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Fenômeno raríssimo – Entenda porque o mar recuou tanto em Florianópolis

Os moradores das áreas litorâneas da Capital estão surpresos com a maré ‘super baixa” dos últimos dias.
Nas redes sociais há posts de várias praias com a faixa de areia muito maior que a habitual.
No Centro, não foi diferente. A praia da Beira Mar Norte, geralmente, diminuta, ficou “parecendo a Joaquina”.

Exageros à parte, a maré baixíssima é causada por dois fatores: o primeiro é a influência da lua cheia no mar, o que faz com que a diferença entre as marés baixa e alta seja grande.
Soma-se a isso, ainda, o vento Nordeste que tem soprado nestes dias.
Em entrevista ao Santa, do grupo NSC, o oceanólogo da Epagri/Ciram, Argeu Vanz, explicou que a atuação do vento afasta a água da costa e faz com que as marés baixas fiquem mais baixas ainda, o que acaba expondo muitas áreas.

O Santa mostra também que gráficos atualizados em tempo real no site da Epagri/Ciram também ajudam a entender esse fenômeno (confira abaixo).
A linha azul mostra a maré prevista, a vermelha a que foi observada e a verde a diferença entre elas. Quanto menor a linha esverdeada, mais baixa foi a maré.

Praia de Coqueiros (Foto: Marco Aurélio Gomes)
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Escavadeira cai de um caminhão na subida do Morro da Cruz, na região central da Capital (tem vídeo)

Um insólito acidente aconteceu na tarde desta quarta-feira, 12, na subida do Morro da Cruz: uma escavadeira se desprendeu de cima de um caminhão e caiu na rua, sem provocar vítimas.
O equipamento tombou na Avenida do Antão.

O condutor do caminhão afirmou que a escavadeira estava amarrada.
Caso tenha havido negligência, imprudência ou imperícia, o motorista poderá responder pelo Artigo 132, do Código Penal.

“Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente”, com pena prevista de detenção, de três meses a um ano, se o fato não constituir crime mais grave.

(Com informações e imagens da Guarda Municipal de Florianópolis)

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Dez anúncios nos postes do Centro: trago o amor de volta, tarot, aluguel, aulas, quiropraxia, autoconhecimento

Em tempo de pandemia, os postes se transformaram numa alternativa para fazer qualquer tipo de negócio.

Embora a legislação municipal preveja multa de até R$ 2 mil pela colocação de cartazes em locais públicos, nas últimas semanas aumentou o número de propagandas irregulares, principalmente nos postes de iluminação.

O Floripa Centro separou 10 anúncios encontrados nas principais vias da região central.
Confira:

Somente para pessoas limpas e educadas
Conhecimento para enfrentar o apocalipse
Gazeou aula na adolescência? Aqui, a solução!
Se o amor não voltar, não paga nada
Abaixo o machismo
A crise afeta a todos
Quem somos e de onde viemos?
Bem estar com o emprego das mãos
Música para resistir
Trabalho para todos os fins

Leia também:
Cinco sutis recados para reflexão nas paredes do Centro – Gentrificação, egos, triângulo amoroso…

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Confira a diferença entre o pôr do sol em Marte e em Florianópolis (com imagens da Nasa)

A Nasa publicou esta semana uma foto do pôr do sol em Marte (registro de abertura desta reportagem).
Na imagem, há um comparativo com o entardecer na Terra, especificamente, na França.
O Floripa Centro fez a mesma montagem, porém, com fotos do Centro da Capital.
Confira:

Foto de Daniel Conzi e, ao lado, a imagem da Nasa, em Marte
Foto de Philipe Souza, na Beira Mar Norte, ao lado da imagem da Nasa, em Marte

“Astro rei” mais azul
A agência espacial mostra que o fenômeno em Marte é bem diferente do que no nosso planeta.
Segundo o site Exame, a Nasa explicou que o Sol é ligeiramente menor visto desde Marte, já que o planeta está 50% mais distante do ‘astro rei’ do que a Terra.

Foto de Valéria Rivoire, em Cachoeira do Bom Jesus, e ao lado da imagem da Nasa, em Marte

Os cientistas chamam a atenção, não pelo tamanho, mas pelo fato de a vista da estrela do planeta marciano ser visivelmente mais azul do que as cores tipicamente alaranjadas vistas da terra.

