Os pequenos scooters elétricos são coisa do passado.
Agora, a moda entre os mais abastados são as robustas motos elétricas, ‘idênticas’ às tradicionais motocicletas, mas que têm a vantagem de serem silenciosas, não precisam ser emplacadas e não é necessário ter Carteira de Habilitação.
Em Florianópolis, um outro benefício é poder atravessar (sozinho) a Ponte Hercílio Luz pela passarela de pedestres/ciclovia, enquanto que pela faixa de rolamento dos veículos tradicionais é proibida a circulação de motos.
Já de carro, só é permitido com dois ou mais passageiros, e em horários limitados.
Flagrante
A reportagem do Floripa Centro, de bicicleta, flagrou uma dessas ‘inofensivas motinhos’ (que custam R$ 20 mil) atravessando a Ponte, nesta quinta-feira, 8, pela manhã. O veículo, que chega a 80 km/h, circulava normalmente pelas ruas do Estreito e ao chegar à entrada continental da Velha Senhora, passou pelos guardas municipais que fiscalizam o local e entrou na passarela de pedestres/ciclovias.
No trajeto, chamava a atenção das pessoas que não entendiam como um veículo desse porte circulava nesse espaço.
Veja o vídeo:
Um ciclista que cruzou com ele fez gestos acalorados, desaprovando a conduta do motoqueiro.
Outros, olhavam para o silencioso veículo, surpresos e admirados.
É claro, poucos sabiam que estava tudo dentro da legalidade. Ao chegar à Ilha, a moto retomou seu caminho pelas ruas, indo em direção à Avenida Beira Mar Norte.
Lacuna na legislação
“Existe uma lacuna na lei que impede a fiscalização desses veículos por parte das autoridades”, explicou ao Floripa Centro, o subcomandante da Guarda Municipal de Florianópolis, Ricardo Souza, em entrevista sobre o mesmo assunto, numa reportagem em julho.
O subcomandante da Guarda Municipal fazia referência à falta de uma regulamentação clara por parte do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
Regulamentação do Contran Segundo reportagem do G1 em 2019, duas resoluções do Contran regulamentam os patinetes e scooters.
A Resolução 465, de 2013, estabelece os parâmetros para os chamados equipamentos de mobilidade individual autopropelidos.
Ela prevê que veículos cujas medidas iguais ou menores do que a de cadeiras de roda, não precisam ser emplacados, e podem ser conduzidos por qualquer pessoa.
Para isso, devem ter até 1,15 metro de comprimento, 70 cm de largura e 92,5 cm de altura.
A maioria dos scooters ‘possantes’ que circulam por Florianópolis tem 1,7 metro de comprimento e atinge 60 km por hora.
O G1 consultou o Departamento Nacional de Trânsito, Denatran.
Em nota, o órgão afirmou que “os veículos elétricos de pequeno porte, como bicicletas, scooters e patinetes ainda não são regulamentados pelo Código de Trânsito Brasileiro, mas o tema tem sido objeto de estudos pelo Denatran”.
Mais de 200 dias depois do início da pandemia, a maioria das pessoas está saturada com notícias relacionadas à Covid-19.
Mas para manter seus leitores informados, o Floripa Centro traz uma série de gráficos mostrando a atual situação da Capital e a evolução da doença nos últimos meses.
As informações constam no Covidômetro, instrumento on line atualizado diariamente pela Prefeitura da Capital.
Confira os dados:
Óbitos
– A Capital, atualmente, tem 140 óbitos, 15 a mais do que há 30 dias, quando eram 125, um aumento de 12%.
– Já no mês anterior, entre 5 de agosto e 5 de setembro, o acréscimo nas mortes foi de 54% (de 81 para 125).
– Do total de óbitos, 83% eram idosos (117 pessoas com 60 anos ou mais).
Casos confirmados:
– Desde o início da pandemia, a cidade já confirmou 13.762 casos.
– Desse total, 87% (11.985) com até 59 anos e 13% (1.777) com 60 anos ou mais.
Casos ativos: – Somam 727. – Pacientes com até 59 anos: 662 (91%).
– Pacientes com mais de 60 anos: 65 (9%).
Internações e recuperados:
– Existem 122 pacientes internados e 12.873 recuperados.
No Centro:
– Há 22 mortes, cinco a mais do que há um mês, aumento de 29%. Em 6 de setembro eram 17 mortes.
