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“Perigo – Alta tensão” – Placas alertam para possível choque elétrico na decoração natalina da Praça XV

A decoração natalina na Praça XV de Novembro, no Centro da Capital, tem diversas placas alertando para o perigo de sofrer choque elétrico.
O aviso “PERIGO – ALTA TENSÃO” foi colocado nas estruturas luminosas existentes no local: nos pinheiros de Natal e na reprodução de uma enorme caixa de presente, que tem um laço em cima.

No pinheiro instalado na frente do Calçadão da Felipe Schmidt, a sinalização está pendurada na cerca de plástico que separa o público da árvore.

Mas o que chama a atenção é que a ‘caixa de presente’ não possui nenhuma proteção, fica acessível ao público e, inclusive, está aberta para visitação interna.
Ou seja, possui duas entradas de dois metros de altura para que crianças e adultos possam entrar e se sentir dentro de um caixote iluminado.

É nesse espaço de quatro metros quadrados que há OITO placas, ilustradas com uma caveira, avisando sobre o perigo de alta tensão.

É de mentirinha!
“Não existe alta tensão na decoração natalina”, afirma Luciano Renzetti da Silva, gerente da SQE Luz, empresa responsável pela iluminação natalina da Praça.
O objetivo dos avisos, segundo ele, é causar ‘impacto’ nas pessoas, para evitar vandalismo, como puxar e arrebentar os fios de luz.
Nesse caso, sim, existe a ameaça de um choque elétrico de 12 ou 24 volts. E, numa situação extrema, até 220 volts.

“Com as placas, os pais cuidam mais para que os filhos não mexam nos cabos e também espanta pessoas mal-intencionadas que queiram roubar os fios ou destruí-los”, diz Luciano, acrescentando que todo o sistema foi aterrado para casos de fugas de energia.
“A decoração é para interagir, admirar e tirar fotos. Não para tocar. E o objetivo dos avisos é justamente esse: não mexer com energia elétrica”.

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Postes, sinalização de trânsito e relógio – Aumenta a poluição visual no lado insular da Ponte Hercílio Luz

Em menos de 100 metros existem 20 elementos que ofuscam a beleza da Ponte Hercílio Luz, no lado insular: são 16 placas de trânsito, três enormes postes de eletricidade e um relógio de rua.
As placas foram instaladas na semana passada e, como mandam as normas de sinalização, algumas repetem as informações nos dois lados da rua.

Sete placas se destacam na saída à direita da Ponte

Acontece que, no caso do entorno da Ponte, as vias são estreitas, permitindo a passagem de apenas um veículo.
Isso acaba potencializando a poluição visual, já que as placas ficam muito próximas umas das outras.

Já os postes de eletricidade de 12 metros de altura são os mesmos existentes há anos no local.

E, por enquanto, vão ficar aí, apesar do pedido da Prefeitura de Florianópolis, há alguns meses, para que a Celesc os removesse ou fizesse o cabeamento subterrâneo.
O alto custo, e a falta de planejamento, seriam os motivos para não fazer a obra.

O relógio de rua, por sua vez, está localizado na calçada que fica exatamente na frente da saída da Ponte.
A estrutura de cinco metros de altura conta com uma enorme placa de propaganda.

O bom senso das autoridades, com certeza, fará com que alguns desses elementos sejam retirados, preservando o visual deste patrimônio histórico, artístico e arquitetônico do município.
E, ao mesmo tempo, ajudará a deixar mais bonitas as milhões de fotos que serão feitas no local a partir da inauguração em 30 de dezembro.

Confira matérias relacionadas à Ponte Hercílio Luz:
— Conheça o cemitério onde ‘descansam’ os restos da Ponte Hercílio Luz, na Capital

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Conheça os cinco melhores sebos do Centro da Capital – Alguns livros raros chegam a custar R$ 1,9 mil

Garimpar à caça de alguma preciosidade ou procurar um livro popular por um preço mais baixo.
É em meio às desorganizadas prateleiras dos sebos que pode se encontrar a obra tão procurada ou a leitura perdida.

A maioria das lojas de livros e revistas usadas do Centro da Capital encontra-se na Região Leste do bairro, num raio de 200 metros, entre as ruas João Pinto, Saldanha Marinho, Vitor Meirelles e Tiradentes.
Os sebos também comercializam discos de vinil, CDs e DVDs antigos.
Além de vender, todos utilizam o sistema de troca: o cliente leva dois exemplares e tem direito a um, do mesmo preço e padrão.

