgação).

 

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Reportagens Especiais

Rodrigo de Haro – Os seis painéis de mosaico que podem ser apreciados pelas ruas do Centro de Florianópolis

O talentoso e inigualável artista plástico catarinense Rodrigo de Haro, falecido no início do mês, deixou um legado de maravilhosas criações que estão espalhadas pela Capital.

Na região central de Florianópolis, por exemplo, a sua obra em mosaicos, realizada entre 1997 e 2013, está estampada em seis murais de prédios e praças.

Confira cada uma:

ANTIGO ESTÁDIO DO AVAÍ
O painel ‘Memórias da Velha Rua’, produzido em 1997, retrata lembranças vividas pelo artista na casa onde viveu e que hoje está o edifício ‘Maria de Haro’ (nome da mãe), na Rua Altamiro Guimarães, próximo ao Shopping Beiramar.

Caminho que levava ao antigo estádio, hoje ocupado pelo shopping (ao fundo, à direita)

A obra, na entrada do prédio, faz referência a aspectos característicos, que marcaram a rua: o boi de mamão pontual (natalino) e os torcedores avaianos em direção ao antigo Estádio Adolfo Konder.
(A descrição acima consta do livro “Arte Pública, Florianópolis, 1990-2015“, de Lú Pires e Tânia da Luz).

NOSSA SENHORA DA ESPERANÇA
O mosaico na frente do Hemosc, na Avenida Gama D’Eça, conta a história da aparição de Nossa Senhora da Esperança, na pequena cidade de Pontmain, na França, em 1871.

Produzido em 1998, encontra-se na Praça Dom Pedro I.

PADROEIRA DO ESTADO
Em 1999, Rodrigo realizou um dos seus grandes sonhos: prestar tributo à padroeira do Estado, Santa Catarina de Alexandria, da qual era devoto.

O painel foi elaborado na Praça dos Três Poderes, frente à Assembleia Legislativa.

FESTA NO CLUBE DOZE
Em 2010, parte da fachada do tradicional Clube Doze de Agosto foi decorada com a obra ‘A Festa’.
A cerâmica, na Avenida Hercílio Luz, tem o predomínio das cores do clube: branco e vermelho.

A obra de 4 metros de largura por 17 metros de altura remete às festas que marcaram a história do ‘Doze’, fundado em 1872.

RANCHO DE AMOR À ILHA
Em 2013, Rodrigo produziu dois painéis para enfeitar as paredes da nova agência da Caixa Econômica Federal, ao lado da Praça XV.

Um deles, traz a imagem do poeta Zininho regendo a cidade frente a sua mais popular criação, o Rancho de Amor à Ilha, que se tornou o hino de Florianópolis.

MÚSICA E CARNAVAL
O outro mosaico na Agência Zininho, no lado do Largo da Alfândega, faz uma homenagem à musicalidade da cidade, com personagens curtindo o Carnaval.

Destaque para a frase: “Princezinha da Ilha tu es maravilha

MURAL DA REITORIA DA UFSC
Um dos seus mais importantes trabalhos, que se transformou num dos maiores murais da América Latina, enfeita a parte externa da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina.

Confira o vídeo produzido pela UFSC:

 

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Histórias do Centro

Há 65 anos – O misterioso incêndio que destruiu a Assembleia Legislativa no Centro de Florianópolis (vídeo)

Por Billy Culleton
Eram 23h15min, da noite de 17 de maio de 1956, quando a população de Florianópolis foi surpreendida com a movimentação atípica dos Bombeiros, próximo à Praça XV.
Nesse horário o fogo tomou conta de um dos mais belos edifícios da cidade: o Palácio da Assembleia Legislativa, frente à Praça Pereira Oliveira.

Vista lateral da Assembleia: ao lado, a Igreja do Rosário (Casa da Memória)

Construído em 1910, em estilo neoclássico, o prédio de dois pavimentos se distinguia pela elegância e era coroado por uma encantadora cúpula, que sucumbiu pouco depois do início do sinistro.