“A razão para os tons azuis de Marte não é totalmente compreendida, mas se pensa que esteja relacionada às propriedades de dispersão da poeira marciana”, diz a agência.

Matérias relacionadas:
Florianópolis vista desde a estação espacial da Nasa

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Reportagens Especiais

Carros invadem calçada – Quais as chances de ser atropelado durante atividade de lazer na Beira Mar Norte?

Por Billy Culleton
A falta de 17 postes de iluminação pública na Avenida Beira Mar Norte denuncia a frequente saída de pista dos veículos que transitam pela principal via da região central de Florianópolis.
As marcas que começam no asfalto e terminam na ciclovia, ou em cima da calçada, mostram que pedestres e ciclistas correm um grande risco ao se exercitar ou desfrutar de qualquer tipo de atividade de lazer no local.
São frequentes as notícias de acidentes envolvendo veículos que acabam parando no espaço reservado às pessoas: no último mês, a Guarda Municipal divulgou pelo menos dois casos.

Trechos com guard rail
Em locais onde, historicamente, os acidentes são mais frequente, como nas curvas, já existem guard rails.
Ao longo dos sete quilômetros entre o Centro Integrado de Cultura (CIC), na Trindade, e o Elevado Dias Velho, no Centro, há cinco locais com proteção lateral (no sentido bairro-Centro, ao lado do mar):
– Frente ao CIC.
– Frente ao Angeloni.
– Entre o Mc Donalds e Edifício La Perle.
– Próximo à Ponte Hercílio Luz.
– Curva de acesso ao Elevado Dias Velho.
Esses trechos medem entre 200 metros e 300 metros cada um e protegem tanto pedestres quanto motoristas, que podem se envolver em acidentes.
Os guard rails amassados são mais uma prova de que a proteção é imprescindível.
Os locais mais perigosos
A reportagem do Floripa Centro percorreu os sete quilômetros entre o CIC e o Dias Velho.
Os postes de iluminação pública estão instalados a cada 25 metros.
Se falta um, é só olhar que vai-se descobrir o buraco no chão, que alguma vez recebeu uma coluna de metal.
– Um dos locais com maior frequência de saída de pista é na curva antes do acesso ao Elevado Dias Velho. Em menos de 100 metros estão faltando três postes, sequencialmente.
– Já no trecho de um quilômetro entre o CIC e a Casa do Governador desapareceram oito postes.
– Por outro lado, num espaço de 200 metros quase na frente do Shopping Beiramar há três buracos no chão.

Morte de jogador causa reação do poder público
Um caso emblemático aconteceu em novembro de 2002.
O veículo dirigido pelo jogador do Inter Mahicon Librelato caiu no mar, perto da Ponte Hercílio Luz, após uma saída de pista.
A morte por afogamento causou enorme comoção na época e levou a gestão municipal a instalar guard rail nos 200 metros da curva.
O que dizem os frequentadores:
Os amigos florianopolitanos Jorge Peres e Paulo Roberto Oliveira caminham diariamente pela Beira Mar, curtindo a aposentadoria.
Segundo eles, a avenida há muito tempo deixou de ser uma via urbana para se converter num perigosa rodovia de grande fluxo.

Paulo Roberto  e Jorge Peres na caminhada diária

“É necessário uma atenção especial para a Beira Mar já que os acidentes são constantes. Por isso, urge a colocação de proteção com guard rails em praticamente toda a extensão”, disse Jorge Peres.

O que diz a prefeitura:
A Prefeitura de Florianópolis, através do Serviço de Iluminação Pública (COSIP), informou que, nos próximos meses, vai realizar “uma manutenção geral dos postes da Avenida Beira-Mar Norte, incluindo a recolocação dos que estiverem faltando, em razão de acidentes de trânsito”.
Isso será feito nas marginais, ciclovia e canteiro central da via, desde o Elevado Dias Velho até a Universidade Federal de Santa Catarina, e “levará em conta uma ampla vistoria já realizada”.
No que diz respeito à colocação de guard-rails, a prefeitura afirmou que atualmente “não dispõe de contrato para execução deste serviço, mas que isso será providenciado”.

