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Tiradentes esteve em Desterro? O livro de cabeceira ficou mais de um século em SC? Desvendamos a lenda e o fato

Por Billy Culleton
O Wikipedia afirma que Tiradentes teria seguido para Desterro com a tropa de reforços portugueses com o objetivo de combater o invasor espanhol Dom Pedro Ceballos, que tinha ocupado a Ilha de Santa Catarina em 1777.

A informação consta na página web sobre o Forte de Santana, localizado na Beira Mar Norte, na capital catarinense.

Com relação à pretensa passagem de Tiradentes por este forte em Santa Catarina, o historiador mineiro Augusto de Lima Jr. (História da Inconfidência de Minas Gerais), afirma que o Alferes Joaquim José da Silva Xavier (1746-92) – o Tiradentes -, que sentou praça (ingressou na vida militar) em 1769 (…) ainda no posto de praça de pré, teria seguido para Santa Catarina com a tropa de reforços contra o invasor D. Pedro Ceballos.”

A reportagem do Floripa Centro foi atrás do livro História da Inconfidência de Minas Gerais, citado pela fonte anônima.
O exemplar, impresso em 1968, não faz parte do acervo da Biblioteca Pública do Estado, na Capital.
Um único exemplar, no entanto, pôde ser encontrado no Sebo Mafalda, na região central da cidade.
A obra conta detalhes preciosos da Inconfidência e da vida de Tiradentes.
Sobre a citada suposta passagem do alferes por Desterro, apenas uma citação, na página 70.

Nas páginas imediatamente anteriores, o autor Augusto de Lima Júnior, faz uma minuciosa descrição sobre a trajetória do inconfidente, desde sua infância, carreira militar até o enforcamento.

Após ressaltar suas virtudes como estadista a serviço da Companhia de Cavalaria da Guarda dos Vice-Réis, o historiador escreve:

Estêve mobilizado no Rio de Janeiro, para seguir para o Sul do Brasil, levando consigo um contingente de soldados o que não se realizou por ter sido considerado indispensável na preparação de recrutas e segurança das comunicações entre Vila Rica e Rio de Janeiro.

Somente isso! Nenhuma outra menção no livro sobre a pretensa passagem de Tiradentes por Desterro.
Ou seja, a narrativa é falsa.

Livro de cabeceira de Tiradentes ficou 124 anos em SC!
Esta história é verdadeira e comprovada.
A obra que serviu de inspiração para a Inconfidência Mineira, e que pertenceu a Tiradentes, esteve em Florianópolis por mais de um século até ser doada ao governo de Minas Gerais em 1984.

O livro “Récueil des loix constitutives des colonies angloises, conféderées sous la denomination d’Etats-Unis de l’Amérique Septentrionale”, é uma compilação das constituições de seis dos 13 estados confederados e da Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776).

O exemplar único que passou por Santa Catarina tinha estado nas mãos (e na cabeceira) de Tiradentes e foi entregue por ele a Francisco Xavier Machado, porta-estandarte dos Dragões de Minas, para que o levasse de volta aos inconfidentes em Vila Rica (atual Ouro Preto), conta o jornalista Paulo Clóvis Schmitz, em reportagem publicada no Jornal Notícias do Dia, em 2018.

A obra “Compilação das leis constitutivas das colônias inglesas, confederadas sob a denominação de Estados Unidos da América Setentrional” (em tradução livre) foi doada à Biblioteca Pública de Santa Catarina, em 1860, pelo historiador Alexandre de Mello Moraes.

Escrito na Inglaterra e vertido para o francês em 1778, relata Schmitz, entrou no Brasil num período em que a coroa proibia a publicação e circulação de livros e censurava qualquer manifestação contrária à dominação lusitana nas colônias.
Livros clandestinos eram a válvula de escape, e “Récueil…” caiu no colo dos inconfidentes, servindo de combustível para as ideias emancipacionistas do grupo de José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa”.

O precioso livro pertenceu à Biblioteca durante 124 anos até que, em 1984, após solicitação oficial do governador mineiro Tancredo Neves a seu par Esperidião Amin, foi transferido para o Museu da Inconfidência, em Ouro Preto.

Amin entrega oficialmente a obra ao governador Tancredo Neves (Acervo Esperidião Amin)

Obra fez parte do processo contra o alferes
Após Tiradentes enviar o livro para os inconfidentes em Vila Rica, o exemplar caiu nas mãos do Visconde de Barbacena, então governador mineiro, e após a prisão dos líderes, a publicação foi anexada aos “Autos da Devassa”, ressalta a reportagem do ND.

Mais uma prova de que a obra fez parte dos autos que levaram Tiradentes à forca está na declaração do doador.