Os precursores da venda de livros usados em Florianópolis foram os irmãos Alírio e Tarcísio Eberhardt que, até a década de 1980, tinham uma banca de revistas, no entorno do Mercado Público, onde também vendiam obras de segunda mão.
Depois se mudaram para a Rua João Pinto, onde instalaram o Armazém do Livro, que foi vendido e fechado no final da década de 2000.

A seguir, mostramos cinco sebos que, pela tradição ou acervo, são referências para os amantes da literatura em Florianópolis.

IVETE SEBOS

Atendendo desde 1992, o sebo de Ivete Berri é o mais antigo em atividade na cidade.
São milhares de livros divididos em mais de 40 gêneros diferentes (como romances, autoajuda e biografias).

A pesquisa pela obra procurada é feita à maneira antiga, manualmente. “Nada de computador”, ressalta a blumenauense, uma das pioneiras no mercado de sebos em Florianópolis.

Ivete Berri faz o atendimento dos clientes junto com mais três funcionárias

Segundo ela, a característica principal de um sebo é que o cliente garimpe. “Às vezes, falta essa cultura de sebo e as pessoas querem achar a obra imediatamente”, explica Ivete.

Ela não sabe precisar a quantidade de livros que têm na loja, mas aponta para algumas preciosidades: uma réplica do caderno de anotações do inventor Leonardo da Vinci, que custa R$ 1,9 mil, e outro sobre Michelangelo, que sai por R$ 1,5 mil.

A obra Diário das Invenções, o livro mais raro e valioso do sebo da Ivete

Serviço: Rua João Pinto, 11 (48) 3025-1555

SEBO’S IMPÉRIO

É um dos sebos mais ecléticos e completos da cidade.
Com cerca de 100 mil livros, tem o maior acervo de Santa Catarina, segundo o site Estante Virtual. As obras estão distribuídas entre a loja na Avenida Hercílio Luz e o depósito.

Em quase três décadas de atividade, o comércio conseguiu se consolidar graças aos avanços tecnológicos que permitem vender para todo o país.
São quase 100 livros negociados por dia, metade deles pelo site Estante Virtual.
As obras estão todas catalogadas no computador, o que facilita a busca.

Serviço: Avenida Hercílio Luz, 906 (48) 3322-1621

SEBOS MAFALDA

O proprietário Antônio Ribeiro é o ‘herdeiro’ do primeiro sebo da cidade: o Armazém do Livro. Ele o comprou dos irmãos Eberhardt há uma década, mas acabou fechando por causa da crise, ficando apenas com uma segunda loja que tinha aberto na esquina das ruas Victor Meirelles e Saldanha Marinho.
Ribeiro conta com um acervo de 50 mil obras.
Em menor proporção, também comercializa antiguidades e pinturas.

Antiguidades e quadros também são comercializados no Sebo Mafalda

Serviço: Rua Victor Meirelles, 78 (48) 3225-6676

Elemental Livros Usados

É especializada em histórias em quadrinhos e mangás, com um acervo de milhares de itens.
Há sete anos no Centro (antes, a loja era em São José), comercializa ainda produtos colecionáveis, entre eles, os bonecos da Funko, além dos tradicionais livros e revistas usadas.

Elemental é referência na comercialização de bonecos da Funko

Serviço: Rua João Pinto, 207 (48) 3025-5513

Desterrados – Fotografia, Literatura e Arte

(Foto: arquivo pessoal/Desterrados)

Há dois anos, o fotógrafo profissional Tasso Cláudio Scherer decidiu abrir um local onde pudesse unir a sua paixão pela fotografia à literatura e arte em geral.

Em novembro, Tasso completa dois anos à frente da loja.

Assim, nasceu um novo conceito de espaço artístico: sebo, oficina e um ambiente de artes.
Além do acervo de 5 mil livros, vende-se fotos em quadros e cadernos artesanais.
A Desterrados também oferece diversos cursos como de cerâmica (há um forno à disposição), desenho e encadernação.