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Agendas

Aos 84 anos, morre uma das mais importantes lideranças comunitárias do Centro

Com 84 anos recém completados, em 30 de julho, faleceu João Ferreira de Souza, conhecido como Seu Teco.
Morou toda a sua vida no Morro do Monte Serrat, na região central de Florianópolis, e morreu nesta segunda-feira, 3, em consequência do agravamento numa doença nos rins.
O sepultamento ocorrerá hoje, 3, às 16 horas, no Cemitério Municipal São Francisco de Assis (Itacorubi).

Reproduzimos algumas mensagens no Facebook que ajudam a entender o que representou Seu Teco para a comunidade do Maciço do Morro da Cruz:
“Seu Teco é uma das figuras mais importantes de Florianópolis, talvez o maior líder comunitário da história do Morro da Caixa!
Ele viveu Florianópolis, as suas histórias de tempo idos eram uma mistura de humor com uma aula de história.
Seu Teco era um príncipe na elegância, um leão na defesa das pessoas em vulnerabilidade social, principalmente a comunidade do Monte Serrat.
Era o malandro do morro na melhor concepção da palavra.
As histórias da escola de samba se confundem com o Seu Teco.”
(Denilson Machado)

Divulgação: Centro Cultural Escrava Anastácia

“Presidente do conselho comunitário, era imprescindível nas reivindicações de melhorias e aplicação de políticas públicas na região do Maciço do Morro Cruz.
Seu Teco foi um dos principais articuladores do “PAC do Maciço”, programa onde as comunidades tinham suas demandas atendidas e decidiam em conjunto com o poder público.
Ético, coerente e dono de uma personalidade forte, defendia com garra e afinco seus ideais durante sua extensa e brilhante trajetória.
Companheiro, pai e avô coruja, era integrante da Velha Guarda da Embaixada Copa Lord e o samba era uma de suas grandes paixões.”
(Babyton Santos)

Arquivo: Sintrasem

“Grande homem, amigo e líder comunitário da nossa comunidade do Monte Serrat”
(Padre Vilson Groh)

Arquivo pessoal: Padre Vilson Groh

“Seu Teco fez tanto coisa boa pela sua comunidade, pelas crianças, pelas famílias, pela sua escola do coração, pela igreja, pela sua cidade, pelas futuras gerações.
Lutou sempre por uma vida melhor pro Monte Serrat.
O senhor é tesouro. Desses raros, valiosos, únicos. Tanto conhecimento vai embora com o seu descanso. O bom é que o senhor deixou muitas sementes.”
(Gabriela Rovai)

Arquivo pessoal: Gabriela Rovai

“Seo Teco era nascido em 30/07/1936 na rua General Vieira da Rosa, no Morro do Monte Serrat, antigo Morro do Antão, no Centro de Florianópolis.
Era filho de Angélico Ferreira de Souza e Maria de Almeida Souza e envolvido desde criança com os trabalhos comunitários.
Ajudou nos mutirões de pavimentação da rua General Vieira da Rosa, na construção da igreja Nossa Senhora do Monte Serrat e na da escadaria, levantando muros de contenção e abrindo valas de drenagem.
Era da Associação de Moradores e da Escola de Samba Embaixada Copa Lord desde 1952, quando ainda não era uma entidade formal.
Em 1955, já criada oficialmente, ajudou na construção da sede.
Importante líder comunitário, sua história pessoal está vinculada com a dedicação voluntária por melhoria da qualidade de vida de sua comunidade e da cultural carnavalesca de Florianópolis.”
(Lino Peres)

Reportagem da NSC Total, em 2018:
Conheça Seu Teco, o homem que abriu caminhos no Monte Serrat, em Florianópolis

(A imagem de capa é do arquivo pessoal de Denilson Machado)

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Atualidade

Coronavírus no Centro – Em duas semanas, aumento de 83% nos óbitos e 53% nos casos ativos

Em 20 de julho, os óbitos por Covid-19 na região central da Capital chegavam a seis.
Neste final de semana, subiram para 11, quase dobrando nos últimos 15 dias.

Já os casos ativos somavam 138 há duas semanas e agora são 211, um aumento de 53%.