Ofereço este precioso livro à Biblioteca de Santa Catarina que diz ter sido o documento número 26 formando parte original do processo da Conspiração de Minas intitulado de Tira-dentes…”, escreveu o historiador Alexandre de Mello Moraes.

“Leitura da Sentença de Tiradentes”, tela de Leopoldino Faria , exposta na Câmara Municipal de Ouro Preto

(A imagem de abertura é a tela Prisão de Tiradentes, de Antônio Diogo Parreiras, exposta no Museu Júlio de Castilhos)

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Crônicas de Sérgio da Costa Ramos Reportagens Especiais

“Notícias de um abraço”, crônica de Sérgio da Costa Ramos – O gesto de carinho na Praça XV que surpreendeu o país

Notícias de um abraço
Por Sérgio da Costa Ramos

O homem anda tão brutalizado nas cidades, seus malfeitos, tão disseminadas em nosso meio que, um belo dia, um gesto de afeto chamará “dramaticamente” a atenção das pessoas.

Diante de um “abraço” – o ato de um ser humano enlaçar o outro e trazê-lo para junto do peito -, o homem surpreso, indagará:
– O que é isso?

E aí, na contramão das manchetes, os jornais publicarão a notícia de um “abraço”.
Ou de um “beijo”:

“Cientistas do comportamento humano, dois psiquiatras, um dermatologista e uma assistente social estudam a natureza do gesto que chamou a atenção do Brasil, ontem, em Florianópolis, Santa Catarina. Um homem e uma mulher, num banco da Praça XV de Novembro, no coração da cidade, aproximaram os seus troncos, um de frente para o outro. E culminaram o seu estranho comportamento unindo os lábios –  e os comprimindo num ato que chamou a atenção de fotógrafos e passantes. A 3ª Delegacia de Polícia do bairro não chegou a deter os protagonistas pelo gesto bizarro, nem os indiciou em qualquer conduta suscetível do enquadramento penal.”

Nesta época de tanto desamor, tanta crueldade, em que tortura deixa as masmorras para exercer sua infâmia à luz do sol, espanta que os pelourinhos não retornem às praças públicas, para que todos presenciem o homem em seu estado animal, açoitando o próprio homem.

Nesses tempos de miséria e vilania, em que tapas ecoam nas esquinas com sonoplastia de radioteatro, bandidos encarcerados decretam a prisão da sociedade e verdugos fardados atordoam pobres trabalhadores com o peludo braço do Estado marginal, convoco toda a humanidade a falar de abraços e beijos.

Um beijo, segundo os pesquisadores do amor, põe em circulação hormônios que desencadeiam sensações de bem-estar e alegria, mitigando a dor, como uma espécie de morfina.

Não por acaso as mães beijam o “dodói” das criancinhas que tropeçam e caem –  e já se levantam, reanimadas pelo milagre do “beijo”.

O ato de pousar os próprios lábios nos de alguém a quem muito queremos, imprimindo-lhes um movimento de sucção, não é apenas um gesto afetivo: é também um gesto terapêutico.

Segundo os citologistas de plantão, especialistas em pele, o beijo é uma das melhores formas de se evitar as rugas e de se fazer “ginástica facial”, já que põe em movimento nadas menos do que 29 músculos.

Trata-se, portanto, do verdadeiro halterofilismo labial. Ainda no campo dos benefícios estéticos, já está provado que o beijo “emagrece”.

Sim, quem muito beija dificilmente deixará de ser esbelto – pois o beijo obriga o organismo a consumir cerca de 12 calorias por unidade  bem estalada e até 28 calorias se o beijo é daqueles cinematográficos, de desentupir pia.

Quanta energia, quanta vitamina num beijo só! Com tantas propriedades, não há de ter sido por mero acaso que o beijo se tornou o afago mais praticado na história da humanidade.

Dele, já dizia “William”, o poeta de Stratford-on-Avon:
– Um beijo remove montanhas, constrói reinos, dissipa impérios…

E o magnífico poeta negro, o verdadeiro Iluminado,  Cruz e Sousa, um dia suspirou pelo beijo de um amor secreto – uma branca, ebúrnea,  uma “galega” a quem amou platonicamente:
– Beije-me e serei teu príncipe, em noite de plenilúnio…

Claro, não faltariam os “espíritos de porco”, como o poeta espanhol La Serna.
Sobre este nobre carinho, ele estalou os beiços e atirou com desdém:
– Às vezes, o beijo não passa de um chiclete compartilhado…

E daí? – pergunto eu. Se é o chiclete da bem-querença, que mal faz?
Masquemos todos, homens e mulheres, essa doce e reparadora saliva do amor, esses halteres labial que ainda pode salvar a humanidade.