Curso de desenho na sobreloja da loja Desterrados

Serviço: Rua Tiradentes, 204 (48) 99162-9585

Outros sebos do Centro:
Sabor das Letras
Rua João Pinto, 219 (48) 3025-3537

Acervo das Letras
Rua Conselheiro Mafra, 675 (48) 3065-0968

Sebo Cia do Saber
Rua Fernando Machado, 140 (48) 99971-3225

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Mulheres tentam muito, mas homens morrem mais – Confira as cidades de SC com maior número de suicídios

Nos últimos dois anos, a Capital, onde moram 500 mil pessoas, registrou seis suicídios a cada 100 mil habitantes, índice similar ao de todo o Brasil.
Em 2018, foram 28 casos. E até setembro deste ano, 20 (numa conta simples, poderá chegar a 30 até o final de dezembro).
Já em 2017 houve 45 suicídios na Capital.

Os 20 casos deste ano colocam Florianópolis no terceiro lugar entre as cidades catarinense com maior número de suicídios.
Joinville lidera com 28 mortes autoprovocadas, seguida por Blumenau com 24.

Três vezes mais casos entre homens do que mulheres
Os dados divulgados pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), órgão ligado à Secretaria Estadual da Saúde, mostram que em Santa Catarina, o índice de suicídio de homens é três vezes superior que o de mulheres.
Até agosto deste ano, dos 478 casos no Estado, 374, eram do sexo masculino e 104, feminino.

Por outro lado, o número de mulheres que tentam suicídio é o dobro que dos homens: no mesmo período, foram 2.466 contra 1.129.

No Brasil, na contramão do que acontece no mundo, houve aumento de mortes autoprovocadas na última década. Segundo recente pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a taxa de suicídio entre jovens entre 10 e 19 anos foi a que mais aumentou: 24%.

Tentativa de suicídio na Ponte Hercílio Luz, em maio, foi abortada pelos bombeiros (Billy Culleton)

O estudo mostra que níveis mais altos de desemprego foram associados a maiores taxas de suicídio. “Sentimentos de desesperança e inutilidade, que frequentemente ocorrem em quadros depressivos, são frequentemente vistos como mecanismos psicológicos desencadeantes do comportamento suicida. Esses mesmos sentimentos parecem muito prevalentes na geração de jovens desalentados, sem propósitos claros, que nem trabalham nem estudam”, analisa o psiquiatra da Unifesp Elson Asevedo.

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Personagens do Centro – Vadinho e Luiza: há 43 anos sustentando a família com a venda de banana e mandioca

Manter uma família com quatro filhos com uma pequena banca onde se vende somente banana e farinha de mandioca parece ser uma tarefa difícil para qualquer um.
Mas não para o casal Luiza, 70, e Osvaldo Martins, 74, que há 43 anos marcam ponto numa das feiras de rua do Centro de Florianópolis.
Todas as terças-feiras eles saem de Biguaçu de madrugada e instalam a banca às 6h, na Rua Francisco Tolentino, ao lado do Camelódromo.
Os produtos à venda são produzidos no sítio deles em Três Riachos, interior do município da Grande Florianópolis.

“A venda ambulante nos possibilitou criar os filhos e ter uma vida razoável. É trabalhoso, mas estou acostumado, já que trabalho na roça desde criança”, conta Vadinho, como é conhecido pela clientela, cuja fidelidade pode ser comprovada constantemente.

Apesar das poucas opções de produtos (em menor escala, o casal também vende feijão e banha de porco), a movimentação é constante. “Um pacote de farinha branquinha, por favor”, pede Zezinho, do antigo bar no Mercado Público. “Me vê algumas bananas, seu Vadinho”, diz uma senhora de uns 75 anos.

Seu Zezinho é um dos fiéis clientes da banca

Tudo é pesado na antiga balança de metal que usa pesos de ferro.

Casados há 54 anos, Vadinho e Luiza também têm uma loja de sapatos no Centro de Biguaçu, que agora está sob a responsabilidade de uma das filhas.
Além do Centro, o casal ainda marca presença na feira do Estreito, às quintas-feiras.

Nos demais dias, o aposentado Vadinho se dedica às atividades no sítio, como cuidar das plantações. E a cada duas semanas ele faz uma fornada de farinha de mandioca que rende cerca de 320 kilos.
“Gosto desta vida e quero continuar trabalhando assim até que Deus deixe”, diz este ‘colono da cepa’, com seu largo sorriso.