– Entre 5 de agosto e 5 de setembro, o acréscimo nas mortes foi de 41% (de 12 para 17).
**A equipe do Floripa Centro compartilha da dor e se solidariza com todas as pessoas que sofrem com a perda de parentes, amigos e familiares por conta da pandemia.
Um frágil alambrado de dois metros de altura é a única proteção contra atos de vandalismo na subestação de energia responsável pela iluminação de metade da Ponte Hercílio Luz.
Localizada embaixo da obra, na parte continental, e ao lado de um improvisado caminho de terra, a estrutura foi arrombada no mês passado e, desde então, a Velha Senhora ficou às escuras em 50% de sua extensão.
As marcas do furto dos fios de cobre ainda podem ser vistas: os eletrodutos que protegem os cabos e fios aparecem quebrados e espalhados pelo chão.
Foi justamente nesse lugar (que não conta com nenhum efetivo de segurança) que os vândalos puxaram a maior parte das centenas de metros de fiação.
Foram cerca de 900 metros, de acordo com a polícia, que prendeu os criminosos poucos dias depois e recuperou parte do material.
Não há material de reposição
O Floripa Centro visitou o local e conversou com funcionários da empresa que ganhou a licitação para instalar a iluminação cênica na Ponte, orçada em R$ 7,6 milhões.
Eles informaram que a iluminação funcional só será restabelecida quando for concluída a iluminação decorativa, prevista para dezembro.
Isso porque é necessário refazer grande parte do serviço elétrico, como passar novamente toda a fiação pelos eletrodutos.
Também existem dois outros problemas a resolver: uma licitação emergencial para a compra do material e a dificuldade para conseguir as peças.
O secretário de Estado da Infraestrutura, Thiago Vieira, confirmou esta semana o atraso no cronograma de entrega da iluminação final, pela dificuldade, por parte das empresas fornecedoras, de reposição dos materiais furtados em setembro.
A informação foi divulgada pelo colunista Fábio Gadotti, do ND Mais.
População prejudicada para atravessar à noite
Na semana passada, o Floripa Centro publicou uma matéria mostrando o ‘apagão’ na metade continental da Ponte e as dificuldades que motoristas, ciclistas e pedestres têm para circular à noite pelo local.
(O texto e as imagens sem crédito são de Billy Culleton. Na foto de abertura aparecem pessoas tirando uma soneca nos pilares da ponte: são funcionários de uma empresa localizada próxima à ponte, que estavam no intervalo do almoço)
Na semana passada, a Prefeitura de Florianópolis realizou mais um mutirão de testagem para o Coronavírus em pessoas em situação de rua atendidas na Passarela da Cidadania, no Centro da cidade.
O resultado? Nenhum registro positivo entre os 80 testados, mantendo a estatística de nenhum caso confirmado deste público até agora no município.
Esse panorama de baixíssimo contagio se reproduz em todas as cidades brasileiras, apesar das previsões pessimistas iniciais, em razão da vulnerabilidade social desta população.
Epidemiologista aponta fatores
“Considero muito importante discutir o tema porque, de fato, chama a atenção a baixa incidência de casos de Covid-19 entre as pessoas em situação de rua”, afirma a gerente de Vigilância Epidemiológica de Florianópolis, a médica epidemiologista Ana Cristina Vidor.
Como ainda não existem pesquisas sobre o tema, ela aponta algumas hipóteses, baseadas na sua experiência lidando com a doença nos últimos meses.
“Uma característica desse público é estar, na maioria do tempo, em espaços abertos, ao ar livre”.
Outro fator é que existe pouca aglomeração. “Por uma questão territorial, eles mantêm o distanciamento”.
Estas duas particularidades (convivência em espaços fechados e aglomeração) estão entre as principais vias de contagio do vírus, segundo Vidor.
E o álcool consumido pela maioria desse público pode ter alguma influência?
“Não, nenhuma. O álcool só faz bem do lado de fora do corpo!”, enfatiza a médica.
Em maio, ministra apresentou uma teoria sobre o tema
A ministra Damares Alves, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, afirmou, em 7 de maio, que poucos moradores de rua adoecem de Covid-19 porque “ninguém pega na mão deles”.
Ainda durante a fala, ela lamentou esta possível motivação.
Hotel gratuito sem uso
Desde o início da pandemia a prefeitura oferece, gratuitamente, um hotel no Centro para isolar as pessoas em vulnerabilidade social com sintomas da doença.