(Crônica publicada originalmente no Diário Catarinense, em 15/4/2010. Reproduzida com a autorização do autor. Imagem de abertura do Pixabay)

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Tudo dentro da lei – Clube náutico faz dragagem do canal de acesso e lança a areia ao lado das pontes

A imagem de uma balsa, com uma retroescavadeira em cima, chama a atenção na Baía Sul, próximo à Ponte Pedro Ivo Campos.
Duas vezes por dia, chega ao local, se detém alguns minutos para esvaziar a carga e retorna ao ponto de partida, o Iate Clube Veleiros da Ilha.

Desde o início de março, essa embarcação está fazendo a dragagem dos canais existentes entre os três trapiches do clube e lançando a areia recolhida na área indicada pelos órgãos ambientais, entre a Ilha e o Continente.

A balsa tem capacidade para transportar 90 metros cúbicos de areia, equivalente a 20 caminhões caçamba.

A obra se faz necessária para aumentar a profundidade dos canais onde atracam e ficam estacionados os enormes iates e lanchas dos sócios e frequentadores.

A fundura ideal é de três metros, mas em alguns lugares chega a 50 centímetros, em razão da sedimentação da areia no fundo do mar.

A previsão é que o trabalho, que conta com a autorização do Instituto de Meio Ambiente e do Ibama, dure até seis meses.

 

 

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O adeus ao Ponto Chic – Tradicional Senadinho fecha as portas 10 meses depois da reabertura

Durou pouco menos de um ano a alegria pelo retorno do histórico café, inaugurado em 1948, na esquina das ruas Felipe Schmidt e Trajano.
O Ponto Chic já não abrirá as portas nesta terça-feira, 1º.

A melancólica despedida, nesta quarta-feira, 31, contou com poucos fregueses, um dos motivos para o encerramento das atividades.
“O movimento foi muito abaixo do esperado, principalmente, por causa da pandemia”, explica João Petry, um dos sócios do empreendimento.

O local, também conhecido como Senadinho, reabriu em maio de 2020, após 14 meses fechado.
A proposta era recuperar o perfil tradicional do Ponto Chic.

Três clientes ‘ilustres’ se despedem do café: (da esq. para dir.) jornalista Manoel Timóteo, professor João Batista Soares e Carlos Alberto Gonzaga.

Para isso, a decoração nas paredes remetia ao passado glorioso.

Nos fundos, um mural com ilustrações dos principais símbolos do Centro, como a velha figueira, o Miramar e a Ponte Hercílio Luz.
Tudo sob o olhar atento do ‘Senador’ Alcides Ferreira (na foto acima, à esquerda).

Outra parede contava com diversas fotos históricas, como a passagem do presidente João Figueiredo, em 1979, no contexto da Novembrada.

História
O Ponto Chic foi inaugurado em 1948.

Foto da década de 1960 (autor desconhecido)

Em 1979, o local também passou a se chamar Senadinho, após ser criada a confraria “Senatus Populusque Florianopolitanus” (“Senado Popular Florianopolitano”), e fazia referência a uma célebre figura da cidade, Alcides Hermógenes Ferreira.

Assíduo frequentador do Ponto Chic e sempre elegantemente vestido, ele era chamado de senador.

Uma das extravagâncias do senador era tomar o café no pires (Casa da Memória)

O estabelecimento foi palco do famoso incidente entre o presidente João Figueiredo e manifestantes, que acabou em confronto, no dia 30 de novembro de 1979, num dos episódios da Novembrada.

Figueiredo e Jorge Bornhausen apreciando um café em meio aos incidentes da Novembrada

Leia também:
— Novembrada – Achamos o jovem que liderou a destruição da placa em homenagem a Floriano Peixoto

— A Novembrada na visão de Jorge Bornhausen: “Figueiredo causou o lamentável episódio”

Seis lojas fechadas no Calçadão da Trajano
A crise causada pela pandemia também está causando o fechamento de inúmeros comércios no Centro da Capital.

Na mesma quadra do Ponto Chic, na Rua Trajano, entre a Felipe Schmidt e Conselheiro Mafra, há seis lojas fechadas definitivamente e que se encontram para alugar ou vender.

Novo café na Ponte Hercílio Luz
Petry abriu outro café na cabeceira insular da Ponte Hercílio Luz.

O novo empreendimento começou a atender ao público em abril.

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Fotos de Tasso Claudio Scherer Reportagens Especiais

As janelas escondidas do nosso Centro nas imagens de Tasso Scherer – Descubra onde estão!

A janela é a melhor maneira de conseguir enxergar através das paredes, já dizia o ‘velho filósofo’.