Feirantes querem ficar no novo local
Tradicionalmente, a feira de hortifrutigranjeiros estava instalada na Praça Fernando Machado nas terças, quartas e sextas-feiras.
No mês passado, por causa da estrutura montada para a Fenaostra, os ambulantes foram transferidos provisoriamente para a Rua Francisco Tolentino, ao lado do Camelódromo, perto do Mercado Público.
Como as vendas são melhores neste novo local, agora os feirantes tentam negociar com a prefeitura para ficar ali.

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Visão desde o Centro – Confira o gigante que adormeceu desfrutando da paisagem da Ilha

Por Billy Culleton

Tá vendo aquela figura colossal deitada lá no fundo?
Pois é do Centro de Florianópolis que se pode ter uma perfeita dimensão do Gigante Adormecido.
O contorno dessa figura humana é formado pelos picos dos morros do Maciço do Cambirela, no município da Palhoça.

Assim, com um simples olhar é possível identificar a cabeça, o nariz empinado, o pescoço, o tronco, as pernas e os pés do gigante.
E mais: com uma mirada mais atenta (e um pouquinho de imaginação) podemos ver o palito de dente na boca dele.
A cena remete ao costume de alguns antigos que tiravam uma soneca depois do almoço. No Gigante Adormecido, o instrumento de higiene bucal está representado por uma árvore.

Numa das lendas contadas pelo artista e pesquisador Gelci José Coelho, o Peninha, há referência ao gigante.
É na história sobre o Baile das Bruxas em Itaguaçu, que conta a origem das pedras na praia do continente, na Capital.
As bruxas organizaram uma festa na praia, com todos os personagens folclóricos convidados, exceto o diabo, por causa do fedor e atitudes antissociais.
Mas ele aparece na festa, enfurecido, e como castigo transforma as bruxas em pedra.

O gigante, que acompanhava a festa de longe, ficou muito triste com o acontecimento e chorou tanto que as lágrimas viraram mar e ele se deitou para nunca mais levantar.

Porém, para muitos florianopolitanos românticos, o gigante adormeceu admirando as belezas naturais da Ilha de Santa Catarina.

Haveria um descendente?
Já na Ilha, bem na frente do colosso, existe outra formação montanhosa que forma uma silhueta similar ao gigante, porém, muito menor.
Está localizada na Base Aérea de Florianópolis, no Bairro Tapera.

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Passarela embaixo da Ponte Pedro Ivo – Apesar do preconceito, um belo passeio entre a Ilha e o Continente

Por Billy Culleton

Falta de segurança é o primeiro conceito que surge na cabeça da maioria dos florianopolitanos quando se fala na passarela que existe embaixo da Ponte Pedro Ivo Campos.
E não é por acaso. Em geral, as reportagens jornalísticas sobre o local reforçam essa ideia, embora sem qualquer dado estatístico.

Mas o constante vai-e-vem de pedestres e ciclistas durante todo o dia (e à noite) mostra o contrário.
São centenas de pessoas, a maioria trabalhadores, que utilizam o maravilhoso ‘calçadão’ de três metros de largura e que tem uma das melhores vistas da Baía Sul.

Os 1.250 metros que ligam a Ilha ao Continente podem ser percorridos com tranquilidade, sem qualquer contratempo.
A longa parede lateral é uma mistura de grafites e pichações.
Inaugurada em 1991 junto com a ponte, a passarela fica a uma altura de 30 metros, com relação ao mar.

Os pescadores artesanais que frequentam a passarela à espera de anchovas, cardosinhos ou bagres dão um ar de ‘autoridade’ ao lugar, o que afugenta possíveis aproveitadores, de ‘má índole’.

Ao longo do trecho também existem duas câmaras da Polícia Militar.
Por isso, entre os pacientes pescadores há uma certeza: ninguém é incomodado aí.

Assim, fica a dica para conhecer este recanto escondido da Capital.
Além de aproveitar uma caminhada ou pedalada, num lugar coberto (xô, sol e chuva!), em 15 minutos você e sua família podem chegar ao belo Parque de Coqueiros, logo aí, no Continente.

Ah, sim! Eventualmente, passam pelo local moradores de rua e consumidores de drogas. Como na maioria dos locais que frequentamos na Capital…

É proibido pescar
Um detalhe que é ignorado pela maioria: é proibido pescar na passarela.
Pelo menos é o que indica a deteriorada placa do Deinfra, que faz referência à Lei Nº 9605/98, Art. 34. A norma bane a pesca “em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente, com pena prevista de detenção de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente”.