A 1h da madrugada ouve-se um grande estrondo, semelhante à explosão de uma bomba de grande poder: despegara-se a linda e artística cúpula do edifício, caindo por terra e a tudo abalando. As 2h30 o fogo tinha devorado tudo”, publicou o Jornal O Estado, em 19 de maio de 1956.

O momento do sinistro captado por Waldemar Anacleto publicado pelo Jornal O Estado

Além de ser uma das mais belas e ricas obras de arte, continha em seu arquivo como um patrimônio de grande valor, a documentação de toda a vida legislativa do Estado, desde a primeira Constituinte, diversas obras de arte, rica biblioteca, custosos móveis e utensílios. Reunia, enfim, riqueza incalculável”, completou a reportagem.

A Assembleia contava com uma sala de sessões, com lugar para 39 deputados, galerias para o público, tribuna para o corpo diplomático ou consular, sala para comissões e demais dependências, conta a historiadora Eliane Veras da Veiga, em seu livro “Florianópolis – Memória Urbana”.

O majestoso prédio construído em 1910 (Foto B – Acervo Cid Junkes – Coleção Desterro Antesdonte)

Confira o vídeo da UFSC, com imagens originais do documentarista Waldemar Anacleto, falecido em 2003:

A origem das chamas
O motivo do incêndio continua sendo um mistério, seis décadas depois de ocorrido.
Há muitas suposições, insinuações e suspeitas”, escreveu o jornalista Carlos Damião, em reportagem pelos 60 anos do sinistro e que foi publicada no Jornal Notícias do Dia, em 2016.

Imagem do Arquivo Público do Estado, publicada no livro “Florianópolis – Memória Urbana”

O contexto político daqueles tempos era complicado, mais ou menos como hoje em dia. A Assembleia era presidida pelo deputado Paulo Konder Bornhausen. Ele era da UDN, partido que tinha confrontos pesados com o PSD (controlado pela família Ramos). Os embates eram constantes, com trocas de acusações, ameaças e polêmicas intermináveis. Quem governava o Estado era Jorge Lacerda, eleito por um pequeno partido (PRP), que se coligou com a UDN na eleição de 1955”, continua Damião, acrescentando que o episódio nunca foi esclarecido pelas autoridades.

Divertidamente, como era de seu estilo, o ex-governador Aderbal Ramos da Silva dizia que, por falta de explicação convincente, a edificação ‘sofreu o fenômeno da combustão espontânea’ ”.

(A pesquisa para esta reportagem foi feita nos arquivos dos jornais O Estado, Notícias do Dia e no livro “Florianópolis – Memória Urbana”. E também no documentário “O incêndio da Assembleia Legislativa em 1956”, do Canal Memória da UFSC, que contém imagens originais do documentarista Waldemar Anacleto, morto em 2003)

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Reportagens Especiais

Coronavírus – Em Florianópolis, as mulheres se vacinam 28% a mais do que os homens

Em termos gerais, os homens vivem menos que as mulheres.
Ao longo da vida, cuidam menos da saúde e cometem mais excessos.

A regra se aplica em todo o mundo.
E em Florianópolis não é diferente.

Das 255 mil primeiras doses contra a Covid-19 aplicadas na Capital, 56% (143 mil) foram em mulheres e 44% (112 mil), em homens.

Isso significa que o gênero feminino se imuniza 28% a mais que o masculino.

Os números oficiais sobre a quantidade de vacinas são desta quinta-feira, 8.

Segunda dose, 60% a mais
Já a segunda dose mostra números ainda mais desiguais: foi aplicada em 78 mil florianopolitanos, sendo 61% em mulheres (48 mil) e 39% (30 mil).

Ou seja, quando falamos em segunda dose, as mulheres se imunizaram 60% a mais que os homens.

Homens preferem dose única
Ao verificar a dose única da Janssen, que começou a ser aplicada recentemente em Florianópolis, os homens estão na liderança.

Das 16,5 mil, 8,5 mil foram para os sexo masculino (51%) e 8 mil para o feminino (49%).

Dados se refletem nos óbitos
A Capital atingiu esta semana a marca simbólica de 1.000 óbitos pela Covid-19.