A região central tem 661 casos confirmados, com 439 recuperados e 13 internados.

As informações constam no Covidômetro, instrumento on line atualizado diariamente pela Prefeitura da Capital.
Nele, o bairro Monte Serrat (atrás do Instituto Federal, na Avenida Mauro Ramos) aparece separado, porém, oficialmente, faz parte do Centro.
Por isso, o Floripa Centro soma os dados, para dar o panorama real da região central de Florianópolis.

Dados gerais de Florianópolis:
A Capital alcançou 65 mortes neste final de semana, um aumento de 50% com relação a 20 de julho, quando havia 43.
Os casos ativos da doença eram 1.559 e agora são 2.249, aumento de 45%.
Já o total de casos confirmados na cidade desde o início da pandemia é de 6.378, com 4.064 recuperados e 70 internados.

(A imagem da capa é da fila para entrar numa loja popular na Rua Conselheiro Mafra, neste sábado, 1º)

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Histórias do Centro

Os 40 anos do Terminal Rodoviário Rita Maria – Relembre a inauguração, com Fafá de Belém

Com um show que durou duas horas, a cantora Fafá de Belém foi a encarregada de animar os milhares de florianopolitanos que se congregaram para testemunhar a inauguração de um ícone da arquitetura moderna na cidade.
No início da tarde do feriado de 7 de setembro de 1981, finalmente, a capital catarinense ganhava uma rodoviária à altura do seu inexorável desenvolvimento urbano.

O inovador projeto arquitetônico do Terminal Rita Maria foi escolhido por meio de um concurso nacional promovido, em 1976, pelo governo do Estado.
Ganhou a equipe formada pelos arquitetos uruguaios Yamandú Carlevaro e Enrique Nadotti e o argentino Ricardo Monti.

Entre as características ousadas da construção, chama a atenção o enorme telhado formado por 144 blocos de concreto, que pesam 24 toneladas cada um.
Durante a construção foi necessário um guincho especial da Alemanha para poder encaixar as estruturas.

Além do show de Fafá, que emocionou a todos cantando o hino nacional, a inauguração contou com uma corrida de kart e outra de ciclismo, e terminou com um gigante bolo distribuído entre a população.
Concessão à iniciativa privada
Passadas quase quatro décadas daquela data memorável, o governo do Estado anunciou em agosto de 2020 que está avançando no processo de concessão da rodoviária para a iniciativa privada.
O primeiro passo foi a regularização do terminal junto ao governo federal, proprietário desta área de marinha.
Para isso, foi assinado, nesta sexta-feira, 31, um contrato de cessão de uso com a Superintendência do Patrimônio da União.
O regime da cessão será o de arrendamento, com vigência de 20 anos, com possibilidade de prorrogação.
Licitação em 2021
Ao mesmo tempo, o Estado informou que iniciou os estudos para conceder o terminal à iniciativa privada, dentro do projeto do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI-SC).
De acordo com o secretário executivo de Parcerias Público Privadas da SCPar, Ramiro Zinder, o processo para recebimento de estudos técnicos, econômicos e jurídicos já está sendo realizado. “Essa análise vai permitir o embasamento para lançar o edital de licitação em 2021”.

Dívida de SC com a União
Ao longo dos anos, o governo do Estado deixou de pagar cerca de R$ 20 milhões à União pelo uso da área de marinha.
Agora, com o novo contrato houve uma renegociação que baixou a dívida para R$ 5 milhões.
“Foram flexibilizados valores da multa e dos pagamentos atrasados, que superavam os R$ 20 milhões. O valor que está em aberto e será pago é de R$ 5,2 milhões, podendo ainda ser parcelado em até 60 meses”, informou a Secretaria de Infraestrutura.

Veja outras imagens da década de 1970:

(A foto de abertura é reprodução do Deter. É desconhecida a autoria das demais imagens antigas. Já as fotos mais modernas são do site www.archdaily.com.br)

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Os ‘vermelhinhos’ já estão nas ruas do Centro, mas, por enquanto, apenas treinando – Multas só no final de agosto

Uma equipe de 44 profissionais já está caminhando, desde o início desta semana, fotografando as placas dos veículos estacionados nas ruas do Centro de Florianópolis.
O objetivo é testar o dispositivo da nova Zona Azul cuja cobrança será retomada em 24 de agosto, agora sob a responsabilidade de empresa Rizzo Parking.
Alguns dos ‘vermelhinhos’ já trabalhavam para a Dom Parking, que cuidava da Zona Azul até setembro, quando a prefeitura rompeu o contrato.