Procurada pelo Floripa Centro, a Assessoria de Comunicação do Deinfra disse que a fiscalização é responsabilidade da Polícia Ambiental.
“Só não pode pescar no vão central, em cima do canal”, explicou o Sargento Elesbão, do 1º Batalhão da Polícia Ambiental, cuja sede fica no Estreito, perto das pontes. “Quando alguém pesca nessa área a gente vai até o local e pede para se deslocar para os lados”.

Como chegar:
– Pelo lado insular, chegar à passarela é mais complicado. Embora fique a poucos metros do Terminal Rodoviário Rita Maria, não há qualquer forma de atravessar a Avenida Beira Mar com segurança (em julho, o Floripa Centro denunciou que a atual reforma não prevê a continuação da passarela até o outro lado da avenida).
Assim, só pode-se chegar desde o Trapiche da via, caminhando 1,5 quilômetro. Vindo do Centrosul também deve se andar 1,2 quilômetro.

– Também é possível deixar o carro no estacionamento dos clubes de remo, embaixo das pontes, e iniciar o passeio.

– Pelo Continente, o acesso é muito tranquilo: sobe-se pela Rua 14 de julho, no Estreito, perto da Comcap.

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RD Summit – 12 mil visitantes chegam para evento, mas ninguém quer recolher o lixo que está a 50 metros, na praia

Por Billy Culleton

Florianópolis sediará, no início de novembro, o maior evento de marketing e vendas da América Latina.
Cerca de 12 mil pessoas de todo o país, e também do exterior, comparecerão ao Centrosul, onde estão sendo montadas mais duas enormes estruturas para acolher a multidão do RD Summit 2019, nos dias 6, 7 e 8 do próximo mês.

Porém, se algum desses participantes tiver a iniciativa de ir até a beira do mar, a 50 metros do local do evento, terá uma desagradável surpresa.
O espaço ao fundo do estacionamento do centro de eventos está coberto de lixo. Os resíduos chegaram pelo mar: a maior parte são garrafas de plástico que, junto com galhos, pneus e pedaços de isopor, ficaram depositadas em valas por causa da maré. E ali estão há meses!

Água parada com cheiro de esgoto completa o deprimente quadro

Mas ninguém se responsabiliza pela limpeza da área.

– A Comcap afirma que o recolhimento do lixo é de responsabilidade do Centrosul.

– O Centrosul diz que a área do estacionamento está terceirizada para a empresa Multipark. Mas, mesmo assim, assegura que quem deveria cuidar da limpeza seria a Comcap, inclusive da orla nos fundos do Centrosul (que se encontra relativamente limpa).

– A Multipark garante que o contrato de concessão firmado em 2012, não prevê a limpeza da costa praiana, ‘que continua de domínio público e de responsabilidade dos entes federativos correlatos’.

Com certeza, após esta denúncia, o lixo será recolhido nos próximos dias.
A saber, quem cederá… em benefício da imagem de Florianópolis.

Confira breve vídeo do local:

 

Confira a resposta completa dos envolvidos:

– Assessor operacional da Comcap, Patrick Coelho:
“Na área do Centrosul, eles que cuidam da limpeza. Nessa região, a Comcap não tem acesso à orla. A Comcap só faz o serviço de espetinho (catação dos resíduos com haste de metal) nos fundos da Passarela Nego Quirido e perto dos ranchos de pesca.”

– Cláudia Marthendal, gerente de operações do Centrosul:
“A área (do estacionamento) fica sob os cuidados da Multipark, empresa terceirizada que cuida do estacionamento e que é utilizado durante os eventos realizados no Centrosul. A Comcap deveria fazer a limpeza da orla, assim como faz na Beira Mar Norte”.

– Odirley Angulo, engenheiro da Multipark:
“Em contrato de concessão firmado no ano de 2012, nas responsabilidades da Multipark não consta a limpeza da costa praiana, que continua de domínio público e de responsabilidade dos entes federativos correlatos. Na área concedida à Multipark, realiza-se o serviço de jardinagem e limpeza mensalmente. Mas estes serviços se limitam à área concedida, não podendo adentrar em perímetros que não pertencem à concessão em voga.”