Nesta mostra do fotógrafo Tasso Cláudio Scherer foram selecionadas cinco imagens de ‘ventanas’ que ornamentam e embelezam a região central da Capital.

Consegue identificar onde estão localizadas?
Com certeza você já passou por elas!

“Quando abro a cada manhã a janela do meu quarto, é como se abrisse o mesmo livro… numa página nova…” (Mário Quintana)
“Existem manhãs em que abrimos a janela, e temos a impressão de que o dia está nos esperando” (Charles Baudelaire)
“Tenho uma janela que dá para o mar. Sonhos a partir, sonhos a chegar” (trecho do poema de Mário Castrim)
“Olha só esta janela, o que será que temos nela? E se abrirmos esta janela, o que será que há depois dela?” (Trechos do poema de Tio Danilo)
“A televisão matou a janela” (Nelson Rodrigues)
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Transsexual é retratada em novo mural no Centro, produzido por quatro artistas mulheres do Street Art Tour

Para mostrar a diversidade do mundo feminino, neste mês dedicado às mulheres, quatro artistas estão pintando um novo grande mural, no Largo Fagundes, ao lado das Lojas Americanas, no Centro.

O projeto ousa ao retratar a transsexual Jehnny Glow, moradora da Capital e que também é artista.

Por meio do grafite, as integrantes do Projeto Street Art Tour (Tuane Ferreira, Gugie Cavalcanti, Mariê Balbinot e Laura Loli) buscam apresentar a mulher na sua essência, que ultrapassa o gênero físico e os (pre)conceitos sociais.

Lançamento pelo Instagram
O mural deve estar concluído neste domingo, 28.
A inauguração, às 17h, será apresentada pelo Instagram do Street Art Tour e contará com a apresentação do Guia Manezinho (Rodrigo Stüpp).

A homenageada no mural, Jehnny Glow, também realizará uma performance artística durante a live transmitida pelas redes sociais.

 

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Fotos de Tasso Claudio Scherer Narrativas do Centro Reportagens Especiais

Caminhando pelo Centro – Flagrantes no olhar sensível do fotógrafo Tasso Scherer

O Floripa Centro apresenta um exímio captador de imagens do cotidiano da cidade: Tasso Scherer.
Periodicamente, os nossos leitores poderão apreciar as fotografias de alguém que percorre a Capital buscando registrar momentos únicos de muita representatividade.

“O ser humano sempre caminhando, procurando algo… quem sabe o sentido disso tudo…”, destaca Tasso.

Confira e aprecie estas quatro fotos da série ‘Caminhando pelo Centro’:
Pedestre passa distraído sem ouvir a tuba do músico membro da centenária Sociedade e que, nos momentos livres no Céu, ainda toca para matar a saudades da Conselheiro Mafra.

Entre pichações e grafites coloridos, ilustre morador dos morros da região central se dirige ao Terminal Cidade de Florianópolis.

Qual será o objetivo desse caminhar tão determinado? O idoso, no Largo da Catedral, com certeza está decidido a fazer algo muito importante.

E o jovem andando (abatido?) com seus pertences pela Avenida Hercílio Luz, no final de mais um dia? Estaria chegando ou saindo da cidade?

— Conheça a trajetória de Tasso Scherer

Novas narrativas – No aniversário da Capital, quatro ‘grandes’ da cidade se juntam ao time do Floripa Centro

Neste 23 de março de 2021, aniversário da cidade, o Floripa Centro está lançando uma nova sessão, chamada ‘Narrativas do Centro’.
Nela, serão publicados textos de diversos gêneros, sempre com foco na região central da cidade.

Haverá crônicas de Sérgio da Costa Ramos, contos e cenas urbanas com Norma Bruno, poesias de Chiko Kuneski e fotos de Tasso Scherer.

Assim, todos os finais de semana o leitor do Floripa Centro poderá apreciar as fantásticas produções destes consagrados comunicadores.

Cada um deles terá seu trabalho publicado uma vez por mês.
No ‘lançamento’ do espaço, neste aniversário de Florianópolis, haverá uma obra de cada um dos quatro autores.

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Joia de ouro – A minúscula réplica da Ponte Hercílio Luz guardada há 30 anos no cofre do Museu Histórico de SC

“Fiz essa peça para ser exposta ao público, não para estar escondida!”.
O desabafo é do ourives Juan Alvez, criador de uma miniatura da “Velha Senhora”, de 33 centímetros, feita em ouro e prata.

A joia avaliada em quase R$ 100 mil foi produzida em 1989 como uma homenagem à Ponte Hercílio Luz que, naquela época, tinha acabado de ser interditada e corria o risco de cair.