Destes 56% são homens (560) e 44%, mulheres (440).

Confira quadro geral da vacinação

Neste gráfico da PMF, a primeira dose soma as pessoas que tomaram a dose única (16,5 mil) com os que ainda tomarão a segunda dose (255 mil)

(A foto de abertura é divulgação da PMF)

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Atualidade

Em seis meses, nicaraguense passa de pessoa em situação de rua para coordenador da Passarela da Cidadania

Jorge Fidel Berríos, de 38 anos, ficou em situação de rua, no Centro de Florianópolis, após chegar da Nicarágua, no ano passado.
Acolhido na Passarela da Cidadania, ele começou a auxiliar a equipe do local em tarefas cotidianas, até virar educador social e, após processo seletivo, se transformou em coordenador de turno.

“Estou fazendo aula de português, consegui alugar um local e mudar de vida. Sou muito grato a todos os que me ajudaram. Em apenas seis meses consegui essa mudança, comenta Jorge.

“Acredito que somos capazes de poder ter esse momento de esperança de um futuro melhor. Convido a todas as pessoas em situação de rua a não perder as esperanças”

A Passarela da Cidadania atende em média 200 pessoas em situação de rua com refeições, pernoite e doação de roupas.

Os acolhidos também possuem atendimento psicossocial, kits de higiene pessoal e cursos profissionalizantes que auxiliam para reinserção profissional de pessoas em situação de rua.

O trabalho desenvolvido no abrigo acontece por meio da Secretaria de Assistência Social, ONG Nurrevi, voluntários e doações da Fundação Somar.

A parceria possibilita que os acolhidos no espaço tenham a chance de receber mais oportunidades para resgate da cidadania.

(Com informações da Prefeitura de Florianópolis)

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Agendas

Exclusivo – Misto de paver e paralelepípedos: confira como ficarão as ruas do centro histórico de Florianópolis

As vias do entorno da Praça XV de Novembro, em Florianópolis, estarão de cara nova até o final de 2021.
Após mais de um ano de idas e vindas, a Prefeitura lançou, nesta sexta-feira, 2, o processo licitatório para a contratação da empresa que vai executar a obra.

A revitalização original foi questionada por diversas entidades, no ano passado, por substituir os paralelepípedos de 1886 por paver, feito com pequenos blocos de concreto intertravados.

O município readequou o projeto: agora, a pista de rolagem dos veículos será de paver e as laterais das vias, de paralelepípedos.

Largo da Catedral
A obra abrangerá as ruas Tiradentes, Nunes Machado e as vias que circundam a Praça XV, além dos calçadões das ruas João Pinto e Antônio Luz.
O asfalto hoje existente na via frente à Catedral Metropolitana será retirado e também receberá o misto paver/paralelepípedos.

Para melhorar a acessibilidade, as ruas terão apenas 5 centímetros de desnível em relação as calçadas e, nas esquinas, as passagens de pedestres estarão no mesmo nível dos ‘passeios’.

Após finalizar a licitação e assinar o contrato com a empresa vencedora, o prazo para a conclusão da obra é de até seis meses.

Reportagem relacionada:
Revitalização da Região Leste– Mais um órgão público para movimentar área desvalorizada do Centro de Florianópolis

Questionamentos
Após entidades da Capital se manifestarem preocupadas com a retirada dos paralelepípedos, em agosto, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) abriu um inquérito civil para analisar o projeto da Prefeitura e ouvir o município e os defensores da manutenção da pavimentação original.

Em outubro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) disse que a troca de pavimentação constituía perda da identidade do centro histórico da cidade.

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina (CAU/SC), por sua vez, em 3 de agosto de 2020, se manifestou contrário ao projeto original.

Para o Conselho, o paver é destituído de valores históricos e estéticos para aquela localização.

Existem notórios exemplos de requalificação de áreas históricas pelo mundo, com a manutenção da pavimentação histórica adaptada harmoniosamente para contemplar novas e necessárias modificações da vida urbana contemporânea, como acessibilidade”.