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Conheça o cemitério onde ‘descansam’ os restos da Ponte Hercílio Luz, na Capital

Por Billy Culleton

Cerca de 50% da estrutura original da Ponte Hercílio Luz, que pesa 5 mil toneladas, foi substituída com a reforma que está chegando ao fim.
Esses ferros ‘descansam’ no depósito do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), no Saco dos Limões, há 3 quilômetros de onde tiveram vida útil por quase um século.

Parte dessas 2,5 mil toneladas da antiga ‘velha senhora’ serão doadas para os municípios catarinenses, que devem utilizá-las para a construção de 800 pontes.

Para pedaços menores ainda não há uma destinação definida. Uma possibilidade é que partes simbólicas, como as selas e as conexões das barras de olhal, façam parte de um museu a céu aberto, no entorno da Beira Mar Continental, embaixo da ponte.
O restante das ferragens será vendido pelo Estado por quilo.

Durante a reforma foram substituídas completamente as seguintes peças: barras de olhal, cabos pendurais, as quatro rótulas (no pé das torres), treliças e o tabuleiro (onde passarão os veículos).

Um pouco da história da ponte:
– É a maior ponte pênsil do Brasil e uma das maiores do mundo>
– Teve sua construção iniciada em 14 de novembro de 1922 e foi inaugurada a 13 de maio de 1926.
– Tem 821 metros de extensão e 339 metros de vão central. As torres metálicas medem 74 metros de altura.
– Representou um marco decisivo para o desenvolvimento de Florianópolis, diminuindo o seu isolamento do restante do território catarinense, pois até então, o acesso à ilha era feito apenas por embarcações.

Confira outras imagens:

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Novos tempos – Em menos de 10 anos, 75% das bancas de revistas fecharam no Centro de Florianópolis

Por Billy Culleton

No início da década de 2010 existiam 31 bancas de jornais e revistas no Centro da Capital. Atualmente, sobrevivem apenas oito. Os dados são da Distribuidora Florianópolis de Publicações.
Os motivos da decadência das bancas são as publicações digitais, somado à falta de interesse pela leitura dos mais jovens e à disseminação de informações por meio das redes sociais.

Pontos tradicionais do Centro não estão resistindo à ausência de clientes e fecharam as portas nos últimos meses. São exemplos disso, a banca da Praça dos Namorados, na Beira Mar Norte, e a banca da Avenida Osmar Cunha, próxima ao Ceisa Center.

As que resistem buscam diversificar a oferta de produtos, vendendo guloseimas, bebidas e lembranças da Capital.
“Está muito difícil se manter: a venda de jornais e revistas semanais caiu 80% nos últimos anos. Agora, os impressos que mais se comercializam são palavras-cruzadas e revistas de receitas”, conta Solange Maria da Costa, 68, da Banca Praça XV, a mais antiga de Florianópolis, com mais de 110 anos.

A banca pertence a Solange e ao marido Irival Costa, 72, desde 1972. Antes, era de Arthur Beck, que tinha herdado do pai Alberto e do avô José.
Era a famosa ‘Banca do Beck”, onde os antigos ilhéus aguardavam ansiosos pela demorada chegada dos jornais do Rio de Janeiro e São Paulo.

Banca Praça XV na década de 1970 (Foto: arquivo pessoal Solange da Costa)

A Banca Catedral, também na Praça XV, achou um nicho de mercado que compensa a queda na venda dos produtos tradicionais: as apostilas para concursos públicos. Os exemplares são vendidos a preços que variam entre R$ 55 e R$ 90.
O proprietário Adriano Silva conta que teve que abrir o leque de produtos para venda, já que a procura por jornais e revistas decaiu muito nos últimos anos.


O ponto sempre foi da família. Originalmente, a banca ficava numa rua que desapareceu e que passava bem na frente das escadarias da Catedral Metropolitana (era a continuação da Rua Fernando Machado).
Quando foi construído o Largo da Catedral, a banca foi transferida para a praça.

A antiga Banca Catedral, na década de 1960, antes da mudança para a Praça XV (Foto: autor desconhecido)

Outra prova da decadência deste tipo de comércio é a banca do Calçadão da Deodoro que nos últimos meses, por causa do baixo movimento, está abrindo em meio período: somente à tarde.