Porém, esse serviço tem sido pouco utilizado.
Em abril, 11 pessoas chegaram a ocupar o hotel por apresentarem patologias semelhantes à Covid, mas, na sequência, exames mais específicos descartaram a doença.
A fumaça dos incêndios no Pantanal, a 1,6 mil quilômetros de Florianópolis (em linha reta), chegou à Capital e mudou a paisagem da cidade nesta semana.
O amanhecer no cartão postal de Santa Catarina é um exemplo disso.
O Comedy Wildlife Photography Awards (Prêmio de fotografia cômica da vida selvagem, em tradução livre) divulgou as imagens finalistas deste ano.
A premiação das mais engraçadas será no final de outubro.
O Floripa Centro escolheu algumas fotos e criou livremente frases para cada uma, relacionando-as com a atual pandemia de Coronavírus.
A parte continental da Velha Senhora ficou às escuras desde o início da noite de terça-feira, 29, até a manhã desta quarta-feira.
A cena chamou a atenção porque a divisão se dá exatamente no meio da Ponte Hercílio Luz. Ainda não há informações sobre as causas do ‘meio apagão’, que dificultou a circulação de veículos e assustou os pedestres que atravessavam pela passarela.
(As imagens são das câmeras de monitoramento dos órgãos de segurança)
A Tribikes, comércio de bicicletas na Rua Francisco Tolentino, recebeu a visita de dois agentes da Guarda Municipal, esta semana.
Objetivo era reavaliar a eficácia do Projeto Guardião, que mantém um canal de comunicação direto entre o órgão municipal e os lojistas.
Para isso, foram criados diferentes grupos de WhatsApp, divididos por regiões da área central da cidade.
“Diante de uma ocorrência, ou ao perceber alguma atitude suspeita, os comerciantes colocam no grupo e, imediatamente, a Guarda Municipal vai até o local”, explica Ricardo Souza, sub-comandante do órgão.
Ao mesmo tempo, os demais lojistas do grupo já ficam atentos e podem cooperar com novas informações do entorno da ocorrência.
“Cria-se um cinturão de segurança na área”, diz Souza, criador do projeto, em 2014.
“E por que os comerciantes? Porque eles estão na linha de frente e ficam expostos, já que permanecem com as portas abertas, permitindo a entrada de qualquer pessoa”, afirma, acrescentando que muitas vezes, são apenas mulheres as que ficam nas lojas, tornando-se ainda mais vulneráveis a ação dos criminosos.
Os alpinistas industriais não param de trabalhar no alto da estrutura da Velha Senhora para viabilizar a inauguração da iluminação cênica da obra, prevista para novembro.
A maioria das 1,3 mil luminárias importadas da China já foi instalada nas laterais das passarelas, nas barras de olhal e na treliça do vão central.
São elas que darão o “contorno” da silhueta da ponte.
Cada uma destas luminárias circulares de 25 watts foi colocada mantendo um distanciamento de dois metros. Também compõem o cenário, 44 projetores dinâmicos de 50 watts, para as torres, e 32 projetores submersíveis de 25 watts, para a base das torres.
Nos pendurais da ponte (aqueles cabos verticais mais finos) haverá 5,6 mil pontos de luz em led, de 1 watt cada um. A inauguração do cenário cênico, orçado em R$ 7,6 milhões, já teve diversos adiamentos.
Um dos motivos foi a pandemia que causou o atraso na entrega das luminárias, importadas da China.
Segundo a Secretaria Estadual de Infraestrutura, não existe uma data confirmada, mas a previsão para a finalização da obra é o mês de novembro. Confira o vídeo: Diversas cores
A nova iluminação será bem diferente daquela que o florianopolitano estava acostumado a ver, com aquelas lâmpadas ‘isoladas’ que delimitavam o contorno da Ponte. Agora, com luminárias de led colocadas bem próximas uma das outras, haverá a percepção de uma iluminação continua da ‘silhueta’ do cartão postal da cidade.
Outra inovação fica por conta da possibilidade de trocar as cores da iluminação, que poderá variar entre o vermelho, azul, verde e amarelo.
Inaugurado em 5 de fevereiro de 1899, o Mercado Público Municipal de Florianópolis foi erguido com paredes de meio metro de largura, utilizando tijolos requeimados e argamassa de cal, areia e barro.
A sua manutenção foi motivo de discórdia desde antes de sua inauguração.