A reprodução foi feita com 127 gramas de ouro 18 quilates e 106 gramas de prata, sobre uma base de pedra ágata, apoiada numa estrutura de madeira cedro.
Embaixo da ponte, um barquinho desliza pelas águas da Baia Norte.

Joia com a catalogação do Museu (Eugênio Pelegrin – Museu Histórico de SC)

Em 1991, Alvez a vendeu à Fundação Besc que doou a joia ao governo do Estado por ocasião das comemorações de 65 anos da inauguração da Ponte.

Desde então, está no Museu Histórico de Santa Catarina, no Palácio Cruz e Sousa, no Centro da Capital.

Detalhe da maquete original (Eugênio Pelegrin – Museu Histórico de SC)

Cofre protege a joia
Mas, pelo seu valor, não fica exposta ao público: está guardada num cofre.

Em 30 anos, a miniatura só foi exibida em três oportunidades: na solenidade da doação; depois, em 2013, durante as comemorações do centenário da casa da campo de Hercílio Luz, em Rancho Queimado, e em 2019, na exposição sobre a Ponte, no Museu, pouco antes de ser reinaugurada.

Alvez com a segunda obra na frente da Ponte (Foto de Daniel Conzi)

Uma curiosidade: no translado a Rancho Queimado, a 100 quilômetros de Florianópolis, foram utilizadas duas viaturas do Bope e segurança especial na casa de campo.

“A ponte é sinônimo de conexão e de união das pessoas. Esse é mais um motivo para a miniatura estar à vista das pessoas, que poderiam apreciar seus detalhes”, filosofa Alvez, argentino de 67 anos que adotou a Ilha há quatro décadas e que é proprietário da escola Artessencia Joias.

Réplica da réplica
Em 2009, indignado com a falta de exposição da joia, o ourives produziu uma segunda peça.

As duas réplicas, a original e a cópia

Um aluno ‘endinheirado’ do curso de joias se solidarizou com a frustração do professor e emprestou-lhe o ouro e a prata necessários para fazer uma cópia quase idêntica da original: somente a base é diferente e não tem as pedras brilhantes em cada poste de iluminação.

“Fiz de birra e a guardo na minha casa. Pelo menos agora posso mostrar para os meus alunos, familiares e amigos”, conta, acrescentando não temer pela segurança da peça.
“O seu valor é mais histórico do que pelos materiais utilizados. Se forem derreter o ouro, custaria muito menos”.

Juan Alvez com a segunda joia (Acervo pessoal)

Sobre a possibilidade de vender a joia, ele é contundente.
“Só venderia se o comprador colocasse para visitação geral do público. Qual o sentido de uma obra de arte ficar guardada num cofre?”.

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Sítio arqueológico a céu aberto no Centro – Qualquer um pode recolher material que conta a história de Florianópolis

Por Billy Culleton
Fragmentos de cerâmica indígena com centenas de anos, além de louças, tigelas e vasilhames do século 19 são alguns dos objetos que podem ser encontradas na praia frente ao Forte Santana, na Avenida Beira Mar Norte, na região central da Capital.

No início, parecia um grande furo desta reportagem, descoberto por acaso em visita in loco ao local.

Investigação posterior na internet, no entanto, mostrou que pesquisadores já tinham identificado o sítio arqueológico há mais de duas décadas.
E comunicado às autoridades.

Algumas peças ‘ajuntadas’ pela reportagem para serem fotografadas

Mas o apelo pela preservação da área foi em vão: não existe nenhuma placa explicativa ou de advertência que possa coibir o saque das peças históricas.

A pesquisa
Em 1999, arqueólogos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) realizaram a coleta de cerâmicas, louças e vidros na praia embaixo da Ponte Hercílio Luz.
Do levantamento surgiu o livro “Arqueologia das fortificações: perspectivas”, organizado por Fernanda Codevilla Soares, e que traz, ainda, dados arqueológicos dos demais fortes da Grande Florianópolis.

Cerâmica dos Carijó
Do material exumado, uma peça que chamou muito a atenção dos pesquisadores foi o fragmento de cerâmica indígena dos índios Carijó, da nação Tupi-Guarani.

“Sabemos que no período do contato, em 1550, o local onde está fixado o Forte era transitado pelos Carijó, como relata Hans Staden (aventureiro alemão que visitou Santa Catarina e escreveu o livro “Duas viagens ao Brasil”).
Isto sugere que este fragmento seja de uma base de contato entre indígenas e colonizadores europeus”, aponta a obra.

Outro material predominante na amostra é a louça branca com decoração impressa, pintada a mão ou mista.

Também fragmentos de pratos, tigelas e xícaras com motivos orientais (do Japão e China), com um repertório muito diverso de técnicas decorativas.