E assim, a modernidade, com suas novas tendências, vai avançando sobre os costumes seculares dos florianopolitanos…

Confira outras imagens históricas da Banca Praça XV, a mais antiga de Florianópolis. (Fotos: arquivo pessoal Solange da Costa)

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Kit para teste em casa – Florianópolis busca mais de 1 mil pessoas que não sabem que têm HIV

A partir desta sexta-feira, 27, homens com mais de 15 anos poderão solicitar um kit para fazer o teste de HIV em casa.
Para isso, está sendo disponibilizado um aplicativo no celular chamado “A hora é agora”. A pessoa preenche um formulário e recebe o kit de autotestagem no seu domicílio pelos Correios.
Se o usuário preferir, também há a opção de retirar o kit no Terminal Rodoviário Rita Maria, no Centro da Capital, num ‘armário digital’, espécie de caixa eletrônico que funcionará 24 horas por dia.

O autoteste é simples: basta recolher um pouco de saliva num dispositivo plástico que conta com uma haste absorvente que, depois, é colocada dentro de um recipiente que contém uma solução líquida. Após alguns minutos, um visor dará o resultado do teste.

As instruções de uso encontram-se na bula do teste e também no site www.ahoraeagora.org, onde há vídeos demonstrativos sobre a forma correta de fazer o teste e ler seu resultado.
Caso o resultado seja positivo, a pessoa deve procurar atendimento em alguma das quatro policlínicas do município.

Capital é a segunda do país com maior taxa de novos casos de Aids
Florianópolis é a segunda capital com maior taxa de novos casos de Aids na população em geral e a sexta capital com maior taxa de mortalidade pela doença.

Isso significa que muitas pessoas vivendo com HIV não estão em tratamento ou estão sendo diagnosticadas tardiamente, quando a doença está mais avançada.
De acordo com os últimos dados da epidemia em Florianópolis, 7,8 mil pessoas vivem com HIV. Dessas, aproximadamente 1 mil ainda não sabem que têm HIV e outras 2 mil sabem, mas não estão em tratamento.

Tratamento com um comprimido ao dia
Quanto mais precocemente a pessoa se descobrir soropositiva e iniciar o tratamento adequado, menor o dano causado pelo HIV no sistema imunológico.

Além disso, o pessoa em tratamento para o HIV com carga viral indetectável a mais de 6 meses, não transmite o vírus por contato sexual. Atualmente, o tratamento da doença pode ser realizado apenas com um comprimido ao dia.

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Abandonada desde 2008, antiga Escola Antonieta de Barros deverá ser transformada em centro cultural

O prédio onde funcionava a Escola Antonieta de Barros, no Centro de Florianópolis, deve ser transformado num centro histórico e cultural.
Essa foi a principal proposta da audiência pública promovida pela Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa, na noite de terça-feira (17), no Plenarinho, com a presença de lideranças do movimento negro e cultural da Capital.
A proposta, que busca valorizar a cultura negra catarinense, será apresentada ao governador Carlos Moisés.

Audiência no Plenarinho da Assembleia (Foto: Eduardo G. de Oliveira/Agência AL)

O imóvel, no centro histórico de Florianópolis, está abandonado desde 2008.
A edificação pertence ao governo estadual e é parte de um conjunto urbano tombado pelo município.

Em 2017, o prédio chegou a ser cedido à Assembleia Legislativa, mas em março deste ano foi devolvido.
Para revitalizar o prédio é necessária uma ampla reforma, incluindo reparos estruturais, que custaria cerca de R$ 2,5 milhões.

Conheça a história da edificação:

Imagem da década de 1940 mostra a escola à direita (Foto: acervo da Udesc)

– Inaugurado em 1926, o antigo Instituto de Educação Dias Velho (denominação recebida em 1947) era formado por dois prédios: a Escola Normal (atual Museu da Escola Catarinense) e a edificação da Escola Antonieta de Barros, com uma escada que ligava ambas.

Escada lateral ligava prédio do atual Museu da Educação com a Escola Antonieta de Barros (Foto: acervo Udesc)

– Entre 1945 e 1951, Antonieta de Barros foi diretora do Instituto e ajudou a viabilizar o Colégio Estadual Dias Velho com a criação dos cursos Ginasial (1947) e Clássico e Científico (1949).

– Em 1963, o colégio deixava o prédio da Rua Saldanha Marinho para transferir-se à Avenida Mauro Ramos, passando a chamar-se Instituto Estadual de Educação.

Registro da década de 1970 (Foto: acervo Udesc)- Até 2008, quando o prédio foi interditado, funcionou como escola de ensino fundamental.

 (Com informações do site da Alesc)

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