Eles disseram ao Floripa Centro estarem decepcionados com a remuneração mensal: um salário mínimo por um período de seis horas diárias de fiscalização.

“Antes, ganhávamos um salário e meio (cerca de R$ 1,5 mil). Mas, o que podemos fazer? Com esta pandemia, não há muitas opções”, disse um dos profissionais.

Numeração arrancada:
Cada uma das cerca de 2,4 mil vagas da região central da cidade tem um número.
Agora, a Rizzo Parking decidiu remarcá-las, dando uma nova numeração.
Para isso, a empresa colocou um adesivo por cima dos anteriores, que estão pintados no meio fio.
O problema é que muitos já estão se soltando e alguns já foram arrancados por ‘vândalos’.

Valores:
Os preços do estacionamento rotativo, cerca de 2,4 mil vagas, continuam os mesmos do ano passado: R$ 2 por uma hora para carros e R$ 1 para motos.

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Mulheres são maioria – Em três semanas, dobra o número de mortes por coronavírus em Florianópolis

Em 7 de julho, os óbitos por Covid-19 na Capital chegavam a 28.
Esse número praticamente dobrou em 20 dias, segundo o Covidômetro (sistema on line da prefeitura).
Em 27 de julho, quando houve o último registro, já eram 55 mortes.
Dessas, 30 eram mulheres e 25, homens, o que mostra que há 20% mais mortes do sexo feminino.
Paradoxalmente, entre os internados (68) há 70% de homens e 30% de mulheres.
Os dados também apontam que a grande maioria dos falecimentos (85%) é de idosos: foram 47 óbitos de pessoas com mais de 60 anos.
Confira a evolução da pandemia na Capital:

(A foto de abertura é da Secom/SC)

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Covid – Aumento de 1.000% entre presos de SC em três semanas: Defensoria aciona Justiça para garantir direitos

A Defensoria Pública de Santa Catarina ingressou com uma ação civil pública para regulamentar o contato da população carcerária catarinense com familiares, o recebimento de sacolas com mantimentos e a disponibilização de informações claras, por parte do Estado, sobre a contaminação por Covid-19 em cada unidade prisional.

O processo foi ajuizado esta semana e será julgado pelo titular da 3ª Vara da Fazenda Pública da Capital, Rafael Sandi.

De acordo com a defensora pública Júlia Gimenes Pedrollo, a suspensão do recebimento de visitas e de entregas feitas por familiares têm privado os presos de direitos fundamentais como ao da alimentação adequada, à informação e à higiene, sem evitar o alastramento de casos nas unidades prisionais.

Além disso, a possibilidades de realizar videochamadas com familiares não ocorre na mesma frequência com que eram realizadas as visitas presenciais.

Leia também:
Sistema prisional de SC: casos confirmados de Covid aumentam 400% em 30 dias – O que pensa o Judiciário?

“Em decorrência da pandemia foram adotadas medidas restritivas a todos, sim, mas muito mais no sentido de privar de direitos do que, com alguma eficácia, evitar a contaminação da população prisional. Eles não podem receber encomendas da família para evitar o contágio, mas novos detentos entram nas unidades sem nem ao menos serem testados”, argumenta a defensora.

Por meio das sacolas que eram enviadas aos presos por familiares, os detentos tinham acesso a alimentos e itens de higiene que o Estado não fornece, mas que são essenciais.
“Se o Estado não pode oferecer, precisa deixar que a família encaminhe, cuidando da correta higienização do que chega nas unidades, claro”, destaca a defensora Bruna Guzzatti de Barros Vieira, que também assina o pedido.

“As famílias, além de terem reduzido o tempo de contato com os presos, não contam com informações transparentes sobre a saúde deles”, descreve o defensor público Diego Torres.