E segue a nota do Conselho:
“O paralelepípedo está implantado nessa área desde 1886, sendo representativo de um período de desenvolvimento importante da cidade e testemunho de um sistema de engenharia de construção de vias, com material nobre devido à sua durabilidade, demonstrada sua funcionalidade atual mesmo com pouca manutenção”.

– “A pavimentação com paralelepípedos representa a técnica construtiva urbana e de mão de obra tradicional – os calceteiros –, que são os elementos diferenciadores desta paisagem e que merecem fazer parte do cenário futuro do Largo Fundacional e do Setor Leste da Praça XV de Novembro”.

– “É na permanência destes vestígios, que a população extrai suas referências culturais e identifica a cidade de forma singular, diante das demais cidades do país”.

Agora, o novo projeto da prefeitura buscou aliar a manutenção da memória histórica com a praticidade do paver.
A conferir se haverá novos capítulos nesta proposta, que foi apresentada pela primeira vez em fevereiro de 2020.

(As imagens são divulgação da PMF. O colunista Fábio Gadotti, do ND+, antecipou na segunda-feira, 5, o lançamento da licitação para a obra. Nesta reportagem, complementamos a informação com todos os detalhes da proposta)

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Reportagens Especiais

Senadinho, patrimônio cultural – Locador é obrigado a manter a tradição do cafezinho: confira a solução adotada

A loja de acessórios para celulares que passou a ocupar o espaço do tradicional Ponto Chic encontrou uma forma original de respeitar as normas da Capital.

Na esquina dos calçadões da Felipe Schmidt e Trajano, o Senadinho é considerado patrimônio cultural imaterial de Florianópolis e quem aluga o local deve manter a tradição de servir o cafezinho.

E o Beep, nome do comércio que abriu em junho, colocou uma máquina automática de café.
Pronto, está cumprindo a lei!

A cafeteira encontra-se na parede interna da loja, na ‘esquininha’, e só pode ser vista entrando no estabelecimento.

Não há nenhuma placa externa avisando que ali pode-se apreciar a bebida que o presidente João Figueiredo tomou, em 1979, pouco antes de enfrentar os manifestantes, no episódio conhecido como Novembrada.

Para tomar um cafezinho na histórica esquina é só comprar uma ficha de R$ 3 e inserir na máquina.

Em segundos terá o precioso líquido num copinho plástico que deve ser degustado em pé, porque as mesinhas, que outrora ocupavam a área externa, já fazem parte do passado.

As placas que identificam o histórico local foram conservadas (a lei assim o exige) e disputam espaço com a propaganda dos acessórios vendidos na loja.

Banco manteve tradição
Entre 2005 e 2018, o espaço foi ocupado pelo Banco Ibi.
Na época, o cafezinho era servido num balcão aberto para o calçadão e os frequentadores podiam tomar a bebida nas mesinhas instaladas na calçada.

Imagem de 2016 mostra as mesas ocupando parte do calçadão (Google Street)

Em 2020, o tradicional café abriu as portas, resgatando a memória do Senadinho.
Mas a ilusão durou pouco e em março deste ano, fechou.

História
O Ponto Chic foi inaugurado em 1948 e se transformou num dos mais tradicionais espaços da cidade.

Ponto Chic na década de 1970 (Coleção Desterro Antesdonte, via Bia Schmidt)

Em 1979, o local também passou a ser chamado de Senadinho, após ser criada a confraria “Senatus Populusque Florianopolitanus” (“Senado Popular Florianopolitano”), e fazia referência a uma célebre figura da cidade, Alcides Hermógenes Ferreira.

Assíduo frequentador do Ponto Chic e sempre elegantemente vestido, ele era chamado de senador.

O comércio foi palco do famoso incidente entre o presidente João Figueiredo e manifestantes, que entraram em confronto, em 30 de novembro de 1979, num dos episódios da Novembrada.

Figueiredo no Ponto Chic com o governador Jorge Bornhausen (Casa da Memória)

 

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Atualidade

Terceira decisão judicial em sete meses – Agora, é proibido pescar na Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis

Por trazer riscos à navegação e à integridade física de quem passa por baixo, a Justiça Federal determinou a proibição da pesca nas três pontes que ligam a Ilha ao Continente, em Florianópolis.