Matéria do Jornal O Estado, em 7 de janeiro de 1899, relatava o seguinte: “O próprio Mercado novo, ainda não inaugurado, segundo nos informaram, está carecendo de reparos na coberta e paredes externas, a julgar pelo modo por que foram construídos, não se lhes pode augurar muitos anos de resistência”.
Apesar do prognóstico pessimista, as paredes resistem até hoje, graças às diversas reformas gerais em 120 anos, a última delas concluída em 2015.
A atual administração do Mercado tem implantado uma filosofia de manutenção constante da edificação, evitando a degradação geral que obrigasse a fazer uma nova reforma geral.
Assim, ao ser identificada alguma necessidade de reparo é acionada uma empresa para fazer o serviço, seja de pintura, questões elétricas ou hidráulicas.
Confira o vídeo da parede histórica que ficou à mostra durante restauração em junho:
No momento, as principais obras são de renovação do reboco e intervenção em pequenas rachaduras das paredes e teto. Segundo a administração, as obras mais delicadas são aquelas que envolvem alguma intervenção na pintura ou tijolos, em razão do valor histórico do local.
Para isso, todos os trabalhos são acompanhados por um engenheiro concursado da Prefeitura da Capital.
Por Billy Culleton
Desde o século 18, e até a década de 1940, a região Oeste do Centro de Florianópolis era ocupada por famílias pobres, majoritariamente, de ascendência africana.
Era o popular Bairro da Figueira, uma área retangular que se estendia paralela à orla do mar: desde o Mercado Público Municipal até quase a cabeceira insular da Ponte Hercílio Luz, tendo como limite a Rua Felipe Schmidt – ou seja, a largura de três ruas.As vulneráveis e insalubres moradias dividiam o território com estaleiros, armazéns e trapiches, além de comércios e hotéis.
No bairro, tudo girava em torno do porto, localizado ao lado.
Por isso, também existiam inúmeras casas de prostituição, frequentadas, principalmente, por marinheiros.
Alheias à má-fama do bairro, famílias carentes ali se estabeleceram formando um núcleo de trabalhadores do mar e de mão de obra para desempenhar diferentes afazeres, necessários ao cotidiano da cidade, segundo mostra a pesquisa do professor Paulino de Jesus Francisco Cardoso, do Departamento de História da Udesc.
Ele é o autor da obra “Cidadania e expectativas no bairro da Figueira: o surgimento do Figueirense Foot-Ball Club”, publicada em 2016.
Nasce o clube do povo
Foi nesse contexto que, em 1921, comerciantes e outras figuras conhecidas do bairro idealizaram a criação do Figueirense Foot-Ball Club, um dos clubes mais populares de Santa Catarina. A ‘turma’ costumava se reunir na barbearia de Jorge Albino Ramos, no início da Rua Padre Roma, para conversas e aspirações sobre futebol.
Depois de meses de planejamento, um grupo liderado pelo próprio Jorge Ramos e também composto por Trajano Margarida, João Savas Siridakis, Domingos Joaquim Veloso e Ulisses Carlos Tolentino, agendou para 12 de junho de 1921, o encontro decisivo para a fundação da agremiação esportiva.
Foi Tolentino quem cedeu a sua residência que ficava “ali próximo da barbearia, exatamente na rua Padre Roma, número 27, para fazer a tão anunciada reunião”, como informa a pesquisa do professor Cardoso.
Siridakis, mais conhecido como Janga, defendeu a ideia de que o clube deveria chamar-se Figueirense e contou com o apoio dos demais participantes do encontro.
Escolheu o nome em razão da figueira existente na zona do cais Rita Maria, origem da denominação do bairro.
E a figueira?
A árvore original cresceu num morro existente atrás do atual Posto Rita Maria, que já foi uma pedreira, e onde agora existem dois grandes edifícios residenciais.
A figueira ficava 150 metros acima do local da fundação do clube, na Rua Padre Roma, 27.
Hoje, existem algumas árvores que trazem a lembrança da flora original do bairro.
Um delas se encontra no Parque da Luz, a 200 metros da figueira original. Confira a imagem:
Qual era a Rua da Figueira?
No bairro também existia a Rua da Figueira, que consta em documentos de 1876.
Mais tarde chamou-se Fraternidade, depois Cais Igualdade, para se transformar na atual Francisco Tolentino (homenagem ao jornalista e deputado, nascido em São José, e que morreu em 1904).