Contagio atinge presos e servidores:
Boletim da Secretária Estadual de Administração Prisional divulgado nesta quarta-feira, 29, mostra que há 733 casos confirmados de Covid entre os presos de Santa Catarina.
O número representa um aumento de quase 1.000% com relação aos dados de 6 de julho, quando eram 71 casos.
Já entre os trabalhadores do sistema prisional há 259 casos, 275% a mais do que os 69 do início deste mês.
Até agora houve dois óbitos: um preso e um servidor.

O que diz a administração prisional:
A administração prisional afirmou esta semana para o Jornal do Almoço (NSC TV) que está adotando todos os protocolos sanitários de controle da doença, que fornece itens de higiene e que também possibilita a comunicação através de videochamadas.

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Feira de orgânicos no Centro – Com preços justos, produtores reivindicam retorno ao Largo da Alfândega

São seis famílias da Grande Florianópolis que oferecem alimentos sem agrotóxicos para a população da Capital.

Porém, poucos sabem onde encontrá-los para adquirir as verduras e frutas orgânicas que são produzidas nas suas propriedades em Biguaçu, Antônio Carlos e Águas Mornas.

Entre 2015 e 2018, os feirantes comercializavam os produtos no Largo da Alfândega, junto com a tradicional feira de hortifrutigranjeiros.

Porém, após o início da revitalização do local, há dois anos, foram deslocados para a frente do Terminal de Integração do Centro (Ticen), onde se encontram até hoje.

Banca da família Junkes

“Quando os demais feirantes voltaram ao Largo da Alfândega, no início de julho, pensamos que também voltaríamos, mas a prefeitura não deixou”, afirma Evaldo Junkes, um dos produtores.
É que, após a reforma do Largo, o espaço para as bancas foi reduzido.

A associação que representa os feirantes tradicionais reivindicou e conseguiu aumentar o número de dias da feira: antes eram quatro, e agora são seis (de segunda-feira a sábado).
Assim, com o rodízio das bancas, conseguiram contemplar todos os feirantes.
Mas os orgânicos ficaram de fora.

“Aqui na frente do Ticen tem movimento, mas as pessoas não compram. Na Alfândega é muito melhor, porque os clientes já vão preparados para fazer a feira”, explica Junkes, acrescentando que a prefeitura já recebeu a reivindicação, mas “uma vez, diz uma coisa, e depois, outra. E nós continuamos aqui”.

Segundo Junkes, alguns produtores estão desestimulados e deixando de participar da feira pelas vendas fracas.

A resposta da prefeitura:
Procurado pelo Floripa Centro, o superintendente da Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos (Susp), João da Luz, informou que a feira de orgânicos deve retornar ao Largo quando terminar a reforma da Casa da Alfândega, prédio histórico que está sendo revitalizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Não há data definida para a conclusão das obras, mas, provavelmente, seja até o final deste ano.

Confira o vídeo da Epagri, em Santo Amaro da Imperatriz:

Dias, horários e preços justos
A “Feira de Orgânicos Viva a Cidade” reúne produtores que possuem o Certificado de Conformidade Orgânica, que atesta a qualidade das frutas e verduras, livres de defensivos agrícolas e cultivados com responsabilidade social e ambiental.
Atualmente, estão no Ticen às quartas-feiras e sábados pelas manhãs.

Apesar da fama de serem mais caros, os produtos da agricultura familiar, nestas bancas, têm preços justos, bem abaixo do que os clientes estão acostumados em outras feiras de orgânicos pela cidade.

Pequena propriedade em Antônio Carlos
A família Junkes tem uma propriedade de 19 hectares no interior de Antônio Carlos, sendo três cultivados com orgânicos.
Somente trabalham nela o casal Evaldo e Eliane, com a ajuda eventual de uma filha.
“É duro, mas vale a pena. Dois dias vendemos aqui e cinco dias trabalhamos na terra”, conta Evaldo.

Eliane Junkes, na propriedade rural em Biguaçu

Leia também:
– Feirante mais antigo do Centro volta ao Largo da Alfândega após dois anos ao lado do Camelódromo

– O retorno da feira de hortifrutigranjeiros ao Largo da Alfândega: menor, mais dias e barracas padronizadas

(Texto e fotos de Billy Culleton)

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