A decisão é do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), com sede em Porto Alegre, e obriga o Estado de Santa Catarina a fiscalizar para que a medida seja cumprida.

É a terceira decisão judicial desde novembro, quando a Justiça Federal de SC acatou a iniciativa do Ministério Público Federal e proibiu a prática das atividades de pesca nas pontes.

Atualmente, a medida só se aplicaria à Ponte Hercílio Luz, já que a passarela da Pedro Ivo Campos encontra-se fechada para reforma e a da Colombo Salles nunca foi concluída.

Em fevereiro, no entanto, o Estado ganhou uma liminar que suspendia a proibição.
Na época, a Justiça reconheceu a dificuldade do cumprimento da medida e alegou que não existe uma legislação clara sobre a proibição da pesca, o que dificulta a atuação policial.

Ao longo da ação, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) destacou que a determinação judicial obrigaria o Estado a fiscalizar os acessos às pontes para impedir a entrada com itens de pesca de qualquer pessoa que não comprovasse, documentalmente, a condição de pescador artesanal.

Isso tornaria impossível o cumprimento da medida, pois faltariam regras especificas e haveria custo financeiro aos entes públicos sem indicação da fonte orçamentária.

Agora, a decisão dos desembargadores do TRF4 é a seguinte:
Mantida a decisão que deferiu liminar em ação civil pública, determinando aos réus a adoção de providências para impedir a pesca nas Pontes Colombo Machado Salles, Pedro Ivo Campos e Hercílio Luz, em Florianópolis, tendo em conta o risco que a atividade representa para o tráfego na região”.

Ainda cabe recurso neste processo.

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Agendas Poesias de Chico Kuneski

“A grande arte”, a homenagem poética aos artistas que perdemos nos últimos tempos – Por Chiko Kuneski

A morte do escritor Rubem Fonseca, em abril, motivou o poeta e jornalista Chiko Kuneski a homenagear os artistas que partiram, recentemente, para outra dimensão.

Em Florianópolis, esta semana, também faleceu o grande artista plástico Rodrigo de Haro.
Em maio, foi o escritor e pesquisador Gilberto Gerlach.

E em abril, morreu a professora Carmem Fossari, incansável incentivadora da arte.

Para todos estes construtores de sonhos, o nosso reconhecimento poético.

O poema foi publicado no livro ‘Diário do nada’ (Editora Chiado Books) e pode ser conferido, musicado, no canal de Youtube de Chiko Kuneski & Luiz Aurélio:

(A imagem de abertura mostra Rodrigo de Haro e é divulgação da UFSC. Já a foto interna é de Rubem Fonseca, divulgada pelo filho Zeca Fonseca)

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Histórias do Centro

Busch & Cia, desde 1880 – O Centro se despede da loja mais antiga de Florianópolis

Por Billy Culleton
Um sentimento de aflição tomou conta de parte da população de Florianópolis, esta semana, ao saber do fechamento da Loja Busch & Cia, na Rua Conselheiro Mafra.

Após 140 anos de atendimento familiar, o comércio de tecidos, forrações e plásticos, fazia parte do cotidiano da cidade e era uma dessas ‘instituições’ que a gente imagina que nunca vai desaparecer.
Mas um dia, acontece…

Fundada em 13 de outubro de 1880, possuía um dos alvarás de funcionamento mais antigos do município, do tempo em que a Capital ainda se chamava Desterro (o nome mudou para Florianópolis em 1894).

Foi o imigrante alemão Wilhem (Guilherme) Busch (1853-1935) que abriu o comércio, instalado originalmente na Rua Trajano, Nº 12.
Trabalhava com calçados e artigos para sapateiros e seleiros, além de ser oficina de conserto de sapatos.
Menos de uma década depois, se instalou na então Rua Altino Corrêa, Nº 14, atual Rua Conselheiro Mafra, onde permaneceu até o fechamento.