Como está hoje?
Atualmente, as peças históricas continuam a aflorar na linha de praia do Forte Santana em razão da ação erosiva provocada pela mudança da dinâmica das correntes dentro do canal, que altera as marés, conforme explicam os especialistas da Fapesc.

Na visita feita por esta reportagem é possível ver inúmeros objetos parecidos aos catalogados pelos arqueólogos.
São pedaços de cerâmica, similares aos indígenas, e fragmentos de louças antigas.

Uma delas é da marca brasileira “Adelinas, de São Caetano do Sul” (fábrica que funcionou entre 1929 e 1947).
A empresa foi mencionada, há duas décadas, na obra da Fapesc.

Peças estrangeiras
Entre as peças catalogadas pelos pesquisadores catarinenses, a marca estrangeira mais encontrada foi a inglesa J. & G. Meakin (1851), fabricada na China.
Outras marcas brasileiras também estão presentes como as catarinenses Schmidt, de Pomerode, e Santa Terezinha, de São Bento do Sul.

No levantamento feito em 1999, também foram encontrados fragmentos de grés, provavelmente de garrafas, sendo um destes de origem holandesa, e um braço e uma perna de bonequinhas de porcelana.

A grande variedade de objetos coletados corresponde há décadas de utilização do forte e a um padrão de consumo bem variado, de louças mais caras a tipos mais populares.

Imagem da década de 1960 mostra o forte e seu entorno invadido por moradias populares antes da reforma de 1975 (Acervo Casa da Memória)

Onde se encontram os objetos?
O material recolhido pela Fapesc foi armazenado no Museu Professor Oswaldo Rodrigues Cabral, na Universidade Federal de Santa Catarina.

Uma pequena coleção de referência do sítio também encontra-se no Laboratório de Documentação e Arqueologia da Universidade do Recôncavo da Bahia.

Ministério Público e Iphan
De acordo com a publicação, a ameaça de continuidade da erosão no Forte Sant’Anna e as sucessivas intervenções urbanas sem pesquisa arqueológica suscitou um grupo de historiadores e arqueólogos a elaborarem, em julho de 1999, um documento que foi entregue para a Procuradoria da República em Santa Catarina e para a 11ª Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O forte no início do século 20, antes da construção da Ponte Hercílio Luz (Acervo Casa da Memória)

Neste ofício são relatadas as constantes destruições e mutilações de sítios arqueológicos presentes no perímetro urbano de Florianópolis.

De acordo com a documentação do Ministério Público, a representação ofertada por Fabiana Comerlato e outros foi ratificada ao arquivamento em 2002.

O que diz o Iphan
O Floripa Centro questionou o Iphan sobre possíveis ações para preservar o sítio arqueológico.
Segue a resposta de Maria Eduarda da Rosa, do Apoio Administrativo do Gabinete da presidência do Iphan:
Os trabalhos de arqueologia usualmente são feitos previamente a intervenções em solo, o que está acontecendo no Forte Santana. No momento não há previsão de expansão das intervenções para a área externa do Forte e assim não há projeto para recolhimento de possível material na parte externa do Forte. De toda forma, nossos arqueólogos farão vistoria no local para aferir se trata-se material arqueológico e sendo, o mesmo será recolhido”.

(As fotos atuais são de Billy Culleton)

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Justiça Federal volta atrás e autoriza a pesca artesanal desde a Ponte Hercílio Luz

A Justiça Federal suspendeu uma decisão judicial de 2020 que proibia as atividades de pesca nas pontes que ligam a Ilha de Santa Catarina ao Continente, em Florianópolis.

Em 2016, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação exigindo que o Estado realizasse uma série de atos e obras para coibir a pesca sobre as pontes Colombo Salles, Pedro Ivo Campos e Hercílio Luz.
Em novembro do ano passado a Justiça Federal de SC acatou a iniciativa do MPF e proibiu a prática, sob o argumento de que pesca nas pontes trazia riscos à navegação e às pessoas que passam por baixo das pontes.
(Atualmente, a medida só se aplicaria à Ponte Hercílio Luz, já que a passarela da Pedro Ivo Campos encontra-se fechada para reforma e a da Colombo Salles nunca foi concluída).

Registro da pesca artesanal na passarela da Ponte Pedro Ivo, em 2019, antes da interdição para reforma

Esta semana, no entanto, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) aceitou o recurso impetrado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE).
O Juízo reconheceu a dificuldade do cumprimento da medida nos termos concedidos e alegou que não existe uma legislação clara sobre a proibição da pesca, o que dificulta a atuação policial.

Pescadores artesanais
Em primeiro grau, a decisão estabelecia que o Estado, a União e o Município de Florianópolis realizassem estudos para buscar conciliar a proibição com o reconhecimento e a permissão da prática dos usos tradicionais que pescadores artesanais, eventualmente, promovam nas pontes.