Como localizamos o antigo Nº 27 da Rua Padre Roma?
O Nº 27 da Padre Roma aparece na pesquisa do professor da Udesc Paulino Cardoso.
A rua começa na frente da Rodoviária.
Após o Posto Rita Maria, tem um estacionamento e, na sequência, a tradicional Serralheria Cardoso, que funciona há mais de meio século.
Os funcionários deste comércio, que hoje tem o número 86, informaram ao Floripa Centro que antigamente ali era o número 17.
Quando mostramos a foto da residência de Ulisses Tolentino, onde foi a fundação do Figueirense e que consta no site do clube, os trabalhadores da loja foram unânimes em afirmar:
“Era ali na frente, onde agora tem aquela loja de celulares. Era a casa de uma senhora e que foi derrubada faz uns 25 anos. Ela tinha um filho, meio deficiente, que ficava sempre olhando o movimento nessa janela que aparece na foto”.
Atualmente, a loja de celulares é o Nº 119 da Padre Roma.
E o Bairro da Figueira?
O bairro, local de marcante presença africana e de seus descendentes, extinguiu-se como território negro nos anos de 1940, quando a cidade estava sendo transformada numa capital que deveria seguir ‘os rumos do progresso’, segundo as aspirações das elites locais.
De acordo com a obra “Cidadania e expectativas no bairro da Figueira...”, a região central passara a ser espaço da administração pública, dos comércios estabelecidos e da prestação de serviços.
Assim, as classes populares tiveram que reconstruir suas vidas nas regiões periféricas da cidade, nos contornos dos morros ou em áreas mais afastadas do perímetro central.
Área cheirava a alcatrão
O pesquisador da Udesc Paulino Cardoso traça o perfil dos moradores do bairro.
“Aquela pequena região, com centenas de marinheiros, praças da Marinha de Guerra, estivadores e tantos outros populares, sugeria um cenário espantoso para as elites do período, visto agrupar muitos populares de origem africana”, escreve ele.
“Soldados, marinheiros, estivadores, criados, policiais, calafates, carpinteiros, vadios de todas as ordens pareciam adorar aquele bairro à beira-mar, que segundo Virgílio Várzea, cheirava a alcatrão”.
Tais personagens constituíam, segundo Cardoso, grupos sem vínculo com as elites locais, sendo que “soldados de diferentes corpos militares, imperiais marinheiros, homens do mar de todo o tipo, estivadores e outros trabalhadores urbanos viviam a protagonizar inúmeras rusgas nas áreas centrais da cidade”.
“Muitas populações de origem africana destas regiões mais pobres, além de seus labores cotidianos, passaram a ver no clube de futebol nascido no bairro da Figueira, uma opção positiva para uma região tão malvista pelas elites dirigentes. Alinhava-se uma identificação com um time que surgira naquela área e fora organizado por homens das fainas do mar, dos trabalhos nas ruas, nas barbearias, dos sonhos em comum”, diz o texto do pesquisador da Udesc.
Se você olhar para as colunas de sustentação da Ponte Colombo Salles vai perceber uma ‘cinta de concreto’ em torno de alguma delas.
Essa é a nova imagem da estrutura das pontes, com a qual os florianopolitanos terão que se acostumar.
A intervenção foi necessária após a constatação de ameaça de colapso das pontes que, desde a inauguração (Colombo Salles, em 1975, e Pedro Ivo, em 1991), nunca tinham recebido qualquer manutenção estrutural. A reforma promovida pelo governo do Estado, e que está sendo executada pela empresa Teixeira Duarte (a mesma da Ponte Hercílio Luz), custará R$ 7 milhões para a recuperação emergencial de seis pilares das pontes (três em cada uma).
Outra reforma em andamento está orçada em R$ 30 milhões
Em paralelo, desde fevereiro de 2019, a empresa Cejen Engenharia Ltda, está realizando outra reforma geral das pontes, a um custo estimado de R$ 30 milhões.
Essas obras incluem a recuperação estrutural nos pilares (fora da água) e atividades de jateamento e pintura em toda a extensão das pontes. Tecnologia inovadora para reforçar as bases
Para aumentar a capacidade resistente de cada pilar está sendo utilizada uma tecnologia que insere barras de aço especiais na estrutura (chamado dywidag), que permitem a transmissão às estacas de fundação da pressão das cargas atuantes na ponte.