Quadro na loja lembra as quatro gerações que antecederam à atual: Wilhem Busch (acima, esq.),Frederico Schmithausen (abaixo, esq.), Frederico Busch Schmithausen (acima, dir.) e
Jorge Michel (Acervo Luciana Michel)

Localizada na frente da antiga Alfândega, a Busch foi se adaptando aos novos tempos e, ao longo das décadas, começou a vender outros artigos, como produtos de vinil, bolhas para embalagens e espumas.

Imagem do Largo da Alfândega, em 1897, onde aparece a Loja Busch (Casa da Memória)

Hercílio Luz era cliente
O proprietário Wilhem Busch mantinha um diário da loja, onde anotava as vendas e o nome dos clientes.
No diário número 1, de dezembro de 1889 (que até hoje a firma conserva), podem-se ver nomes de personalidades que frequentavam o comércio, entre eles, o ex-governador Hercílio Luz, falecido em 1924.

Álvara concedido em 1880 e o diário da loja, de 1889

Fechou, mas permanece aberto!
Atualmente, a loja é administrada pelos irmãos Ricardo e Luciana Michel, da quinta geração da família Busch.
“O motivo para o fechamento da loja no Centro envolve uma série de fatores: um deles é que, como vendemos produtos volumosos, os clientes tinham dificuldade para carregá-los até o carro, já que não há como estacionar por perto”, explica Luciana.

“Além da falta de herdeiros interessados em continuar com o negócio, a pandemia também reduziu bastante o movimento”.

Interior da loja com os centenários balcões para medir os produtos (Acervo Luciana Michel)

O comércio, no entanto, continua aberto no Bairro Kobrasol, em São José, onde foi aberta uma filial na década passada.
“Ali, temos estacionamento na frente da loja”, reforça ela.

Incêndio e novo prédio
Embora localizado no centro histórico da cidade, o prédio na Conselheiro Mafra tem uma arquitetura moderna.
O motivo é que a edificação original foi muito afetada por um incêndio numa loja vizinha, Casas Salum, em 1981.

Fachada da loja antes até a década de 1980 (Acervo pessoal Luciana Michel)

Com a estrutura condenada, a prefeitura concedeu licença para a construção de um novo imóvel, que foi concluído em 1982.
“Vamos alugar o local, não vamos nos desfazer do prédio, não!”, enfatiza a tataraneta de Wilhem Busch, acrescentando que todas as peças relacionadas à história da loja serão levados para o Kobrasol.

Entre os objetos, uma centenária caixa registradora, a balança para pesar os curtumes e a prensa utilizada com os couros há quase um século e meio.

Registradora, prensa e balança (Acervo pessoal Luciana Michel)
Reportagem do Jornal O Estado de 12 de outubro de 1980, feita para o centenário da loja (Acervo Luciana Michel)

(A imagem de abertura é de 1957 e pertence ao acervo da Casa da Memória)

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Atualidade

Revitalização da Região Leste– Mais um órgão público para movimentar área desvalorizada do Centro de Florianópolis

Há mais de uma década que o entorno do Terminal Urbano Cidade de Florianópolis entrou em decadência.
O espaço, num raio de 200 metros a partir da Praça XV de Novembro, foi perdendo seu brilho: lojas tradicionais fecharam e a população foi se afastando.
A pandemia agravou ainda mais a situação.

Iniciativa da prefeitura, no entanto, busca movimentar essa área nobre e desvalorizada do Centro: a instalação de órgãos públicos com grande afluência de público.

Prédio ocupa toda a extensão da Rua Osmar Rigueira, nome que homenageia o fundador do antigo Hotel Royal

Após a transferência do Pró-Cidadão e Procon para a Rua João Pinto, no final do ano passado, agora é a vez da Secretaria Municipal da Fazenda.
O órgão ocupará o edifício do antigo Hotel Royal, na Rua Osmar Rigueira (continuação da Travessa Ratcliff), a 30 metros do Pró-Cidadão.