Placa na entrada insular da Ponte Hercílio Luz faz referência à medida judicial de novembro de 2020

Para a Procuradoria, com essa argumentação, o MPF quer distinguir pescadores tradicionais de outros, sendo que os artesanais poderiam pescar no local, mas os outros pescadores não.
Uma contradição, pois as medidas se justificariam para preservar a segurança das embarcações que transitam pelo mar.

A PGE também destacou que a determinação judicial obrigaria o Estado a fiscalizar os acessos às pontes para impedir a entrada com itens de pesca de qualquer pessoa que não comprovasse, documentalmente, a condição de pescador artesanal.
Isso tornaria impossível o cumprimento da medida, pois faltariam regras especificas e haveria custo financeiro aos entes públicos sem indicação da fonte orçamentária.

Reportagem do Floripa Centro já abordou o tema
Em 2019, na matéria “Passarela embaixo da Ponte Pedro Ivo – Apesar do preconceito, um belo passeio entre a Ilha e o Continente
é abordada a questão da proibição de pescar na passarela.

Placa na cabeceira continental da passarela Pedro Ivo, antes da reforma

Antes da reforma da passarela existia uma deteriorada placa do Deinfra, que faz referência à Lei Nº 9605/98, Art. 34. A norma bane a pesca “em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente, com pena prevista de detenção de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente”.

Procurada pelo Floripa Centro, na época, a Assessoria de Comunicação do Deinfra disse que a fiscalização é responsabilidade da Polícia Ambiental.
“Só não pode pescar no vão central, em cima do canal”, explicou o Sargento Elesbão, do 1º Batalhão da Polícia Ambiental, cuja sede fica no Estreito, perto das pontes. “Quando alguém pesca nessa área a gente vai até o local e pede para se deslocar para os lados”.

(Com informações da Assessoria de Imprensa da PGE/SC. Na imagem de abertura foi feita uma arte em cima da placa de proibição. Texto e fotos de Billy Culleton)

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Celebra-se o Dia de Nossa Senhora dos Imigrantes, padroeira da cidade, formada por diversas etnias

Neste 17 de fevereiro se celebra o Dia de Nossa Senhora do Desterro, padroeira da Capital.
Em outros países, como na Itália, ela é chamada de Nossa Senhora dos Imigrantes (“Madonna degli Emigranti”), em referência aos que deixam suas terras para morar em outro país e que antigamente eram denominados ‘desterrados’.

Para comemorar a data, a Catedral colocou mais uma escultura da Sagrada Família num dos altares laterais

Em Florianópolis, a virgem é reverenciada especialmente na Catedral Metropolitana, onde há duas esculturas relacionadas à fuga da Sagrada Família para o Egito, após o Rei Herodes determinar a morte de todos os recém-nascidos.

O motivo: os reis magos vindos do Oriente anunciaram que visitariam um bebé, que seria o novo rei dos judeus.
Herodes ficou sabendo, mas, por não conhecer a identidade do ‘concorrente’, decidiu matar todas as crianças nascidas naquele período.

As imagens
A escultura “Fuga do Egito” mostra, em tamanho natural, a Sagrada Família percorrendo os 250 quilômetros que separam Belém do Delta do Nilo.

Na Catedral desde 1902, a obra do artista tirolês Demetz Groeden foi entalhada a mão em dois blocos de cedro, que medem 2,38 metros de altura.

Já “Volta de Egito para Nazaré” é um conjunto de três esculturas que representam Jesus, Maria e José. De autor desconhecido e em estilo barroco, chegou à Catedral na década de 1760.

Por 110 anos esteve no Museu de Azambuja, em Brusque.

Segundo reportagem de Letícia Mathias, no Jornal Notícias do Dia, as esculturas foram retiradas em 1901 porque o bispo responsável pela Catedral, na época, achou que a outra escultura (“Fuga para o Egito”), com os mesmo personagens sobre um burro se encaixava melhor com a ideia do trecho bíblico do Apóstolo Mateus, no qual se baseia a obra.
Em 2011 o conjunto retornou à Catedral.

O nome da cidade
Em 1673 o bandeirante Francisco Dias Velho chega à Ilha para fundar a póvoa de Nossa Senhora do Desterro.
Ele ergue uma pequena capela em honra à Virgem Maria, no local onde atualmente se encontra a Catedral.

Em 1726 o povoado passa à categoria de vila, com o nome oficial de “Nossa Senhora do Desterro”.

Com a independência do Brasil a vila elevou-se a cidade e passou a se chamar apenas “Desterro”, até que em 1894, com o fim da Revolução Federalista e em homenagem ao então presidente da República Floriano Peixoto, o governador Hercílio Luz, mudou o nome para Florianópolis.

Registro bíblico
Segue trecho do Evangelista Mateus (2:13-23) sobre a fuga para Egito:
“Depois que partiram, um anjo do Senhor apareceu a José em sonho e lhe disse: “Levante-se, tome o menino e sua mãe, e fuja para o Egito. Fique lá até que eu lhe diga, pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo”.
Então ele se levantou, tomou o menino e sua mãe durante a noite, e partiu para o Egito, onde ficou até a morte de Herodes. E assim se cumpriu o que o Senhor tinha dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu filho”.

Quando Herodes percebeu que havia sido enganado pelos magos, ficou furioso e ordenou que matassem todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e nas proximidades, de acordo com a informação que havia obtido dos magos. Então se cumpriu o que fora dito pelo profeta Jeremias:

“Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação; é Raquel que chora por seus filhos e recusa ser consolada, porque já não existem”.

Depois que Herodes morreu, um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e disse: “Levante-se, tome o menino e sua mãe, e vá para a terra de Israel, pois estão mortos os que procuravam tirar a vida do menino”.

Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel. Mas, ao ouvir que Arquelau estava reinando na Judéia em lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Tendo sido avisado em sonho, retirou-se para a região da Galiléia e foi viver numa cidade chamada Nazaré. Assim cumpriu-se o que fora dito pelos profetas: “Ele será chamado Nazareno”.

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Personagens do Centro – O ‘policial’ mímico que arranca risadas (e gorjetas) nas sinaleiras da cidade

Quando o sinal fica vermelho, ao lado do Mercado Público, o pseudo-policial se aproxima e olha minuciosamente o veículo e seus passageiros.
Em silêncio, gesticula que o motorista não está usando o cinto de segurança.
Por isso, levará uma multa, que é feita na hora e colocada no para-brisa.

Sem pronunciar uma única palavra, o ‘agente’ vai até a porta do motorista, fica de costas e posiciona a mão para receber propina, enquanto faz o gesto de ‘dinheiro’ com os dedos, esfregando o polegar no indicador.

Ao receber qualquer quantia, ele caminha até a frente do carro e, dissimuladamente, retira a multa e se despede do bemfeitor.
Caso não receba nada, ‘fica brabo’ e aplica uma segunda multa.

Este é um dos números mais populares do famoso mímico que atua periodicamente em Florianópolis: o argentino Javier Picaso, de 50 anos, que há mais de uma década faz o seu show de 20 segundos pelas ruas da cidade, divertindo a todos os que presenciam a cena.
Vestido como palhaço, incluindo os enormes sapatos e o nariz vermelho, ele interpreta um policial, caracterizado pelo quepe, um coldre vazio e um colete fosforescente.

Confira o vídeo:

Diariamente, R$ 100
“Para me manter tenho que ganhar R$ 100 por dia, no mínimo”, afirma Javier, que tem que pagar o aluguel de um quarto no Centro, além da alimentação diária.
“Geralmente, consigo essa quantia. E, muitas vezes, é mais”.
A maioria dos motoristas dá até R$ 2, mas não são poucas as vezes que algum ‘abastado’, feliz com a apresentação, lhe entrega R$ 20, R$ 50 ou até R$ 100.

“Consigo fazer as pessoas rirem muito, no meio do stress do dia-a-dia e é isso que me traz satisfação”.

Nascido em Buenos Aires, ele começou na arte da mímica há 25 anos.
Mas nunca fez curso de artes cênicas. “Nem de policial!”, esclarece.
Há duas décadas, vem para Florianópolis na temporada de Verão.
O resto do ano viaja pelas demais capitais do país levando alegria em meio à cotidiana agitação urbana.

História
Na Grécia Antiga e em Roma, a mímica era um recurso usado em sátiras e comédias como forma de interpretação dramática.

Segundo o portal MultiRio, a arte da mímica, na Idade Média, foi preservada por atores que se deslocavam percorrendo cidades e apresentando espetáculos teatrais e circenses, principalmente em praças e mercados.

O maior mímico da história: Charles Chaplin (Acervo MultiRio)

Assim, o trabalho dos mímicos tornou-se extremamente popular por apresentar temáticas contemporâneas, com forte caráter crítico, e estabelecer fácil comunicação com as plateias.

A arte da mímica construiu também seu espaço no cinema mudo, no qual surgiu a figura de Carlitos, interpretada por Charles Chaplin, que expressava, com humor e romantismo, a ansiedade dos tempos modernos, informa o MultiRio.

(Texto e fotos de Billy Culleton – 10/2/2021)

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