O prédio de sete andares fica entre as ruas João Pinto e Antônio Luz.
A mudança começou esta semana e já há servidores trabalhando no local.
Já está funcionando o gabinete do secretário municipal da Fazenda e a diretoria financeira do órgão.

Entrada da Secretaria, já com os bancos para o atendimento à população na recepção

Aluguel mais barato
Atualmente, a sede da Secretaria está localizada na Rua Arcipreste Paiva, próximo à Catedral Metropolitana.
Segundo a prefeitura, o novo contrato de aluguel é de cinco anos, com pagamento mensal de R$ 40 mil, menos da metade dos R$ 89 mil cobrados pelo atual locador.
Ou seja, até 2026, haveria uma economia de R$ 3 milhões.

O edifício no início da reforma, em agosto de 2020

O edifício passou por uma ampla reforma, custeada pelo proprietário.
No térreo, haverá cinco novas lojas para locação.

Melhor hotel da cidade
Com localização privilegiada frente ao mar da Baía Sul, o Hotel Royal era o preferido de autoridades e artistas que visitavam a cidade.

Foto extraída do livro ‘Florianópolis: uma viagem no tempo (2004)’, de Beto Abreu

Inaugurado em 1º de janeiro de 1960, o estabelecimento contava com 100 quartos, sendo 20 deles com banheiro privativo, um diferencial, na época.

Visita presidencial
Em 1971, o hotel foi totalmente reservado para atender o presidente Emílio Médici, e toda a sua comitiva, que visitou a Capital durante dois dias.

Artistas de renome nacional, como Fernanda Montenegro e Fernando Torres, também se hospedavam ali e adoravam curtir o famoso piano-bar, no estilo Art Déco.

Na época era o mais luxuoso hotel da cidade, geralmente com 100% da ocupação, chegando a hospedar 36 mil pessoas por ano.

Imagem feita desde o antigo Miramar mostra o mar encostado no Royal (autoria desconhecida)

Decadência com aterro
Em meados da década de 1970 começam a aparecer outros hotéis na cidade e a vista é ofuscada pela construção do aterro da Baía Sul, que afastou o mar do hotel.

O proprietário encerrou as atividades do hotel em 2005 para transformá-lo num prédio com salas comerciais, mas desde 2015 o edifício está sem uso.

(Texto e fotos atuais de Billy Culleton)

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Agendas

Quatro quilômetros de fios furtados – Pontes Colombo Salles e Pedro Ivo Campos às escuras por 15 dias

Há uma semana as principais ligações entre a Ilha de Santa Catarina e o Continente, em Florianópolis, estão com a iluminação prejudicada.
São 24 postes que deixaram de funcionar por causa da ação de vândalos que furtaram quatro quilômetros de fiação elétrica.

A Prefeitura de Florianópolis, por meio da Cosip, responsável pela iluminação pública da Capital, está trabalhando para recuperar a iluminação em 20 postes da Colombo Salles e quatro, da Pedro Ivo Campos.
A previsão é que os trabalhos para refazer parte da estrutura de fiação das pontes sejam concluídos em 10 dias.

Pontes Pedro Ivo (E) e Colombo Salles têm 24 postes apagados (Divulgação SQE Luz)

De acordo com o gerente do Consórcio SQE Luz, Luciano Renzetti, responsável pela obra, a demora na conclusão dos serviços se deve à necessidade de refazer uma infraestrutura de fiação de forma mais robusta e em um local com fluxo intenso de veículos, o que dificulta o trabalho.

Como denunciar ou pedir serviços
A Cosip informa que avisos sobre luminárias quebradas por vandalismo e furto de cabos podem ser denunciados pela população para a Polícia Militar, pelo telefone 190, ou para a Guarda Municipal de Florianópolis (GMF), pelo 153.

Solicitações de manutenção de lâmpadas apagadas durante a noite ou acesas de dia podem ser comunicadas pelos munícipes por meio do teleatendimento gratuito, via 0800-645-6405, ou pelo aplicativo SQE Luz – Iluminação Pública, disponível no Google Play ou Apple Store.

(Com informações da PMF e da SQE Luz. A imagem de abertura é do Google Street)

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